quarta-feira, 1 de abril de 2015

Líder da Fretilin defende correção das "grandes discrepâncias públicas" timorenses




Díli, 01 abr (Lusa) - O secretário-geral da Fretilin, segundo partido timorense, defendeu hoje uma mudança de postura para corrigir as "grandes discrepâncias nos serviços públicos", uma política governamental de "evolução" e um reforço da formação virada para o mercado de trabalho.

Mari Alkatiti intervinha no debate da generalidade do orçamento retificativo no Parlamento Nacional em Díli onde instou o Governo a ser não apenas "de continuidade", mas "de evolução", capitalizando ao máximo no clima de "consenso nacional e inclusão social e política" que se vive.

"Vivemos um tempo de estabilidade e paz. E o Governo tem muitos mecanismos de controlo social e condições para iniciar as reformas administrativas, na área económica", afirmou.

"Hoje o senhor primeiro-ministro disse, e eu concordo, que o desenvolvimento depende do setor privado. Mas o setor privado depende dos projetos de investimento publico. Temos que ter capacidade para transformar a atuação do setor privado por esse método", afirmou Alkatiri.

Mais do que preocupação com o nível de execução orçamental, disse, o Governo deve preocupar-se "com a sua abordagem a essa execução", já que são mais importantes "os gastos que se produzem" do que a quantidade que se gasta.

Alkatiri disse que a estabilidade que se vive no país e o consenso de que goza o Governo constituem uma ótima oportunidade para "uma mudança de postura" e para "corrigir as grandes discrepâncias nos serviços públicos".

Referiu-se ainda aos fundos especiais - de capital humano e infraestruturas - que já dão "muito flexibilidade à capacidade de execução" mas que devem ser melhorados para servir melhor o país.

É o caso, em particular, da política de desenvolvimento do capital humano que "deve servir as necessidades de execução do programa" de desenvolvimento, procurando evitar formar timorenses que depois não encontram emprego.

"Isso não é um desenvolvimento de capital humano mas sim o desenvolvimento de um capital de frustração", afirmou, defendendo mais apostas em formação profissional e vocacional.

O responsável da Fretilin disse que é urgente "corrigir as anomalias do sistema de saúde" e fortalecer a qualidade educativa, apostando ainda no desenvolvimento da agricultura e de outros setores económicos.

E recordou ao Governo que é importante, no atual estado de estabilidade nacional, reforçar "o Estado de direito democrático", especialmente porque nos próximos dois anos o país terá quatro eleições: sucos (freguesias), municipais, legislativas e presidenciais.

Intervindo também no plenário, Natalino dos Santos saudou o orçamento do Governo que considerou responder às preocupações do país e salvaguardar a soberania do Estado e os interesses nacionais.

"Conhecemos a situação real do desenvolvimento nacional que requer medidas adequadas para uma gestão estratégica, com mais eficácia para responder às necessidades da população", disse, recordando as linhas gerais do orçamento e programa do Governo

Lurdes Bessa (PD) manifestou a disponibilidade da sua bancada para trabalhar de forma "critica e construtiva" com o Governo apelando, contudo, ao respeito do princípio da "equidade de desenvolvimento".

ASP // JCS

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