O
primeiro-ministro da Guiné Bissau, Domingos Simões Pereira, disse, na Praia,
capital cabo-verdiana, que, apesar dos esforços para o relançamento do país, a
sua posição perante o mundo "é ainda frágil".
Praia -
O primeiro-ministro da Guiné Bissau, Domingos Simões Pereira, disse,
terça-feira, na Praia, capital cabo-verdiana, que, apesar dos esforços para o
relançamento do país, a sua posição perante o mundo "é ainda frágil".
Domingos
Simões Pereira, que chegou segunda-feira à noite a Cabo Verde para uma visita
de três dias, fez essas considerações à imprensa depois de uma reunião com o
seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves.
"Apesar
de termos conseguido formar um Governo de inclusão, apesar de o programa ter
sido aprovado por unanimidade, apesar de termos uma Assembleia que colabora nas
ações governativas, temos de reconhecer que a posição da Guiné-Bissau é ainda
frágil no mundo", disse, admitindo que é muito difícil "sermos
advogados da nossa própria causa".
Por
isso, o governante disse esperar que Cabo Verde, "um país
irmão", ponha à disposição da Guiné-Bissau a sua experiência,
não só em relação às reformas que serão necessárias, mas também "no
acompanhamento de várias situações que nós queremos levar ao mundo e partilhar
com os nossos parceiros".
Domingos
Simões Pereira afirmou que a Guiné-Bissau está a fazer o "seu
percurso" para a construção da democracia que se almeja, sublinhando que
se trata de um percurso que é preciso ser monitorizado pelos políticos
nacionais, visando a criação de valores de uma nação que merce ser preservada.
O
chefe do Governo garantiu que a Guiné-Bissau e "todos os seus
políticos" têm o "consenso" de que é preciso "construir o
país, consolidar a paz e a estabilidade".
Por
isso, espera que da conferência de doadores de Genebra saiam "sinais
concretos" e capazes de demonstrar que a "comunidade internacional
está com a Guiné-Bissau".
Referindo-se
aos militares, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau adiantou que o seu Governo
tem vindo a construir uma relação de entendimento com as instâncias militares,
facto comprovado, segundo ele, com a reforma que está sendo
implementada.
No
que respeita às relações diplomáticas entre Guiné-Bissau e Cabo Verde, o chefe
do Governo bissau-guineense afirmou que esta visita vem "consolidar o sentimento
de proximidade e do interesse" do seu país em retomar as ligações
existentes.
As
relações diplomáticas entre os dois países conheceram momentos perturbados no
passado recente, depois de Cabo Verde não ter reconhecido o regime resultante
do último golpe de Estado militar na Guiné-Bissau.
África
21 com Panapress
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