Posição
foi assumida pela direcção do maior partido da oposição num comunicado enviado
hoje à imprensa.
A
UNITA nega qualquer envolvimento no confronto entre seguidores da seita
religiosa ilegal Adventista do Sétimo Dia a Luz do Mundo, também conhecida como
“Kalupeteca”, e a Polícia Nacional que terminou com a morte, no Huambo, de nove
agentes, que estão a
ser enterrados hoje.
A
posição foi assumida pela direcção do maior partido da oposição num comunicado
enviado hoje à imprensa, depois de divulgadas imagens de material de propaganda
da UNITA no acampamento da igreja e face a acusações de dirigentes políticos sobre envolvimento.
No
mesmo comunicado, a direcção do partido liderado por Isaías Samakuva manifesta
“revolta pelas tentativas de envolvimento do nome da UNITA numa situação que
nada tem a ver com ela”, considerando “irresponsáveis, descontextualizadas e
imbuídas de má-fé” declarações nesse sentido de elementos do MPLA, no poder,
sobre os acontecimentos.
O
incidente aconteceu durante a tarde de quinta-feira, em Serra Sumé , a 25
quilómetros da Caála, tendo os agentes, na versão policial, sido surpreendidos
por elementos da referida seita, conhecida por queimar livros, travar a
escolarização e vacinação dos fiéis, concentrando-os em acampamentos sem condições
e reunindo centenas de pessoas.
Os
nove agentes mortos integravam um forte grupo policial que tentava então
capturar o líder daquela seita, também após confrontos na província de Benguela
que terminaram na morte de outro agente da Polícia Nacional.
No
local da concentração desta seita, em São Pedro Sumé , estariam mais de dois
mil fiéis, segundo relatos locais, que apontam igualmente para mortos
entre os seguidores, na sequência da intervenção da troca de tiros, informação
não confirmada pela polícia.
No
sábado, e embora sem concretizar a acusação, o MPLA afirmou que “estes actos
bárbaros” foram concretizados “com armas de fogo” que “ilegalmente” estavam na
posse de pessoas que “pretendem alterar a ordem pública em Angola”.
“Os
dados até agora recolhidos permitem facilmente concluir que por detrás destes
factos estão outras forças, que pretendem criar condições para um retorno a
situações de perturbação generalizada, que não poderão ser toleradas”, lê-se
num comunicado do bureau político do Comité Central do MPLA enviado à imprensa,
em Luanda.
Criticando
o “repugnante acto” ocorrido no Huambo, a direcção do partido do ‘Galo Negro’
acusa o MPLA de “por tudo e por nada procurar culpar a UNITA”.
“Qualquer
acontecimento negativo é culpa da UNITA. O que pretende afinal o MPLA? Para
onde o MPLA pretende conduzir o país? Quem foi que promoveu, promove e consente
o surgimento das milhares de seitas que pululam pelo país”, questiona o
partido.
O
líder da seita, José Julino Kalupeteca, de 52 anos, já foi detido pela Polícia
Nacional.
Além
do Huambo e do Bié, esta seita tem actividades conhecidas – ilegais por não
estar reconhecida – nas províncias do Cuanza Sul, Cuando Cubango e Benguela,
multiplicando-se nos últimos dias os confrontos com as autoridades e com a população.
Lusa,
em Rede Angola
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