Paula
Santos – Expresso, opinião
O
primeiro-ministro fala de oportunidades para os jovens em Portugal, a realidade
mostra o desemprego a aumentar, em especial para os jovens.
Mais
uma vez o discurso do Governo não bate certo com a realidade. E a realidade
mostra o agravamento do desemprego. Os sinais de melhoria da situação do país
de que o Governo tanto fala, não se refletem nas condições de vida dos
portugueses. O que se constata é o seu agravamento.
Os
dados do INE referentes à evolução do emprego e do desemprego mensal corrigido
da sazonalidade dizem-nos que aumentou a taxa de desemprego desde setembro do
ano passado, que foram empurrados para o desemprego 36 mil trabalhadores e que
foram destruídos 56700 postos de trabalho.
Quanto
ao desemprego jovem, a taxa situa-se nos 35%.
A
realidade é mascarada com o elevado número de trabalhadores no desemprego que
se encontram em contratos emprego-inserção, em formações do IEFP ou em
estágios, e que não entram na estatística do desemprego, embora não tenham um
emprego e um contrato de trabalho efetivo.
As
oportunidades do primeiro-ministro são os estágios e os contratos de
emprego-inserção, que não são emprego e no fim não oferecem nenhum emprego. Se
as funções desempenhadas pelos trabalhadores em estágios ou em contratos
emprego-inserção correspondem a necessidades permanentes, então porque não se
contratam com um contrato de trabalho efetivo? Esta é a solução que serve os
interesses dos trabalhadores e do país.
Mais
uma vez, o país real é significativamente diferente do país virtual descrito pelo
Governo. E o Governo deliberadamente fala de uma realidade que não existe, para
esconder os problemas para debaixo do tapete, como se ignorando os problemas só
por si os resolvesse.
O
que os números do desemprego nos dizem é que este é um problema estrutural e
demasiado grave.
O
que os números do desemprego nos dizem é que a atual política não resolve o
problema estrutural do desemprego.
O
que os números do desemprego nos dizem é que é urgente uma política
alternativa, patriótica e de esquerda.
É
preciso uma política que defenda o investimento público e que potencie os
setores produtivos e a reindustrialização do país, a criação de riqueza e
criação de empregos com direitos. É preciso uma política que promova o controlo
público de empresas e setores estratégicos do país e valorize os salários.
Sem comentários:
Enviar um comentário