Díli,
28 jan (Lusa) - O porta-voz do Governo timorense, Agio Pereira, confirmou hoje
que "está em curso" o processo de reestruturação do executivo
delineado no ano passado pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão.
"O
anúncio oficial sobre a composição do Governo, mandatado até 2017 para conduzir
Timor-Leste, deverá ocorrer no início da próxima semana", refere um
comunicado do executivo enviado à agência Lusa, que confirma que os membros do
executivo "receberam cartas relativas à reestruturação".
"O
objetivo da reestruturação é tornar o Governo mais eficiente e eficaz,
focando-o na prestação de serviços para o povo de Timor-Leste", sublinha,
remetendo mais declarações para "um momento apropriado".
O
curto texto - que confirma notícias avançadas pela Lusa no início da semana -
recorda que Xanana Gusmão, na sua mensagem de final do ano, pediu aos colegas
do executivo para se prepararem para estas mudanças, "para o interesse nacional
de Timor-Leste", considerando que apesar do Governo ter feito "muitas
coisas boas", ainda pode fazer melhor.
Este
comunicado surge num momento de intenso debate em Díli sobre a composição do
futuro executivo e sobre se Xanana Gusmão continuará à frente do Governo ou o
abandonará ainda que mais tarde.
Fonte
do executivo disse à Lusa que a tomada de posse do novo Governo, o VI Governo
constitucional, deverá decorrer na tarde do próximo dia 06 de fevereiro,
devendo o elenco governativo ser conhecido nos próximos dias.
Outras
fontes do executivo explicaram que a composição será "bastante mais
reduzida", passando dos atuais 55 para "25 ou 30" elementos.
Outra
das novidades mais destacadas é a entrada no executivo de membros da Fretilin,
partido da oposição, que estão a ser convidados de forma individual e não
através do partido em si.
Fontes
do Governo referiram à Lusa que há pelo menos três nomes de membros da Fretilin
que poderiam já ter sido convidados: o ex-ministro da Saúde Rui Araújo, o atual
deputado da Fretilin Estanislau da Silva e o líder da bancada da Fretilin,
Aniceto Guterres.
Já
confirmada está também a participação de Inácio Moreira, deputado da Fretilin e
membro do Comité Central do partido, que deverá ser um dos vice-ministros de
Gastão de Sousa que acumulará à pasta de Obras Públicas, que atualmente tutela,
as de Transportes e Telecomunicações.
Fontes
de vários Ministérios ouvidas pela Lusa confirmaram os pedidos de demissão
tanto da ministra como vice-ministra das Finanças, Emília Pires e Santina
Cardoso.
No
entanto fontes do Ministério explicaram à Lusa que terá sido pedido a Santina
Cardoso que reconsidere a sua demissão podendo vir a integrar o novo executivo.
Outros
dos nomes afastados do cargo é o de Alfredo Pires, que até aqui desempenhou o
cargo de ministro do Petróleo e Recursos Minerais.
Fontes
do Governo indicaram entretanto que outro dos nomes que pode sair do executivo
é o do ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luis Guterres que é também
líder do partido Frente Mudança, uma das forças políticas que com o PD e o CNRT
apoia o executivo no parlamento.
ASP
// JCS
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