terça-feira, 9 de junho de 2015

A CPLP E O MAR



Jornal de Angola, editorial

A economia do mar é  hoje  um assunto que interessa a  muitos Estados. Em  tempo de crise,  ainda não superada ainda por vários países, o tema  tem  suscitado  as atenções de Governos, que  têm estabelecido politicas públicas  no sentido de potenciar um recurso  que pode contribuir grandemente para resolver  muitos problemas económicos

O mar tem imensos recursos  e, em tempo diversificação de economias  naqueles países que  dependem excessivamente do petróleo , compreende-se que vários Estados estejam agora a considerar  investimentos  numa área  que pode  ajudar  a dar oportunidades a agentes económicos  e consequentemente  reduzir o desemprego.

O combate ao desemprego preocupa muitos Governos , que  adoptam políticas de incentivo à criação de pequenas e médias empresas , de modo a aumentarem os postos  de trabalho.

O emprego é uma das questões centrais  de muitos Estados e não é por acaso que há países com departamentos ministeriais  para tratar  especificamente  de questões relativas ao acesso  ao mercado de trabalho.

A economia do mar  é  uma área  a que  se está a dar  particular importância,  pois sabe-se que os oceanos  constituem  também fonte  de recursos para o desenvolvimento sustentável e é assunto que se discute a nível multilateral.

Os ministros responsáveis pelos assuntos mar  da  Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)  reuniram-se recentemente,  em Lisboa, para abordar  questões relacionadas com a chamada “economia azul”, tendo  as discussões  sido centradas   no papel dos  agentes privados e públicos na exploração de  recursos dos oceanos, na perspectiva  da criação de riqueza e de combate à pobreza.

O facto de os Estados membros da CPLP possuírem territórios marítimos leva-os a interessarem-se  em discutir problemas que  em muitos casos lhes são comuns , podendo na troca de experiências  e de conhecimentos todos ganhar no sentido de se avançar para  projectos de cooperação  dinâmica e  exequíveis.

Os ministros  da CPLP manifestaram na reunião  a intenção de avaliarem as iniciativas definidas da comunidade para os oceanos  e realçaram a importância  de concertar esforços  para a partilha de informação relevante sobre projectos  de extensão  da plataforma continental.

O multilateralismo tem a vantagem de  permitir aos Estados  tirarem proveito  do que há de mais avançado no mundo para  adaptá-lo  às suas realidades.  Num mundo complexo,  precisamos todos de  partilhar não somente informações, mas também conhecimentos que fazem  gerar o crescimento e o desenvolvimento económico.

A CPLP é uma comunidade na qual   estão inseridos países  com diferentes níveis de desenvolvimento e de potencialidades económicas  e essa diversidade faz dela um espaço  capaz de  impulsionar uma cooperação que aproveite  a todos os seus  membros.

A língua comum e  o longo período de contacto entre si sob diversas formas  facilitam  uma colaboração multilateral frutuosa, apesar da descontinuidade geográfica, que não tem  impedido  a aproximação  entre os povos da comunidade , que têm tudo para  ir mais longe em termos  de relações económicas.

Os dirigentes  dos países já perceberam isso  e certamente querem tirar partido das potencialidades que  cada Estado da comunidade comporta . É necessário passar à acção, com  mecanismos de cooperação que possam  ajudar  todos  a progredir.

Afinal, é o progresso que interessa a todos os seus Estados membros. E o progresso de cada um em determinadas áreas  consegue-se procurando a cooperação  com os outros  que apresentem vantagens   neste  ou naquele domínio.

O importante é que haja sempre disponibilidade para  a discussão dos problemas e de os resolver em conjunto  quando  for necessária  concertação, para se avançar para  o bem-estar de todos os povos  de uma comunidade  que já  ganhou prestígio internacional e que é integrada por povos de quatro continentes. O mar é hoje visto como mais uma potencialidade que pode transformar as economias  do Estados da CPLP. A necessidade de resolução de muitos problemas económicos dos povos da comunidade justifica este empenho em encontrar soluções para  a “economia azul “ ser  próspera  em todo o espaço  onde se fala a língua portuguesa.


É  acertado não subestimar os recursos marinhos numa altura em que é necessário diversificar a economia , um processo que no nosso país ganha nova dinâmica, prevendo-se  uma intensificação de actividades em diferentes áreas da produção.  Que a economia do mar venha a ter futuramente um grande peso no nosso Produto Interno Bruto.

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