segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Angola. É POSSÍVEL E VAMOS CONSEGUIR



Filomeno Manaças – Jornal de Angola, opinião

A TAAG é o mote para a prosa de hoje

A TAAG está a mudar para melhor e hoje, quando se fala da nossa companhia de bandeira, as conversas giram em torno do que está a ser feito para que a empresa seja realmente eficiente na prestação de serviços.

Os atrasos constantes dos voos são agora coisa do passado. O passageiro que se atrasa a chegar ao aeroporto para o check in fica agora em terra e já não pode contar com o benefício que a desorganização lhe concedia generosamente, para desencanto, como é óbvio, dos que sempre reclamavam sobre esse estado de coisas e consideravam o facto como uma falta de consideração em relação aos compromissos assumidos pela companhia, nomeadamente o cumprimento dos horários dos voos.

Ficámos famosos pela negativa nesse aspecto e confesso que não via chegar a hora de ver as coisas serem invertidas.

A companhia está a entrar nos eixos e é disso que precisamos no país em relação a muitos outros sectores, que também reclamam por mudanças de fundo, de forma a melhor corresponderem às exigências do mercado.

A TAAG pode vir a ser uma das melhores companhias aéreas de África, concorrendo em pé de igualdade com outras que já estão no mercado há mais de duas décadas e que, por isso mesmo, já têm o seu espaço conquistado. Com a entrada em funcionamento do novo aeroporto de Luanda, a acontecer em 2017, o país vai ganhar um novo fôlego em termos de aviação comercial e a TAAG, em particular, vai afirmar-se como uma nova fonte de receitas para o Estado. Como nota de curiosidade faz-se necessário sublinhar que os técnicos angolanos têm estado a surpreender, pela positiva, a equipa de especialistas estrangeiros que agora partilham com os nacionais a responsabilidade de colocar a TAAG  no bom caminho.

“Afinal vocês até sabem fazer isso! Por que razão não faziam antes?” - Parece ser a expressão, que aglutina em si um misto de admiração e desabafo, dos que constatam que, no final das contas, não é com grande despreparo que a mão de obra angolana responde aos novos desafios, antes pelo contrário.

Para completar as mudanças positivas que a TAAG está a sofrer, importante será que outros serviços complementares, como o de entrega de bagagens aos passageiros que tenham desembarcado, também acompanhem a nova dinâmica que está a ser introduzida.
O caso da TAAG é apenas um exemplo de que o país pode entrar nos carris em muitas outras áreas, onde é dramaticamente crítica a prestação de serviços no que diz respeito à sua qualidade e a forma como ela é feita.

Outro sector onde também já são palpáveis mudanças assinaláveis é o alfandegário, embora persista a percepção fundada de que muito há ainda por fazer no sentido de tapar os furos por onde o Estado continua a perder avultadas somas em dinheiro.

Os angolanos precisam de abraçar uma nova forma de estar e isso passa essencialmente por mudar a sua consciência. Uma nova consciência capaz de promover novas atitudes e, desse modo, induzir o próprio progresso social e económico.

Acreditamos que o país pode melhorar profundamente em muitos aspectos desde que haja seriedade e empenho, uma fiscalização à altura daquilo que é o desempenho de cada área de serviços, porque é, em grande medida, a desresponsabilização o factor fundamental que está na base do muito do mal que entrava o normal funcionamento quer de instituições públicas quer privadas.

A verdade é que acreditamos que, da mesma maneira que vemos o país progredir em vários domínios, com resultados macroeconómicos francamente agradáveis, também temos fé que no plano da prestação de serviços sociais ao público, se possa elevar o nível da qualidade da oferta, que deve estar disponível de imediato e de forma esclarecida.

Em matéria de direitos do consumidor, é um terreno onde muito ainda há por fazer, num mercado com boas perspectivas mas ainda com deficiências notáveis, por isso mesmo um campo em que as instituições que têm a obrigação de moldar as consciências devem ter uma forte intervenção. Fornecedores de serviços e consumidores devem ter uma relação onde a transparência, o respeito e a ética devem ser valores que vão construir a confiança e permitir que as trocas comerciais se desenvolvam numa base saudável para a própria economia nacional, na medida em que assim estarão criadas as bases para um crescimento saudável da própria sociedade.

As melhorias na TAAG estão a mostrar que, afinal, nada é impossível. É possível melhorar os serviços da TAAG, foi possível melhorar os serviços aduaneiros, é possível melhorar os serviços de saúde, é possível melhorar ainda mais os serviços da administração pública, é possível melhorar os serviços de táxi, é possível melhorar na educação, enfim, é possível melhorar o país e vamos consegui-lo.

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