Díli,
01 abr (Lusa) - O secretário-geral da Fretilin, segundo partido timorense,
defendeu hoje uma mudança de postura para corrigir as "grandes discrepâncias
nos serviços públicos", uma política governamental de "evolução"
e um reforço da formação virada para o mercado de trabalho.
Mari
Alkatiti intervinha no debate da generalidade do orçamento retificativo no
Parlamento Nacional em Díli onde instou o Governo a ser não apenas "de
continuidade", mas "de evolução", capitalizando ao máximo no
clima de "consenso nacional e inclusão social e política" que se
vive.
"Vivemos
um tempo de estabilidade e paz. E o Governo tem muitos mecanismos de controlo
social e condições para iniciar as reformas administrativas, na área
económica", afirmou.
"Hoje
o senhor primeiro-ministro disse, e eu concordo, que o desenvolvimento depende
do setor privado. Mas o setor privado depende dos projetos de investimento
publico. Temos que ter capacidade para transformar a atuação do setor privado
por esse método", afirmou Alkatiri.
Mais
do que preocupação com o nível de execução orçamental, disse, o Governo deve
preocupar-se "com a sua abordagem a essa execução", já que são mais importantes
"os gastos que se produzem" do que a quantidade que se gasta.
Alkatiri
disse que a estabilidade que se vive no país e o consenso de que goza o Governo
constituem uma ótima oportunidade para "uma mudança de postura" e
para "corrigir as grandes discrepâncias nos serviços públicos".
Referiu-se
ainda aos fundos especiais - de capital humano e infraestruturas - que já dão
"muito flexibilidade à capacidade de execução" mas que devem ser
melhorados para servir melhor o país.
É
o caso, em particular, da política de desenvolvimento do capital humano que
"deve servir as necessidades de execução do programa" de
desenvolvimento, procurando evitar formar timorenses que depois não encontram
emprego.
"Isso
não é um desenvolvimento de capital humano mas sim o desenvolvimento de um
capital de frustração", afirmou, defendendo mais apostas em formação
profissional e vocacional.
O
responsável da Fretilin disse que é urgente "corrigir as anomalias do
sistema de saúde" e fortalecer a qualidade educativa, apostando ainda no
desenvolvimento da agricultura e de outros setores económicos.
E
recordou ao Governo que é importante, no atual estado de estabilidade nacional,
reforçar "o Estado de direito democrático", especialmente porque nos
próximos dois anos o país terá quatro eleições: sucos (freguesias), municipais,
legislativas e presidenciais.
Intervindo
também no plenário, Natalino dos Santos saudou o orçamento do Governo que
considerou responder às preocupações do país e salvaguardar a soberania do
Estado e os interesses nacionais.
"Conhecemos
a situação real do desenvolvimento nacional que requer medidas adequadas para
uma gestão estratégica, com mais eficácia para responder às necessidades da
população", disse, recordando as linhas gerais do orçamento e programa do
Governo
Lurdes
Bessa (PD) manifestou a disponibilidade da sua bancada para trabalhar de forma
"critica e construtiva" com o Governo apelando, contudo, ao respeito
do princípio da "equidade de desenvolvimento".
ASP
// JCS
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