Macau,
China, 09 mar (Lusa) - A Associação Novo Macau pediu ao Governo que desbloqueie
o acesso ao relvado junto à Assembleia Legislativa, onde foi organizado o maior
protesto dos últimos 15 anos e que está vedado desde a visita do Presidente
chinês, em dezembro.
Há
mais de dois meses que o relvado junto à Assembleia Legislativa de Macau está
inacessível ao uso público. Em dezembro, a poucos dias da visita de Xi Jinping
à Região Administrativa Especial, foram erguidos tapumes em torno do relvado
que, no ano passado, concentrou milhares de pessoas que se opunham a uma
polémica proposta de lei que previa avultadas compensações para dirigentes
políticos após aposentação.
Na
altura, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) explicou que a
zona estava ser alvo de trabalhos de jardinagem e que seria aberta ao público
mais tarde. Atualmente, grande parte dos tapumes já foi retirada, mas foram
colocadas cercas de bambu em torno de todo o relvado, indicando que este já não
pode ser atravessado.
"Parece
que as autoridades selaram o relvado para impedir que fosse ocupado por
manifestações durante a visita de Xi Jinping. Depois da visita, o Governo quis
prolongar a limitação da zona. A Associação Novo Macau acredita que o IACM tem
o plano de eliminar os espaços disponíveis para protestos em massa", disse
Jason Chao, membro da direção da associação.
Para
o ativista não se trata apenas de limitar a liberdade de reunião e de
expressão, mas também de impedir os cidadãos de usarem o relvado para
atividades de lazer. "As pessoas passeiam aqui os seus cães, vêm aqui ver
o fogo-de-artifício, correr, fazer várias atividades. Mas subitamente o espaço
desapareceu", apontou.
A
associação pede ao IACM que "seja claro sobre o projeto, remova a cerca e
restabeleça o acesso do público ao relvado".
Contactado
pela agência Lusa, o IACM explicou que o relvado vai estar inacessível durante
vários meses - até junho continuam os trabalhos de jardinagem e depois é
necessário esperar ainda algum tempo para assegurar o crescimento das plantas.
Ainda não foi decidido se depois dessa fase o espaço estará aberto ao público
para atividades de lazer ou se poderá acolher manifestações: "Ainda temos
de pensar nisso. Talvez sim, talvez não, não temos a certeza".
ISG
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