domingo, 30 de agosto de 2015

Moçambique. PORTADORAS DE ALBINISMO MARCHAM EM REPÚDIO AOS SEQUESTROS




Maputo, 29 Ago (AIM) Um universo estimado em cerca de 50 pessoas portadoras de albinismo, na sua maioria adolescentes, marchou na manhã de hoje na capital moçambicana, Maputo, em repúdio aos sequestros que têm sofrido, em particular no norte de Moçambique.

O presidente da Associação Moçambicana de Apoio aos Albinos (AMAA), William Savanguane, que falava após o termo da marcha, os raptos e assassinatos de pessoas portadoras de albinismo registam níveis preocupantes, porquanto só no corrente ano houve pelo menos 18 casos em todo o país.

Savanguana explicou à reportagem da AIM que a protecção de pessoas portadoras de albinismo também deve ser tarefa de toda a sociedade.

Frisou que pessoas albinas merecem um tratamento igual ao de todos, uma vez que
eles saem de famílias e não escolheram ser albinos, pelo que merecem todo amparo.

A fonte vincou a necessidade de haver mais esforços para travar o fenómeno, para que a onda de sequestros termine na província de Nampula, norte do país, e não se alastre para as regiões centro e sul do país.

O rapto de albinos acontece mais em Nampula. Então, para que acabe é preciso a sociedade e as organizações governamentais e não-governamentais adoptem medidas cautelares para que não chegue às províncias do centro e sul, disse.

O tráfico de pessoas albinas é tido como um fenómeno associado a superstição, uma vez que alguns quadrantes da sociedade acreditam que a extracção de órgãos humanos em pessoas portadoras de albinismo pode gerar riqueza e sorte nas suas vidas.

O presidente da AMAA reiterou que o Governo deve agir de forma implacável para travar esta prática desumana.

Por seu turno, o presidente da Associação Jovens com Saúde, Dúrcio Cossa, afirmou ser necessária uma maior sensibilização de modo a que a sociedade se junte para eliminar as práticas atentatórias aos albinos.

Cossa apontou, a título de exemplo, ter gravado uma canção cujo conteúdo centra-se no apelo a sociedade no sentido de abandonar o pensamento de que parte dos órgãos do corpo de uma pessoa albina traz riqueza.

Na música com o título lágrimas de dor, que já passa nas rádios do país, eu digo aos moçambicanos para deixarem de perseguir os nossos irmãos albinos porque também constituem parte da nossa sociedade, são moçambicanos, explicou.

Cossa reiterou por outro a necessidade urgente de o Executivo responsabilizar severamente os implicados nos raptos para se evitar o pior.


(AIM) - Acácio Chirrinzane (AC)/le

Sem comentários:

Mais lidas da semana