Ivone
Soares diz que "futuro de Moçambique é incerto"
Ramos Miguel – Voz da
América
Moçambique
vive um período de incerteza resultante da reprovação ontem, 30, pelo
Parlamento do projecto de governação autónoma de seis províncias onde a Renamo
diz ter obtido o maior número de votos nas eleições de 2014. É que não se sabe
qual vai ser a reacção do líder do partido Afonso Dhlakama.
A
chefe da bancada parlamentar da Renamo Ivone Soares, falando após o chumbo do
projecto, disse que "o futuro de Moçambique é incerto" e sublinhou
que a crise vai continuar.
Ao
abrigo do projecto, a Renamo previa governar nas províncias moçambicanas de
Sofala, Tete, Manica e Zambézia ( centro), e Nampula e Niassa (norte), onde o
partido reclama vitória nas eleições do ano passado, num modelo de municípios
alargados á escala provincial.
A
Renamo pretendia com esta proposta ultrapassar a crise política que se vive no
país, resultante do facto de o partido não reconhecer os resultados das
eleições gerais de 2014.
A
chefe da bancada parlamentar da Renamo Ivone Soares afirmou que "a
reprovação do projecto de Autarquias Provinciais não acaba com o problema da
fraude eleitoral".
Analistas
dizem que o projecto tinha muitos aspectos controversos, entre os quais o facto
de a Renamo exigir a nomeação, por Afonso Dhlakama, de presidentes de Conselhos
Provinciais com funções executivas em seis províncias, a canalização de 50 por
cento das receitas geradas pela extracção mineira e dos valores gerados pelo
sector petrolífero, 1% de alguns impostos cobrados pelo Estado nas autarquias
locais, impostos de natureza provincial, bem como impostos autárquicos.
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