sábado, 26 de setembro de 2015

Médico investigado por má conduta por ter sido voluntário durante Occupy em Hong Kong



Hong Kong, China, 25 set (Lusa) -- Um médico que fez voluntariado numa estação de primeiros socorros numa zona de protesto pró-democracia em Hong Kong, em 2014, revelou hoje que ele e outros profissionais de saúde foram alvo de investigação por eventual má conduta.

Ray Leung Tsz-hang, médico num hospital público em Hong Kong, não sabia que estava a ser investigado até o Conselho Médico (Medical Council), que atribui as licenças e promove a ética e disciplina dos médicos, lhe ter informado, no final da investigação, que ele tinha sido ilibado de má conduta, escreve hoje o jornal South China Morning Post.

A investigação foi lançada por uma queixa apresentada junto do Conselho Médico, fundamentada no facto de que os profissionais de saúde "deviam ter descanso suficiente fora do seu local de trabalho de forma a garantirem a segurança pública".

A revelação feita pelo médico, que escreveu sobre o caso no Facebook, surge a poucos dias do primeiro aniversário do início da ocupação das ruas em algumas zonas de Hong Kong, na segunda-feira, 28 de setembro.

"Enquanto médicos, a nossa missão é salvar vidas", escreveu.

"Houve um grupo de médicos que (sentiu que) não podia simplesmente ficar em frente à televisão a ver a nossa gente a ser agredida", acrescentou.

Leung disse que a queixa mencionou vários médicos, enfermeiros e elementos dos primeiros socorros que ofereceram assistência nas zonas de protesto em Admiralty, junto à sede do governo, e em Mong Kok, zona densamente povoada em Kowloon.

O Conselho notificou o médico este mês, informando-o que tinha conduzido uma investigação preliminar e que arquivou o caso.

Pierre Chan, presidente da associação dos médicos da função pública (Public Doctors' Association), disse que a participação num movimento social não contradiz os princípios que governam a conduta profissional da classe.

O mesmo responsável indicou que o caso pode afastar alguns médicos de se juntarem a movimentos sociais.

Um porta-voz da Autoridade Hospitalar (Hospital Authority) disse respeitar as opiniões pessoais dos funcionários.

FV // ARA – Foto HKFP

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