O
secretário-geral do PCP acusou hoje PSD, PS e CDS de apenas defenderem medidas
favoráveis às micro, pequenas e médias empresas (MPME) quando estão na
oposição, ao contrário dos comunistas, com "dezenas de propostas
legislativas".
"É
expectável que para o ano, por esta altura, já PSD e CDS estejam novamente a
defender as micro, pequenas e médias empresas porque será sinal seguro e certo
de que já estão na oposição", desejou Jerónimo de Sousa, num hotel
lisboeta, em mais uma da série de audições públicas para a elaboração das
grandes linhas programáticas e consequente proposta eleitoral comunistas, cujas
apresentações são previstas para 26 de maio e 07 de julho, respetivamente.
Reunido
com empresários e representantes de associações empresariais de diversas áreas
de atividade, além de outros dirigentes do PCP, o líder comunista considerou
que "também o PS não parece - e ainda é oposição - muito interessado numa
abordagem séria das políticas para as MPME".
"No
recente relatório dos 12 economistas, que será a base económica do seu
programa, não há qualquer focagem específica nas MPME, à exceção do 'reforço do
financiamento das PME e de dimensão média através do mercado de
capitais'", criticou, lamentando que os socialistas se limitem a fazer
"um cotejo" entre as MPME portuguesas e "empresas dos EUA,
França, Alemanha, Espanha e Itália", sendo "preciso mesmo uma leitura
inteligente para descodificar tal proposta", pois não há "respostas
concretas".
Jerónimo
de Sousa recordou que, "só nas últimas quatro legislaturas", o PCP
apresentou no parlamento "dezenas de propostas legislativas sobre as MPME
(sobre fiscalidade, preços da energia, arrendamento comercial, defesa da
produção nacional, sã concorrência, relação com a banca)".
"PSD
e CDS, na oposição, com as MPME ao colo, enquanto atacavam o Governo
PS-Sócrates: eram projetos de resolução, projetos de lei, críticas ferozes,
fundos comunitários reservados às pequenas empresas, etc, etc... Aliás, a
reposição do filme, anos antes, produzido pelo PS, quando atacava o Governo PSD/CDS-Barroso-Santana,
e podia-se rebobinar mais para trás...", continuou.
Para
o secretário-geral do PCP, por exemplo, em matéria de Pagamento Especial por
Conta (PEC), o PSD, sempre que está na oposição, é contra o PEC, logo que é
Governo agrava-o, foi assim com Durão Barroso-Portas, repetiu-se com Passos
Coelho-Portas.
"Nos
tempos da oposição, era ver e ouvir o então deputado Paulo Portas a falar da
rigidez, da inflexibilidade, da visão formal, legalista da Autoridade
Tributária, na relação com as micro e pequenas empresas, pedindo, e bem,
contenção. Calcule-se!? E hoje é um ver se te avias, transformando os micro e
pequenos empresários, a par dos trabalhadores, na vaca leiteira do Fisco",
atirou também ao atual vice-primeiro-ministro.
O
líder comunista sublinhou que o seu partido "muitas vezes, podia ter sido
parte do Governo", mas isso teria o custo de abdicar "de ter só uma
palavra, uma cara, de honrar aquilo que" diz e faz na Assembleia da
República, "a troco de arranjinhos ou lugares", preferindo manter-se
"coerente, determinado e à procura de ser sério na forma de estar na
política".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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