Já
aqui é dito no PG nas Bocas do Inferno que Cavaco Silva é fiel aos segredos. Por
isso não abre palavra sobre as conversas com o pantomineiro Ricardo Salgado. O
que falta ali dizer, preto no branco, é que Cavaco Silva na qualidade de
Presidente da República, não é fiel aos portugueses nem aos interesses da
justiça, da transparência e de Portugal. Os portugueses vivem com a sensação de
que Cavaco Silva é a maior desgraça que pode ter acontecido a Portugal neste difícil
momento porque o que se vislumbra é um presidente ao serviço de banqueiros e do
grande capital, com ligações suspeitosas a estes, não contribuindo
rigorosamente nada para a transparência dessas relações de conluio ou de amizade. Isso mesmo infere-se do comentário de ontem à noite de Constança Cunha
e Sá na TVI. É com isso que proponho o contributo para o cair da máscara de um
presidente da República que mais parece ser presidente dos vigaristas com “esquemas”
prejudiciais ao país. Assim como presidente das omissões e opacidades que têm cunhado
os procedimentos de Cavaco e o conduzem a que faça parte da história nebulosa
dos políticos que se governaram em vez de terem governado Portugal. A legitimidade
das suspeitas que recaem sobre Cavaco Silva são de sua inteira responsabilidade
pelo facto de ser avesso à transparência exigida aos políticos como a qualquer
outro cidadão. Mais ainda aos políticos por inerência dos cargos de
responsabilidade que desempenham e que por si só, dependendo dos seus
comportamentos, podem arrasar um país. Tem sido o que acontece em Portugal. Compete ao Presidente da República esclarecer os portugueses. Não lhe compete confundi-los. (MM
/ PG)
BES:
«Presidente não é o Zé da Esquina e faltou à verdade»
Comentário
de Constança Cunha e Sá na TVI24
A
jornalista e comentadora da TVI24, Constança Cunha e Sá entende que «é
evidente» que o Presidente da República tem muito mais a dizer sobre o caso do
colapso do BES. Até agora, «não disse nada do que tinha a dizer e daí a
irritação de Cavaco em relação a este tema». O chefe
de Estado recusou esta sexta-feira responder às perguntas que a oposição
pretende ver esclarecidas, na comissão de inquérito ao BES.
«O
problema do Presidente foi ter-se pronunciado sobre essa matéria» e «induziu em
erro os portugueses, esse é que é o problema», quando «tomou como boas essas
informações», vindas do Banco de Portugal e do Governo, de que «não havia
problema nenhum no BES».
«É suposto os portugueses levarem a sério o Presidente
da República. É suposto. Se ele acha que não, que ele dizer uma coisa ou não
dizer, é a mesma coisa que o Zé da esquina…»
Constança
Cunha e Sá fez notar que o Presidente da República disse que «só tinha
informação do BES por via do governo e do BdP e veio a provar-se agora que não
é verdade. Teve informações privilegiadas, também, por via do próprio Ricardo
Salgado».
O ex-presidente do BES enviou, na quinta-feira, uma carta à comissão de inquérito parlamentar sobre o caso, a detalhar as reuniões que teve com os responsáveis políticos, meses antes da derrocada do Grupo Espírito Santo, que levou por arrasto o BES. Com Cavaco Silva, teve dois encontros, em março e maio de 2014, para pedir «apoio institucional» para a situação, alertando, já nessa altura, para os «riscos sistémicos» do banco.
«Ele [Cavaco Silva] bem pode dizer que tem 2.500 audiências e não se lembra de todas, mas não é todos os dias que lhe aparece o presidente do terceiro maior banco português a dizer que o banco está à beira da falência», sustenta Constança Cunha e Sá.
«É evidente que ele [Cavaco Silva] percebe perfeitamente que deve explicações aos portugueses». Por isso, a comentadora da TVI24 defende que o Presidente da República «não perdia nada em ir à Assembleia da República, responder aos deputados, em vez de dar estas respostas tortas».
O ex-presidente do BES enviou, na quinta-feira, uma carta à comissão de inquérito parlamentar sobre o caso, a detalhar as reuniões que teve com os responsáveis políticos, meses antes da derrocada do Grupo Espírito Santo, que levou por arrasto o BES. Com Cavaco Silva, teve dois encontros, em março e maio de 2014, para pedir «apoio institucional» para a situação, alertando, já nessa altura, para os «riscos sistémicos» do banco.
«Ele [Cavaco Silva] bem pode dizer que tem 2.500 audiências e não se lembra de todas, mas não é todos os dias que lhe aparece o presidente do terceiro maior banco português a dizer que o banco está à beira da falência», sustenta Constança Cunha e Sá.
«É evidente que ele [Cavaco Silva] percebe perfeitamente que deve explicações aos portugueses». Por isso, a comentadora da TVI24 defende que o Presidente da República «não perdia nada em ir à Assembleia da República, responder aos deputados, em vez de dar estas respostas tortas».
«O
que se trata aqui não é revelar teor da audiência, mas com que base e de que
forma fez as declarações que fez». «Faltou à verdade quando disse que as únicas
informações que tinha eram do Governo. Agora prova-se que não é assim, Ricardo
Salgado expôs pormenorizadamente a situação»
«Temos um grupo de pessoas altamente colocadas [ministra das Finanças, primeiro-ministro, vice-primeiro-ministro e Presidente da República], principais responsáveis políticos, a dizerem que o BES era uma coisa e o GES outra, e já sabiam que o BES estava fragilizadíssimo pela exposição ao GES. Isso chama-se enganar os portugueses. Cavaco Silva tem obrigação de explicar, nem é a audiência que teve, é as suas próprias palavras», disse ainda.
Sobre o risco de pobreza, que já afeta quase dois milhões de portugueses, Constança Cunha e Sá falou num «retrato calamitoso».
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