Díli,
29 jan (Lusa) - Xanana Gusmão poderá ocupar outras funções no VI Governo
Constitucional de Timor-Leste, que se formará depois da sua eventual demissão
do cargo de primeiro-ministro, disse à Lusa fonte do partido do líder
timorense.
"Deixará
o cargo de primeiro-ministro mas pode vir ainda fazer parte do Governo",
disse a fonte do Conselho Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT).
A
mesma fonte recordou que Xanana Gusmão recebeu carta-branca do partido para,
apesar de se demitir, poder determinar quem é que faz parte do elenco do
próximo executivo, mesmo que não o lidere.
Daí
que tenha sido Xanana Gusmão a conduzir todo o processo de "reestruturação"
mas que, na prática - explicam fontes do Governo - representa a definição do
elenco do próximo Governo.
Fontes
próximas de Xanana Gusmão apontam o médico Rui Araújo, que foi ministro da
Saúde do primeiro Governo constitucional timorense e membro do Comité Central
da Fretilin como um possível candidato à chefia do governo.
O
CNRT - que controla 30 dos 65 lugares do parlamento - indigitaria Rui Araújo
mesmo sem o apoio dos seus antigos parceiros de coligação do Governo (os dois
deputados da Frente Mudança e os oito do Partido Democrático) já que contará
com o apoio da Fretilin (25 deputados) até final da legislatura, referem as
mesmas fontes do partido.
Além
de Araújo, o novo Governo deverá incluir pelo menos dois outros nomes da
Fretilin, o do deputado Estanislau da Silva - que poderá ser um de quatro
vice-primeiros-ministros com funções de coordenação - e a do também deputado
Inácio Moreira, que deverá ocupar a pasta de vice-ministro das
Telecomunicações.
Rui
Araújo, explicaram outras fontes do executivo, poderia vir a acumular também a
pasta de Finanças.
Para
os cargos de vice-primeiros-ministros poderão ser nomeados ainda o atual
ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira, e o
atual ministro da Justiça, Dionísio Babo.
Fonte
da Fretilin confirmou à Lusa que membros do seu partido que eventualmente
venham a integrar o executivo o façam de forma individual e não partidária.
Ainda
assim, e tendo em conta o possível cenário de Rui Araújo ser primeiro-ministro,
o partido vai reunir sexta-feira a sua Comissão Política Nacional.
ASP
// JPF
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