terça-feira, 5 de maio de 2015

Desenvolvimento do Português em Timor Leste depende da nova geração "urbana e educada"




Londres, 05 mai (Lusa) - É a nova geração de timorenses que vai liderar a potencial transformação do Português falado em Timor Leste numa variante da língua equivalente à brasileira, afirmou hoje a investigadora Susana Afonso, da universidade britânica de Exeter.

Segundo a académica, Timor Leste não é considerado como falando uma variante do Português porque não registou uma "nativização" da língua, ou seja, uma produção pelos falantes de "inovações" linguísticas, que, ironizou, muitos podem considerar erros.

Esta evolução, registada no Brasil e também em outros países como Angola e Moçambique, não aconteceu em Timor Leste devido ao domínio indonésio durante 27 anos, que levou à quase erradicação do uso do português.

Susana Afonso acredita que será a nova geração de timorenses "urbanos e educados" em língua portuguesa, declarada língua oficial após a independência, em 2002, que "vão liderar a mudança".

"As inovações têm de se tornar estáveis e frequentes", vincou.

Todavia, a evolução do Português em Timor Leste vai ser também condicionada pela sua popularidade em relação à outra língua oficial do país, o tetum, e aos idiomas dos países vizinhos, a Austrália e a Indonésia.

"O desenvolvimento do português vai depender da relação com as outras línguas e a concorrência com as outras línguas endógenas, o inglês e o indonésio", explicou.

A linguista falava num seminário organizado pelo Centro Camões da universidade Kings College de Londres para marcar o Dia Internacional da Língua e da Cultura Portuguesa.

BM // JMR

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