quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Portugal: MENTIRAS DO GOVERNO SOBRE A TAP? NÃO TAPEM OS OLHOS, OS TRÊS!


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

Como sabem há um manifesto que é contra a privatização da TAP. O manifesto diz para não taparmos os olhos. Vê-se mesmo que António Pedro Vasconcelos não se lembrou que já nascemos com os olhos abertos. Com os olhos fechados era antes. No tempo dele e no meu. Se há dúvidas reparem bem no Pedro Passos Coelho e no Paulo Portas, entre outros daquela estrebaria em São Bento e arredores. São cá uns vivaços! Com uns olhos tão arremelgados, tão arremelgados… O Portas, por exemplo, ainda hoje comemorou aquela sua visão ultra-super-ultra: o processo dos submarinos foi arquivado!

O Portas perdeu as fotocópias e tudo. E tudo. E tudo. Tudo menos o pilim. Um milhão, dois milhões? Que maravilha! Grande visão!

E o Passos com aquela passada “história” da Tecnoforma? Que olhões. Perdeu a memória e pronto. Era assim mas não foi assim. Pois… Tá bem, deixa… Rapa… Tira… “Eu sou honesto. Estão a desconfiar de mim? Nem vos admito!” Se não disse pensou. Ah. E o que recebeu foi contra-faturas de despesas… Baaaah. Topam a visão, os olhos que até estão abertos na barriga da mãe? Antigamente não. O Salazar não deixava. Os portugueses eram então uns ceguinhos governados por um ditador míope. Atualmente somos uns míopes governados por uns quantos com grandes olhos, grandes ambições, grandes rapinanços… E são eles que ditam, apesar de constar nos manuais que Portugal tem um regime democrático. Pois tem. São eles que ditam e nós obedecemos, senão… É de facto um regime “democrático” porque eles são muitos mais que um e votam entre eles. E comem desalmadamente sem se fartarem! Por isso cabe aos portugueses passarem fome e quase nem terem força para abrirem os olhos.

E pronto. Tudo isto para dar para aqui umas bocas infernais aproveitando para pedir que Não TAP os Olhos. Nem sequer o do traseiro. É que esse olho ainda vai dar jeito, já que os portugueses estão míopes. Pense. Usando esse tal olho traseiro talvez um dia ele seja útil para correr com estes tais dos grandes olhos abertos e destapados, os iluminados “democratas”. Correr com eles à bufa. Ou à bufa ou então à bofetada.

Não TAPem os olhos. Os três. E agora com esse dois que a terra há-de comer leia (se quiser)  porque dizem que o governo mente sobre a TAP. (MM / PG)


Não TAP os olhos!

As 5 mentiras do Governo

O estado Português está impedido por normas europeias de ter companhias aéreas próprias – é obrigado a privatizar a TAP

Tais normas não existem pura e simplesmente! Não se poderá confundir os interesses dos credores estrangeiros em obter participações estratégicas nos sectores europeus e portugueses com a Lei do Tratado Europeu em vigor. Não TAP os olhos!

O estado português não pode injectar dinheiro na TAP por causa das normas europeias

O Tratado Europeu revisto na Cimeira de Lisboa diz o contrário! Existem regras e normas que protegem a livre-concorrência na União Europeia – e são precisamente essas regras que regulamentam quais os meios pelos quais os estados nacionais poderão injectar ou emprestar dinheiro às companhias estratégicas de interesse nacional como a TAP. Não TAP os olhos!

O principio de: “Uma vez, a última vez”: especificamente para o sector dos transportes aéreos a UE prevê a injecção directa de capital, sem contra-partidas, em transportadoras aéreas desde que estas empresas provem ser sustentáveis no mercado de livre-concorrência da União. E como o podem provar? Os países estão proibidos de injectar capital mais que uma vez a cada 10 anos.

A TAP já recebeu algum apoio deste género? Sim, há quase 18 anos, o dobro do tempo preconizado para provar a sustentabilidade.

Ajuda estatal em zonas geográficas com graves problemas: a UE prevê também que haja um suporte estatal em situações relacionadas com zonas da União que estão sob ameaça de graves riscos estruturais, como a pobreza ou o desemprego generalizado. O ênfase está na gravidade da situação.

Infelizmente, Portugal está a atravessar uma das piores fases a nível de desemprego, pobreza e desigualdade social. Será o suficiente para ser considerado uma zona em risco? A entrada da Troika em Portugal diz-nos que sim!

A TAP tem de ser privatizada ou está condenada a desaparecer

Esta frase dramática, e pouco própria de membros do Governo, pronunciada pela Ministra das Finanças Maria Luísa Albuquerque foi pouco tempo depois desmentida pelo Ministro da Economia Pires de Lima que referiu explicitamente: “não é uma questão de vida ou de morte”, porque “não crê que a TAP deixará de existir no curto prazo” caso se mantenha na esfera do Estado. O mesmo ministro, que antes de ser empossado referia: “Não se vendem monopólios” numa entrevista à Antena 1. Não TAP os olhos!

O estado português está a proteger os interesses dos portugueses ao privatizar a TAP

Mentira! De facto, podemos perguntar-nos o que ganhámos nós, como consumidores e como país, com a privatização, total ou parcial, dessas empresas? Aumento de preços e pior serviço, despedimentos, lucros fantásticos para os accionistas, num mercado protegido pelo Estado através de impostos favoráveis. Lucros que, na maioria dos casos, não são injectados na nossa economia, uma vez que se tratam de empresas de capital estrangeiro. Não TAP os olhos!

Os trabalhadores da TAP são uns privilegiados

Sabia que desde 2001 que alguns dos sindicatos decidiram ajudar a reconstruir a TAP através dos seus próprios ordenados? Muitos trabalhadores da TAP tomaram a decisão democrática de prescindir dos aumentos salariais baseados na inflação. O que quer isto dizer? Que estas pessoas estão a perder poder de compra desde 2001, quase 10 anos mais de austeridade que a maioria dos portugueses. Não TAP os olhos!

Os Argumentos contra a privatização

Antes de mais, consideramos intolerável um desenho europeu que promova empréstimos a bancos falidos mas que o mesmo desenho europeu – com origem numa Comissão Europeia não eleita – coloque entraves à nossa companhia bandeira.

A TAP emprega mais de 12.000 trabalhadores e tem influência sobre o emprego de mais de 120.000 pessoas.

Desde serviços contratados a empresas de empregados de limpeza aos milhares de empregos no sector turístico e à indústria produtora portuguesa que é promovida através dos aviões, a TAP é uma empresa estratégica para os interesses portugueses de forma transversal a todo o território nacional – desde os hotéis do Algarve, passando pelas vinhas alentejanas até às empresas industriais de transformação do norte do país.

A TAP é consecutivamente considerada um dos maiores exportadores nacionais com um peso considerável nos proveitos públicos do estado e uma presença positiva assinalada no PIB português.

O estado português não tem capacidade de suportar o apoio social aos trabalhadores que seriam dispensados caso a TAP fosse privatizada. E não tenhamos dúvidas que seriam mesmo! Se assim fosse estes milhares de trabalhadores iriam engrossar o desemprego e pesar nas contas da Segurança Social.

A TAP contribui anualmente com 200 milhões de euros em impostos para o estado português – sendo um dos maiores contribuintes para a Segurança Social.

A TAP tem perto de 70 anos, ao longo dos quais se distinguiu internacionalmente, num mercado de forte concorrência, com vários prémios que vão desde o sector da manutenção à qualidade do serviço e segurança do voo.

A TAP é uma empresa que funciona bem e prestigia o país, que compete com os gigantes europeus, com uma frota diminuta (70 aviões, contra 240 da Air France, 420 da Lufthansa e 230 da British Airways).

A TAP ganhou, por mérito próprio, um papel de liderança absoluta no Atlântico Sul e um papel importante em África, sendo estratégica como uma alavanca de negócios no mercado brasileiro (como aconteceu com a GALP ou PT, graças à entrada da TAP em rotas estratégicas, ou mais recentemente na Colômbia e no Panamá).

A TAP, quando bem gerida, é rentável.

A TAP não recebe apoios estatais há perto de 18 anos. Está prestes a atingir maioridade de forma sustentada e independente.

A OCDE reconhece que muitos países europeus tomaram medidas para proteger os interesses estatais em empresas estratégicas, como os alemães, os franceses, os holandeses e os suecos.

O mito que os privados gerem melhor que o público deve, no mínimo, sentir-se abalado pelos casos do BPN, do BES ou da PT.

Foi a TAP quem salvou a Portugália da falência – uma empresa privada que concorria com a TAP em destinos próximos.

O estado português concede subsidios às Low-Costs através de programas directos e indirectos como o pagamento das taxas aeroportuárias. Já agora, sabia que desde que os aeroportos foram privatizados as taxas aeroportuárias aumentaram mais de 7%? Ficamos perplexos por saber que o estado tem dinheiro para pagar esses encargos às Low-Costs concorrentes da TAP.

E por fim, mas talvez o mais importante dos argumentos: as pessoas! A TAP não é uma companhia qualquer, porque não somos um país qualquer: somos um país com responsabilidades para com a diáspora de mais de cinco milhões de portugueses, dispersos pelos cinco continentes, onde perto de 250 milhões de pessoas falam a mesma língua: o português. Como alguém escreveu, “privatizar a TAP seria o equivalente histórico a D. Manuel ter dado a exploração das caravelas quinhentistas a navegadores espanhóis”.

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