As
autoridades da Arábia Saudita destacaram hoje um largo número de forças
especiais para Meca, no dia em que os peregrinos celebram os rituais finais do
'hajj', marcado pela trágica morte de 769 pessoas numa debandada.
O
ministro da Saúde Khaled al-Falih anunciou os novos números da tragédia
ocorrida quinta-feira que aumentou dos 717 avançados ao início do dia.
Já
o número de feridos chega agora aos 934 em vez dos 863 iniciais do incidente
que é já considerado o pior do género em 25 anos ocorrido durante a
peregrinação de fiéis muçulmanos à Arábia Saudita, tendo as autoridades de
segurança do país recebido duras críticas.
A
peregrinação aos locais sagrados é um dos cinco pilares do Islão.
Dezenas
de "forças de emergência especiais" foram vistas hoje no nível um da
Jamarat Bridge, uma estrutura de cinco andares em Mina, onde os peregrinos em
ritual lançam a pedra ao diabo, e para onde centenas de milhar foram
convergindo quando a debandada ocorreu nas proximidades.
Muito
mais forças especiais patrulharam as ruas das redondezas que conduzem à
estrutura que se assemelha a uma garagem, medidas que surgiram depois da tragédia.
Por
seu turno, o ministro do Interior avançou ter delegado 100.000 polícias para
fazer a segurança no 'hajj' e para controlar a multidão.
Várias
criticas à segurança no local da peregrinação surgiram de vários países, em
especial do vizinho Irão, cujo número de peregrinos mortos ascende a 136.
"Não
é só incompetência, mas um crime", acusou o procurador-geral iraniano
Ebrahim Raeisi, revelando que os responsáveis podem ser levados a tribunal.
No
primeiro dia do ritual de lapidação, perto de Meca, pelo menos 769 pessoas
morreram e 934 ficaram feridas nos incidentes provocados pela aglomeração e
entrada maciça de peregrinos em Meca, na pior tragédia dos últimos 25 anos
O
'hajj' foi particularmente mortífero este ano. Pelo menos 109 pessoas morreram
e cerca de 400 ficaram feridas, a 11 de setembro, quando uma grua caiu sobre a
Grande Mesquita de Meca.
Centenas
de milhar de fieis muçulmanos, enquadrados por um dispositivo de segurança
reforçado, terminam hoje a grande peregrinação anual a Meca, dois dias após a
maior tragédia ocorrido nos últimos 25 anos.
Hoje,
às primeiras horas do dia, grupos de peregrinos deslocaram-se ao local de
apedrejamento em Mina, onde o drama aconteceu, para o ritual final que consiste
em atirar pedras ao diabo.
As
autoridades sauditas ainda não estabeleceram uma lista das vítimas por
nacionalidade enquanto um vasto numero de peregrinos ainda tentam encontrar os
seus familiares, vivos ou mortos.
"Não
dormimos, nem comemos depois da tragedia. Andamos a correr de hospital em
hospital. Demos o seu nome e a sua fotografia em todos os hospitais",
contou uma das peregrinas que não tem notícias do seu irmão há dois dias.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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