Os
chefes do Estado-Maior-General dos países de língua portuguesa, reunidos hoje
em Luanda, exortaram à "mão firme" dos militares da Guiné-Bissau na
reforma do setor, depois do golpe de Estado de abril de 2014.
A
posição foi transmitida pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas
Angolanas, Sachipengo Nunda, que agora assume a presidência rotativa do órgão
das chefias militares da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Formulo
votos de que as suas Forças Armadas [da Guiné-Bissau] tenham, na pessoa do seu
Chefe do Estado-Maior General, a mão firme que conduzirá às reformas
preconizadas para o setor militar", disse o general angolano, no discurso
de abertura da VII Reunião de chefes militares da CPLP, que já voltou a contar
com a presença da Guiné-Bissau.
A
representação guineense em Luanda é liderada pelo Chefe do Estado-Maior
General, Biagué Na N'Tan, escolhido pelas novas autoridades de Bissau para
liderar os militares depois de o Presidente da República, José Mário Vaz, ter
exonerado, em setembro de 2014, o general António Indjai, que permanecia no
comando depois de ter liderado os militares no golpe de Estado de abril de
2012.
O
regresso da Guiné-Bissau a estas reuniões das chefias militares mereceu a
"saudação especial" de Sachipengo Nunda, em nome das delegações dos
nove países representados em Luanda ao mais alto nível.
"Queremos
desejar que isto tudo contribua para a estabilidade da Guiné-Bissau e da
comunidade [CPLP] como um todo", disse ainda o Chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas Angolanas.
O
Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Portugal, que no último ano
liderou o grupo das chefias militares da CPLP, garantiu a continuidade do
"apoio" e "solidariedade" dos países lusófonos ao povo e
militares da Guiné-Bissau.
"A
Guiné-Bissau, como todos sabemos, passou por um período de turbulência. Neste
momento tem uma estabilidade que desejamos seja sustentada e continuada e as
Forças Armadas Guiné-Bissau penso que estão empenhadas num futuro melhor",
disse o general Pina Monteiro, no final da sessão de abertura da reunião de
hoje.
O
encontro de chefes militares da CPLP decorre em Luanda até sexta-feira e vai
analisar a situação político-militar e questões internacionais de defesa e
segurança, nomeadamente eventuais implicações para os países lusófonos.
Portugal
cede a liderança rotativa deste órgão às Forças Armadas Angolanas ao longo do
próximo ano, cabendo ao país organizar os exercícios militares conjuntos da
comunidade lusófona (FELINO) em
Cabo Verde , em 2016, e em Angola, no ano seguinte, neste
último caso ainda em avaliação por se tratar de um ano de eleições.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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