O
primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje não ignorar dificuldades e
restrições que limitarão a ação do executivo, mas rejeitou temor face ao
futuro, contrapondo que formou um Governo "confiante" na
solidariedade da maioria parlamentar que o suporta.
“É
com muita honra mas é sobretudo com um profundo sentido de serviço ao país que
assumo a exigente tarefa de liderar o Governo de Portugal”.
Estas
palavras foram proferidas por António Costa logo no início do seu discurso após
o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o ter empossado no cargo de
primeiro-ministro do XXI Governo Constitucional.
"Num
tempo que todos sabemos ser de muitas incertezas e enormes desafios - para o
nosso país, mas também para a Europa e para o mundo - não ignoro, e portanto
não minimizo, as muitas dificuldades que temos pela frente, nem as restrições
que limitam o nosso leque de opções e condicionarão a nossa ação. Mas quero que
o país saiba que o Governo que hoje aqui toma posse não é um Governo temeroso
do futuro, angustiado com o peso das suas competências ou preso de movimentos
ante a dimensão das suas tarefas", disse, para depois insistir nessa mesma
ideia.
"Que
não fique a mínima dúvida: Este é um governo confiante. Confiante, antes de
mais, no seu projeto mobilizador do país e na solidariedade da maioria
parlamentar que lhe manifestou apoio e lhe confere inteira legitimidade",
frisou o primeiro-ministro no seu discurso, que encerrou a cerimónia de posse
no Palácio da Ajuda.
Na
sua intervenção, o novo primeiro-ministro salientou que o resultado das últimas
eleições legislativas não proporcionou qualquer maioria absoluta, razão pela
qual "confronta todos os agentes políticos com uma dupla
responsabilidade".
"Por
um lado, a todos exige um esforço adicional de diálogo e compromisso, de modo a
que seja possível assegurar um Governo coerente, estável e duradouro. Por outro
lado, o respeito do sentido claro da votação popular exige que o Governo assuma
como sua linha de orientação a mudança das políticas, dando prioridade ao
crescimento económico, à criação de emprego, à redução das desigualdades, assim
permitindo em bases mais sãs e sustentáveis a consolidação orçamental e o
equilíbrio das contas públicas", disse.
Segundo
António Costa, o seu Governo "é fruto de um compromisso político
maioritário alcançado no novo quadro parlamentar, correspondendo assim à
vontade genuinamente democrática que se expressa no parlamento diretamente
eleito pelos cidadãos e, por outro lado, perfilha um programa claramente
apostado no virar de página da austeridade, e orientado para mobilizar Portugal
e os portugueses num triplo propósito: Mais crescimento, melhor emprego e maior
igualdade".
"O
Governo provém da Assembleia da República - e é perante a Assembleia que
responde politicamente. É preciso, por isso, que a formação e a orientação
programática do Governo respeitem a sua composição e realizem os compromissos
que essa composição ao mesmo tempo exige e permite", frisou o novo
primeiro-ministro.
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