No
Huambo, o Estado não recorreu à lei, recorreu à vingança, disse o activista dos
direitos humanos Ângelo Kapuatcha.
Voz
da América, em Angola Fala Só
O
também presidente do Fórum Universitário disse que se confirmar que os membros
da seita mataram agentes da policia então violaram a lei, mas o Estado “também
não respeitou” a lei.
“Um
verdadeiro estado de direito é acima da força”, disse.
”O
estado não recorreu á lei recorreu á vingança”, acusou Kapuatcha, afirmando
durante o programa que “existia uma pré disposição de massacrar”.
Kapuatcha
falava no programa Angola Fala Só da VOA a partir da cidade do
Huambo, de onde reafirmou que centenas de pessoas foram mortas nos confrontos
entre a polícia e membros da seita "A Luz de Deus", liderada por José
Julino Kapuleteka.
As
autoridades dizem que nove polícias morreram e menos de 20 civis perderam a
vida nos confrontos no passado dia 16.
Desconhece-se
o paradeiro de Julino Kapuleteka que foi presos pelas autoridades.
Kapuatcha
disse que “os massacre foi legitimado pelas autoridades” e citou o presidente
José Eduardo dos Santos como tendo dito que todos os esforços devem ser feitos
para desmantelar totalmente a seita. Isto, disse o activista, "é
equivalente a um genocídio contra um grupo religioso".
Ângelo
Kapuatcha afirmou não acreditar que as autoridades venham a permitir a entrada
de investigadores independentes na zona onde terá ocorrido o massacre.
Para
além de terem que dispersar os cadáveres para outros locais, o local apresenta
sinais evidentes de que armas de guerra foram usadas contra os membros da
seita, como árvores abatidas por essas armas e destruição visível no local.
O
Governo, revelou, tem a intenção de transformar o local em zona militar para
ter uma justificação em impedir o acesso ao local.
“Ninguém
vai chegar ao local”, adiantou, dizendo que as autoridades “vão fazer tudo para
impedir o accesso a esse local”.
Ângelo
Kapuatcha disse que durante o ataque, membros da seita “citavam a Bíblia e
entoavam cânticos religiosos".
O
activista disse ainda que pessoas estão a morrer de ferimentos recebidos
por falta de tratamento médico.
Quanto
ao líder, José Julino Kalupeteka, o convidado do Angola Fala Só disse que
informações recebidas indicam que foi submetido a “torturas degradantes” e que
se encontra num “estado de saúde preocupante” num hospital “entre Huambo e
Luanda”.
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