terça-feira, 3 de março de 2015

Português em Timor. “Por detrás está a Austrália, o Banco Mundial e uma ONG ligada à CIA”




As abordagens às dificuldades criadas para o ensino do português em Timor-Leste têm sido algumas no Página Global. Em quase todas deixamos transparecer a existência de forças lobistas que querem ver a língua portuguesa excluída da Constituição timorense assim como das escolas. Não é portanto novidade.

Foi há cerca de um ano que aqui nos referiam existir no próprio Parlamento Nacional timorense um lobie que tinha por objetivo cumprir a primeira meta acerca da língua portuguesa no país: dificultar a aprendizagem. Posteriormente outra meta era evidenciada: excluir a língua portuguesa das escolas e sua constância na Constituição timorense. Algumas vezes parece que a realidade dá toda a razão a quem nos referiu tal tramóia.

Para além do alegado lobie parlamentar também foi referido a sua presença em elementos do próprio governo, conselheiros e assessores.

O facto é que os responsáveis timorenses não se entendem quanto ao ensino da língua portuguesa. Facto também que existem forças externas, neste caso anglófonas, que estão por detrás dos ataques à língua portuguesa em Timor-Leste. Usando agentes timorenses que até podem afirmar publicamente que defendem o português em Timor-Leste mas tendo por convicção e missão erradicá-lo do país.

É dentro deste cenário a raiar o paradoxo e a ação de baralhar e dar de novo que encontrámos na edição do Sapo TL um comentário que em poucas palavras diz bastante sobre o tema. O comentário é feito em referência à notícia da Lusa que inclui a vice-ministra da educação, Dulce Soares. Nada mais para acrescentar a não ser o comentário que reproduzimos na íntegra:

“A realidade timorense é que nem com o sistema de aprendizagem do português desde o 1º ano as crianças aprendem bem o português e em português, o que se deve a múltiplos factores e não à língua por si. Ao retirar a hipótese das crianças aprenderem português desde cedo, protelando a sua aprendizagem em ambiente escolar, a única possível em Timor-Leste, esta política da língua materna implica, no médio prazo, que a «realidade» se transforme na cada vez maior incapacidade de entender português. A «realidade» fará com que o português deixe de todo de ser estudado nas escolas (talvez apenas como opção curricular) e, a prazo, estripado da Constituição, porque não corresponde à «realidade» Esta senhora tem muita lábia, mas, na realidade, por detrás dela está a Austrália, o Banco Mundial e uma ONG de evangélicos com ligações à Central Intelligence Agency e a grandes corporações norte-americanas que já causaram grandes problemas na Amazónia.” 

*Na imagem: Principais línguas maternas em Timor-Leste (16, mas há mais)

AV / PG

Sem comentários:

Mais lidas da semana