Hong
Kong, China, 24 jan (Lusa) -- Os fundadores do movimento 'Occupy Central' foram
detidos e libertados hoje, tendo o chefe da polícia defendido que a
investigação aos protestos de Hong Kong não era "um espetáculo".
Vários
líderes dos protestos têm sido detidos e libertados sem acusação, com alguns a
queixarem-se da investigação.
O
cofundador do 'Occupy Central" Benny Tai disse que ele e os outros dois
cofundadores Chan Kin-man e Chu
Yiu-ming foram formalmente detidos sob a acusação de
organizarem e participarem em assembleias ilegais, mas que não foram acusados.
Os três foram libertados três horas depois da detenção, escreve a agência
francesa AFP.
"Mostrámos
alguns vídeos e artigos... Fomos libertados incondicionalmente", disse.
Os
protestos que ocuparam as ruas de Hong Kong durante mais de dois meses
terminaram em dezembro mediante a ação das autoridades, tendo a polícia
prometido investigar os "principais instigadores" do movimento.
O
chefe de polícia de Hong Kong, Andy Tsang, defendeu hoje a investigação.
"A polícia tomou as diligências (para as detenções) em privado e nunca as
tornou públicas. Como é que podem dizer que (isto) é um espetáculo? Quem é que
vos disse que eles iriam para a esquadra da polícia? Devemos ser claros sobre
quem é que está a fazer espetáculo", disse aos jornalistas.
Andy
Tsang confirmou que os líderes do 'Occupy Central' podem ser convocados
novamente a apresentar-se às autoridades durante a investigação em curso.
Enquanto
outros líderes dos protestos questionaram os motivos da polícia, Benny Tai
disse que "confiava" no primado da lei.
"Eu
continuo a acreditar que a polícia e a procuradoria... vão seguir rigorosamente
as leis de Hong Kong em qualquer investigação".
Dezenas
de apoiantes, incluindo deputados, concentraram-se no exterior da esquadra com
faixas e guarda-chuvas amarelos, o símbolo do movimento pró-democracia em Hong Kong.
"Acredito
firmemente que os residentes de Hong Kong não vão desistir", disse Benny
Tai num discurso para as pessoas no local antes de entrar na esquadra.
A
tensão continua na região administrativa especial de Hong Kong, depois de meses
de protestos desencadeados com a decisão tomada por Pequim em agosto de aceitar
o sufrágio universal para o chefe do Executivo em 2017, mas só depois de os
candidatos serem pré-selecionados por um comité eleitoral.
O
empresário dos media Jimmy Lai e os líderes estudantis do movimento
'Scholarism" e Federação dos Estudantes, Joshua Wong e Alex Chow,
respetivamente, foram recentemente detidos e libertados no âmbito da
investigação.
Ambos
os líderes estudantis questionaram o processo, dizendo que a polícia os devia
acusar no caso de haver provas.
Benny
Tai confirmou hoje que vai participar numa manifestação pró-democracia agendada
para dia 01 de fevereiro -- a primeira após o fim da ocupação das ruas -- com
uma adesão estimada pela organização em cerca de 50.000 pessoas.
FV
//GC
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