A
deputada da Unita acusa o Governo de não respeitar os acordos de paz
Voz
da América – Angola Fala Só
A
deputada da Unita Nvita Ngolo acusou o Governo angolano de não ter sabido
aproveitar os anos de altos preços do petróleo para melhorar a vida dos
angolanos ao mesmo tempo que teceu duras criticas ao Orçamento Geral do Estado
revisto para 2015. Ngolo fez estas declarações no programa Angola Fala Só, da
VOA, hoje, 6 de Março.
A
deputada da oposição afirmou que o partido no poder quer acabar com todos os
acordos de paz numa tentativa de destruir o seu partido.
Segundo
Ngolo, durante anos o Governo gabou-se de enormes taxas de crescimento que
contudo não tiveram influência real sobre os angolanos.
“Os
crescimentos não influenciaram o bem-estar da vida dos angolanos”, disse a
deputada que se interrogou também sobre o destino dado aos excedentes
favoráveis do preço do petróleo nos orçamentos anteriores.
Esses
excedentes, resultantes de preços mais altos do que previstos “deveriam servir
de almofada” para tempos de crise", explicou Ngolo, perguntar "onde
está o dinheiro?”
A
deputada da Unita defendeu a necessidade de uma política de apoio à agricultura
como meio de diversificar a economia. Apesar de reconhecer ser importante o
apoio e incentivo às fazendas agrícolas, a convidada disse ser
"preciso apoiar os camponeses” e expressou dúvidas quanto ao uso
apropriado de fundos para os apoiar.
“A
Mecanagro precisa de explicar como é que tem gerido os fundos”, desafiou
Navia Ngolo para quem “um plano de emergência para revitalizar a
agricultura já deveria ter sido feito”.
Interrogada
sobre a redução de subsídios aos combustíveis, o que levou ao aumento dos
preços dos mesmos, Ngolo disse que essa redução deveria ter sido feita
“paulatinamente”, em vez da forma "brusca" como aconteceu.
A
deputada defendeu a necessidade de, em contrapartida ao fim dos subsídios,
aumentar os apoios aos segmentos mais pobres da população com, por exemplo,
subsídios de transporte, de saúde e desemprego".
“Angola
precisa de construir um modelo de distribuição da riqueza nacional”, disse a
deputada fazendo notar o desemprego entre a juventude.
“A
permanência exagerada no poder cria vícios como a monarquia”, disse em
referência à declaração de um ouvinte de que o presidente José Eduardo dos
Santos planeia ser sucedido por um dos seus filhos.
Ao
falar sobre a situação política no país, a deputada concluiu dizendo que
“a Unita foi informada de que há a vontade de não continuar com os preceitos
dos acordos de paz”.
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