sábado, 24 de janeiro de 2015

China – Hong Kong: LIDERES DO “OCCUPY CENTRAL” DETIDOS E LIBERTADOS HOJE




Hong Kong, China, 24 jan (Lusa) -- Os fundadores do movimento 'Occupy Central' foram detidos e libertados hoje, tendo o chefe da polícia defendido que a investigação aos protestos de Hong Kong não era "um espetáculo".

Vários líderes dos protestos têm sido detidos e libertados sem acusação, com alguns a queixarem-se da investigação.

O cofundador do 'Occupy Central" Benny Tai disse que ele e os outros dois cofundadores Chan Kin-man e Chu Yiu-ming foram formalmente detidos sob a acusação de organizarem e participarem em assembleias ilegais, mas que não foram acusados. Os três foram libertados três horas depois da detenção, escreve a agência francesa AFP.

"Mostrámos alguns vídeos e artigos... Fomos libertados incondicionalmente", disse.

Os protestos que ocuparam as ruas de Hong Kong durante mais de dois meses terminaram em dezembro mediante a ação das autoridades, tendo a polícia prometido investigar os "principais instigadores" do movimento.

O chefe de polícia de Hong Kong, Andy Tsang, defendeu hoje a investigação. "A polícia tomou as diligências (para as detenções) em privado e nunca as tornou públicas. Como é que podem dizer que (isto) é um espetáculo? Quem é que vos disse que eles iriam para a esquadra da polícia? Devemos ser claros sobre quem é que está a fazer espetáculo", disse aos jornalistas.

Andy Tsang confirmou que os líderes do 'Occupy Central' podem ser convocados novamente a apresentar-se às autoridades durante a investigação em curso.

Enquanto outros líderes dos protestos questionaram os motivos da polícia, Benny Tai disse que "confiava" no primado da lei.

"Eu continuo a acreditar que a polícia e a procuradoria... vão seguir rigorosamente as leis de Hong Kong em qualquer investigação".

Dezenas de apoiantes, incluindo deputados, concentraram-se no exterior da esquadra com faixas e guarda-chuvas amarelos, o símbolo do movimento pró-democracia em Hong Kong.

"Acredito firmemente que os residentes de Hong Kong não vão desistir", disse Benny Tai num discurso para as pessoas no local antes de entrar na esquadra.

A tensão continua na região administrativa especial de Hong Kong, depois de meses de protestos desencadeados com a decisão tomada por Pequim em agosto de aceitar o sufrágio universal para o chefe do Executivo em 2017, mas só depois de os candidatos serem pré-selecionados por um comité eleitoral.

O empresário dos media Jimmy Lai e os líderes estudantis do movimento 'Scholarism" e Federação dos Estudantes, Joshua Wong e Alex Chow, respetivamente, foram recentemente detidos e libertados no âmbito da investigação.

Ambos os líderes estudantis questionaram o processo, dizendo que a polícia os devia acusar no caso de haver provas.

Benny Tai confirmou hoje que vai participar numa manifestação pró-democracia agendada para dia 01 de fevereiro -- a primeira após o fim da ocupação das ruas -- com uma adesão estimada pela organização em cerca de 50.000 pessoas.

FV //GC

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