quarta-feira, 6 de maio de 2015

Chefias das Forças Armadas da CPLP pedem "mão firme" aos militares




Os chefes do Estado-Maior-General dos países de língua portuguesa, reunidos hoje em Luanda, exortaram à "mão firme" dos militares da Guiné-Bissau na reforma do setor, depois do golpe de Estado de abril de 2014.

A posição foi transmitida pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, Sachipengo Nunda, que agora assume a presidência rotativa do órgão das chefias militares da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Formulo votos de que as suas Forças Armadas [da Guiné-Bissau] tenham, na pessoa do seu Chefe do Estado-Maior General, a mão firme que conduzirá às reformas preconizadas para o setor militar", disse o general angolano, no discurso de abertura da VII Reunião de chefes militares da CPLP, que já voltou a contar com a presença da Guiné-Bissau.

A representação guineense em Luanda é liderada pelo Chefe do Estado-Maior General, Biagué Na N'Tan, escolhido pelas novas autoridades de Bissau para liderar os militares depois de o Presidente da República, José Mário Vaz, ter exonerado, em setembro de 2014, o general António Indjai, que permanecia no comando depois de ter liderado os militares no golpe de Estado de abril de 2012.

O regresso da Guiné-Bissau a estas reuniões das chefias militares mereceu a "saudação especial" de Sachipengo Nunda, em nome das delegações dos nove países representados em Luanda ao mais alto nível.

"Queremos desejar que isto tudo contribua para a estabilidade da Guiné-Bissau e da comunidade [CPLP] como um todo", disse ainda o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas.

O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Portugal, que no último ano liderou o grupo das chefias militares da CPLP, garantiu a continuidade do "apoio" e "solidariedade" dos países lusófonos ao povo e militares da Guiné-Bissau.

"A Guiné-Bissau, como todos sabemos, passou por um período de turbulência. Neste momento tem uma estabilidade que desejamos seja sustentada e continuada e as Forças Armadas Guiné-Bissau penso que estão empenhadas num futuro melhor", disse o general Pina Monteiro, no final da sessão de abertura da reunião de hoje.

O encontro de chefes militares da CPLP decorre em Luanda até sexta-feira e vai analisar a situação político-militar e questões internacionais de defesa e segurança, nomeadamente eventuais implicações para os países lusófonos.

Portugal cede a liderança rotativa deste órgão às Forças Armadas Angolanas ao longo do próximo ano, cabendo ao país organizar os exercícios militares conjuntos da comunidade lusófona (FELINO) em Cabo Verde, em 2016, e em Angola, no ano seguinte, neste último caso ainda em avaliação por se tratar de um ano de eleições.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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