O
deputado Nelson Brito (MpD para São Nicolau) considera os recentes aumentos
tarifários da TACV como uma autêntica “afronta aos cabo-verdianos”. Acusou o
PCA da empresa, João Pereira e Silva, de ter subido unilateralmente as tarifas
por ter as costas quentes tanto do Governo como do partido que o sustenta
(PAICV). Criticou apontando a nomeação de Pereira como mais um caso de
"jobs for the boys".
O
deputado Nelson Brito considerou na sua intervenção enquanto discursava esta
quarta feira, no período antes da ordem do dia, que a empresa de Transporte
Aéreos de Cabo Verde (TACV) só aumentou os preços das passagens porque tem a
cobertura do Governo e do partido que sustenta o poder (PAICV). Acusou
directamente o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da TACV, João
Pereira e Silva, de ter as costas largas por ter sido o mandatário nacional no
recente processo de candidatura de Janira Hopffer Almada à liderança do PAICV e
por ser desta um dos principais conselheiros.
“Caso
contrário, como se explica o silêncio do Governo nesta trapalhada”, questionou
lembrando que a Agência de Aviação Civil (regulador) considera ilegal a subida
dos preços nos moldes em que foi feita e de ter mandado publicamente a retirado
dos aumentos. Este é mais um caso dos “jobs for the boys” criticou a nomeação
de Pereira a PCA da TACV. Apontou neste sentido os resultados negativos da TACV
(3,2 milhões de contos em 2012 e 1,3 em 2013) – dinheiro dos cabo-verdianos
lembrou, sublinhando os riscos de falência da companhia.
“Vai
ser uma afronta aos cabo-verdianos neste verão” defendeu Brito lamentado o
preço das passagens internacionais para os Estados Unidos e Europa “a custar
bem acima dos 100 contos”. Dificulta as viagens em família, a indústria do
turismo e toda a nossa economia, lamentou.
Acusou
ainda a companhia de bandeira de ter aumentado os preços onde detém o monopólio
mas que nas linhas onde tem concorrência (Portugal por exemplo) manteve o
preçário e ainda faz promoções. Isto, com a agravante de ser em plena época
alta. Incriminou por conseguinte a TACV de estar a abusar da sua situação de
monopólio e carregar sobre o povo. Estranhou igualmente a redução da bagagem
permitida aos passageiros em voos nacionais de 20 para 15 quilos.
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Sanny
Fonseca – A Semana (cv)
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