quinta-feira, 7 de maio de 2015

Portugal. “PS QUER ALTERNÂNCIA SEM ALTERNATIVA” – Jerónimo de Sousa




O secretário-geral do PCP afirmou hoje que o maior partido da oposição, o PS, "quer uma alternância, mas não uma alternativa" em termos políticos, referindo-se ao cenário macroeconómico apresentado pelos socialistas e algumas propostas eleitorais anunciadas.

"No fundo, aquelas propostas o que demonstram é que o PS quer uma alternância, mas não uma alternativa", resumiu Jerónimo de Sousa, após receber dirigentes da Associação Intervenção Democrática, que integra a Coligação Democrática Unitária (CDU), juntamente com "Os Verdes", na sede comunista, em Lisboa.

O líder do PCP foi questionado sobre declarações da véspera do seu homólogo do PS, António Costa, que admitiu, em entrevista à TVI, alterar os escalões do IRS para diminuir a carga fiscal sobre o trabalho caso vença as legislativas, entre outras medidas.

"Esperávamos ouvir do PS, em relação a questões de fundo e problemas dramáticos, a necessidade de uma rutura com este caminho para o desastre e uma política alternativa, mas encontramos o PS comprometido, nas suas propostas, com o Tratado Orçamental, em recusa da renegociação da dívida e seu serviço, com uma diferenciação de ritmo em relação às privatizações", lamentou, expressando preocupação sobre o plano socialista quanto a direitos laborais e à Segurança Social.

Sobre a CDU, Jerónimo de Sousa mostrou-se satisfeito pelo "bom ambiente, de confiança, com possibilidades reais de crescimento e afirmação".

"Nas eleições para o Parlamento Europeu (25 de maio de 2014), ultrapassámos de longe essa percentagem (de 10% dos votos). Também nas eleições da Madeira (29 de março), mais votos, mais percentagem, mais mandatos. São elementos que nos levam a ter esta confiança, um pouco por todo o país, nos contactos com populações, é objetivo, há um bom sentimento. Há muitos portugueses a olharem para a CDU como uma referência", congratulou-se.

Jerónimo de Sousa respondia ao facto de a CDU não conseguir ultrapassar a fasquia dos dois dígitos, em termos de percentagem de votos desde 1987, ou seja, há sete sufrágios legislativos consecutivos, depois de obter 12,14% naquele ato eleitoral, que deu a primeira maioria absoluta ao PSD de Cavaco Silva.

Há um ano, nas últimas europeias, a CDU garantiu 12,68%. Nas regionais madeirenses de há cerca de um mês, a CDU passou de um mandato (3,76%) na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira para uma representação de dois deputados (5,54%).

Lusa, em Notícias ao Minuto

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