O
sindicato dos médicos são-tomenses avisou hoje para o risco de "colapso
total" o principal centro hospitalar do país, o hospital Aires de Menezes,
devido à falta de consumíveis clínicos.
O
hospital "padece de uma patologia grave com tendências a entrar em colapso
total", avisam os médicos num comunicado em que descrevem um conjunto de
anomalias no hospital Aires de Menezes, entre eles a falta de recursos para
determinar açúcar no sangue.
"Neste
momento, no hospital Ayres de Menezes, a exceção do banco de urgência, não
dispomos em nenhum outro serviço de fita de BMtest para determinar açúcar no
sangue. Com essa fita podemos salvar uma vida em cinco segundos como também
podemos perdê-la no mesmo tempo", diz o comunicado do sindicato dos
médicos.
Tentando
demonstrar ainda a situação de "colapso total" em que o hospital
Aires de Menezes corre o risco de entrar, o sindicato dos médicos dá o exemplo
de uma criança a quem foi "recomendada uma cirurgia de emergência pela
telemedicina", mas "teve alta hospitalar em menos de 24 hora
[assinada] por um técnico não autorizado".
No
comunicado, é ainda feito um alerta para os casos dos distritos sanitários que
"não têm cuidados médicos cirúrgicos".
O
sindicato e a ministra da saúde estão de costas voltadas e os médicos já
remeteram um pré-aviso de greve ao governo.
Em
causa está a decisão da ministra Maria de Jesus Trovada de afastar dos serviços
de saúde o único médico-cirurgião nacional, Pascoal de Apresentação.
O
médico foi sancionado depois de ter sido aberto uma ação por suspeita de ser
responsável pela morte de uma criança.
"Tal
decisão da ministra, no nosso entender é exagerado e sem qualquer fundamento
aparente", diz o comunicado do sindicato, assinado pela sua
secretária-geral, Benvinda Vera Cruz.
O
sindicato dos médicos fala em "desgraça no sistema nacional de
saúde", manifestam "profunda indignação" com a decisão da ministra
de afastar o médico-cirurgião e "reafirma todo o apoio moral" ao
colega.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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