O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, desafiou hoje o PS a pronunciar-se
sobre o pagamento de salários e reformas que foram cortados aos trabalhadores e
pensionistas, por oposição à redução de impostos às empresas.
"Essa
devia ser a prioridade: pagar a quem se deve e muito precisa, pagar a quem não
vive da especulação, mas do seu trabalho presente e passado. Ao Partido
Socialista (PS), que afirma que é preciso conter os sonhos, venha a terreiro,
diga se não é justa esta proposta de pagar a quem se deve, aos trabalhadores e
reformados e não à EDP, às Galps, aos grandes grupos económicos e
financeiros", afirmou Jerónimo de Sousa durante um almoço comemorativo do
25 de Abril em Gondomar, no distrito do Porto.
O
secretário-geral do PCP afirmou que a "volta prometida" da crise se
trata na realidade de "sacrifícios e mais sacrifícios para os mesmos de
sempre, benesses e mais benesses para os senhores do dinheiro", recordando
que o partido propõe a renegociação da dívida pública.
"A
primeira e imediata pergunta que se impõe fazer é que, se acham que há
condições para libertar centenas de milhões de euros para entregar de mão
beijada aos grandes interesses, então porque é que em primeiro lugar não pagam
o que devem aos trabalhadores, aos reformados, [a quem] cortaram os salários e
as reformas?", questionou, lembrando o aumento da dívida e os montantes
dos juros pagos.
Jerónimo
de Sousa repetiu uma frase de hoje do secretário-geral do PS, António Costa,
que afirmou que é preciso "ter a ambição de realizar os sonhos, mas também
o realismo de conter os sonhos na medida das possibilidades".
"A
frase é bonita, mas não diz nada, porque o problema que se coloca é saber se se
travam os sonhos dos portugueses, os seus anseios, a sua ambição de justiça ou
se o PS está a esconder com esta frase - bonita, mas que não diz nada - que
afinal não quer mexer em coisa nenhuma", disse Jerónimo de Sousa.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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