sábado, 20 de junho de 2015

Angola. Ministério das Finanças confirma melhoria nas condições do crédito chinês




Ministro garantiu que não foi solicitada qualquer moratória sobre o pagamento

O Ministério das Finanças confirmou ontem a negociação com o governo da China da melhoria das condições do crédito chinês, mas garantiu que não foi solicitada qualquer moratória sobre o pagamento.

Em comunicado, o ministério liderado por Armando Manuel refere-se à visita oficial de cinco dias do presidente José Eduardo dos Santos, à China, que terminou a 13 de Junho, durante a qual foi negociado um reforço do apoio financeiro chinês a Luanda.

Os contornos deste acordo são ainda desconhecidos, tendo sido noticiado o pedido de uma moratória de dois anos sobre o pagamento da dívida – apoio financeiro obtido depois do fim da guerra civil, em 2002 – junto de entidades chinesas.

“Estes relatos não são verídicos”, garante o ministério das Finanças, no primeiro pronunciamento sobre os acordos com a China, e numa altura em que a oposição e economistas questionam o teor e contrapartidas deste novo entendimento.

No mesmo comunicado é esclarecido que os ministros que integraram a comitiva de José Eduardo dos Santos discutiram com os homólogos chineses “maneiras para expandir a capacidade fiscal” e para prosseguir com a execução do Plano Nacional de Desenvolvimento,  “sem comprometer a actual carteira de dívida, dada as circunstâncias actuais de baixa dos preços do petróleo no mercado internacional”.

“A estratégia adoptada incluiu a exploração de novas formas de financiamento, expansão do limite de exposição ao risco oferecido pela Agência de Crédito de Exportação Chinesa, expansão das oportunidades de financiamento, melhorando os termos e condições das facilidades de crédito anteriores para reflectir as condições actuais mercados, bem como a identificação de projectos estratégicos nas áreas de energia eléctrica, abastecimento e tratamento de água, saneamento, e agricultura”, lê-se no mesmo comunicado.

A crise da cotação internacional do barril de crude fez diminuir as receitas fiscais com a exportação do petróleo, cujo peso passará de mais de 70 por cento em 2014 para cerca de 36,5 por cento este ano, com o governo a tentar diversificar as fontes de financiamento internacional.

Apesar das “actuais condições adversas de mercado”, o Ministério das Finanças afirma que o Executivo “continua focado na implementação de políticas fiscais e monetárias sólidas” para garantir a estabilidade do ambiente macroeconómico, dos programas de investimento público e as reformas “necessárias para estimular o crescimento económico e a sustentabilidade da dívida pública”.

O presidente visitou a China pela quarta vez em 27 anos, em termos oficiais.

Após as conversações entre Eduardo dos Santos e o homólogo chinês, Xi Jinping, foi anunciado que a China vai ajudar financeiramente Angola a “superar as dificuldades” criadas pela queda do preço do petróleo e consequente “diminuição das receitas do governo”, mas ambas as partes recusaram falar em montantes da ajuda.

Lusa, em Rede Angola

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