Jerónimo
de Sousa dirigiu algumas críticas ao programa eleitoral do PS
“O
programa eleitoral confirma igualmente os seus propósitos de prosseguir na
mesma política”, adiantou este domingo Jerónimo de Sousa.
O
secretário-geral do PCP falava, a partir de Viseum sobre o recentemente
anunciado programa eleitoral do PS.
“Um
projeto de programa de eleitoral com umas propostas de adorno numa tentativa de
tornar doce a amarga realidade da inexistência de uma verdadeira política
alternativa”, atirou.
Para
Jerónimo de Sousa, “tal como o governo PSD, o PS quer manter o confisco dos
salários dos trabalhadores da administração pública no próximo ano, quer manter
a brutal carga fiscal que incide sobre os trabalhadores, não só prolongando por
mais dois anos a sobretaxa extraordinária, como perpetuando o enorme aumento do
IRS”.
“Quer
manter todas as medidas mais gravosas do código de trabalho”, acrescentou.
O
político criticou, ainda, a questão das privatizações parciais e lembrou os
casos da PT, Ren e mesmo da EDP, que "estão todas em mãos
estrangeiras" e todas iriam passar por uma privatização parcial.
Notícias
ao Minuto
Jerónimo
critica Governo por querer novos cortes na Segurança Social
O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou hoje o Governo por
pretender "novos e mais cortes na Segurança Social", questionando o
porquê de querer fazer "um arranjinho com o PS".
Ao
intervir ao final da tarde de hoje, em Viseu, no encerramento da 10.ª
Assembleia da Organização Regional do PCP, Jerónimo de Sousa disse que "o
que está aí pelas mãos do Governo são novos e mais cortes na Segurança
Social", no valor de 600 milhões de euros.
"Porque
é que será que a ministra das Finanças avançou com a possibilidade de um
arranjinho com o PS para cortar nas reformas durante os próximos anos? Lá
saberá porquê", afirmou.
O
líder comunista avisou que, se com o PSD e o CDS a perspetiva é "de
continuação do rumo da exploração, empobrecimento e declínio", o PS, com o
seu relatório 'Uma década para Portugal' completado com o programa eleitoral,
mostrou "os seus propósitos de prosseguir, no essencial, a mesma
política".
Na
sua opinião, trata-se "um projeto de programa eleitoral com umas propostas
de adorno, numa espécie de operação de douramento da pílula, na tentativa de
tornar doce a amarga realidade da inexistência de uma verdadeira política
alternativa".
"Na
verdade, tal como o Governo PSD, o PS quer manter o confisco dos salários dos
trabalhadores da administração pública no próximo ano, quer manter no essencial
a brutal carga fiscal que incide sobre os rendimentos dos trabalhadores",
lamentou.
Por
outro lado, "quer manter em sede de IRC [Imposto sobre o Rendimento das
Pessoas Colectivas] os instrumentos para facilitar a fuga aos impostos ao
grande capital, continuar a política de privatizações" e "lançar uma
nova contrarreforma da Segurança Social, comprometendo a sua sustentabilidade e
admitindo o aumento da idade da reforma e o estímulo ao plafonamento",
acrescentou.
Segundo
Jerónimo de Sousa, fica também clara "a sua intenção de facilitar ainda
mais os despedimentos em geral" e a "admissão do congelamento dos
salários na administração pública e das pensões de reforma até 2019".
"Convém
registar a diferença, assente no grau e no ritmo: a direita quer cortes e
austeridade de forma bruta e crua, o PS quer cortes de austeridade com
inteligência", considerou.
No
entanto, para o secretário-geral do PCP trata-se de "um programa de
propostas que, nalguns casos, não passam de palavras vazias, de efeito
demagógico", como a frase "o interior como centralidade do mercado
ibérico'.
"Inteligente
pode ser, ninguém percebe é o que isto é", frisou, acrescentando que
"não é mudando o centro da península no papel, mantendo as políticas de
sempre, que as populações do interior verão os seus problemas resolvidos".
Jerónimo
de Sousa aludiu também à proposta de criação de círculos eleitorais uninominais
que "visa criar um sistema eleitoral que sobretudo favoreça e estimule a
concentração de votos no PS e no PSD".
Na
sua opinião, trata-se de "uma solução de engenharia eleitoral que lhes
garanta formar governos com menos votos e eternizar o sistema de rotativismo
bipolarizador".
"Uma
solução para recuperar o atual sistema bipartidário, de governação, que começa
a abrir brechas, de forma a garantir a continuação da sua hegemonia e
alternância de governação, não vá o povo um dia mudar de opinião e também mudar
de voto", acrescentou.
O
líder comunista criticou o secretário-geral do PS, António Costa, por ter dito
que "se não tiver maioria absoluta, o Presidente da República poderá vir a
prolongar a agonia deste Governo até lá para abril".
"Mais
uma jogada inteligente. Ou será chico espertismo? Porque, naturalmente, o que
se pretende é assustar muitos eleitores com esta ameaça de uma possível vitória
da direita", alertou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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