quinta-feira, 2 de julho de 2015

Angola. PRESIDENTE REAGE À PRISÃO DOS ATIVISTAS LEMBRANDO O 27 DE MAIO




“Quem escolhe a via da força para tomar o poder ou usa meios anti-constitucionais, não é democrata”, disse José Eduardo dos Santos.

Borralho Ndomba – Rede Angola (ao)

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse hoje que os angolanos não devem ser expostos a situações dramáticas idênticas a de 27 de Maio de 1977, data em que milhares de militantes do MPLA foram mortos, incluindo Nito Alves, supostamente por tentar um golpe de Estado.

“Não se deve permitir que o povo angolano seja submetido a mais uma situação dramática, como a que viveu em 27 de Maio de 1977, por causa de um golpe de Estado”, afirmou José Eduardo dos Santos, comentando o caso que envolve a prisão de 15 activistas acusados pela Procuradoria Geral da República de estarem a preparar um atentado contra o presidente e outros membros dos órgãos de soberania.

Falando na abertura da terceira sessão extraordinária do Comité Central do MPLA, que está a decorrer no complexo Futungo II, em Luanda, o também presidente do partido, aconselhou os cidadãos interessados a conquistar o poder formando um partido político e concorrendo às eleições.

“Quem quer alcançar a Presidência da República e formar o governo que crie, se não tiver, um partido político nos termos da Constituição e da Lei, e se candidate às eleições”, sugeriu o chefe de Estado, naquela que é a sua primeira declaração pública desde a prisão dos activistas no dia 20 de Junho.

“Quem escolhe a via da força para tomar o poder ou usa meios anti-constitucionais, não é democrata. É tirano ou ditador. Acusaram o MPLA e os seus militantes de intolerantes, mas a mentira tem pernas curtas, hoje todos sabem onde estão os intolerantes e nem é preciso dizer os seus nomes”, concluiu José Eduardo dos Santos.

Ao todo, 15 pessoas foram detidas. O Ministério Público alega que a conduta dos suspeitos configura actos preparatórios para o cometimento do crime de rebelião, tendo sido decretada a prisão preventiva “por inconveniência da liberdade provisória”.

Na versão dos jovens activistas, associados ao designado Movimento Revolucionário, estes encontravam-se regularmente para discutir a intervenção política e cívica, inclusive com acções de formação.

Numa destas reuniões, a 20 de Junho, foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) 13 elementos, em Luanda, o mesmo acontecendo, nos dias seguintes, com outros dois.

Luaty Beirão, um dos detidos, iniciou no domingo uma greve de fome, soube o Rede Angolaatravés de fonte próxima ao defensor de direitos humanos. O mesmo alega que se estão a violar os direitos dele enquanto cidadão, e se lhe tiram o direito de estar livre, não comerá. Continue a ler aqui.

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