quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Cerca de 250 homens da Renamo reintegrados nos últimos meses, afirma Governo moçambicano



Cerca de 250 homens da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, foram reintegrados em programas sociais nos últimos meses no país, anunciou o porta-voz do Ministério dos Combatentes, citado hoje numa publicação governamental.

Uma dezena dos elementos Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que inclui um major e dois tenentes, foi reintegrada no exército e na polícia moçambicana, após uma preparação, e a outra parte está beneficiar de assistência social, através de subsídios mensais para o desenvolvimento de várias atividades, segundo Horácio Massangaie, citado hoje no Jornal de Moçambique.

"Existindo ex-guerilheiros da Renamo que, por vontade própria, se queiram juntar a este grupo, estamos abertos", afirmou o porta-voz do Ministério dos Combatentes.

Um anos após a assinatura do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre o então chefe de Estado Armando Guebuza e o líder da Renamo, as partes ainda não chegaram a um acordo sobre a desmilitarização da oposição e as discussões de longo- prazo foram interrompidas sem entendimento.

A Polícia iniciou uma operação de recolha de armas da Renamo no dia 09 de outubro, quando forças especiais cercaram e invadiram a casa do líder, Afonso Dhlakama, na Beira, além de desarmarem e prenderem por algumas horas sete elementos da sua guarda.

O cerco só terminou quando Afonso Dhlakama entregou 16 armas da sua guarda pessoal ao grupo de mediadores do diálogo entre a Renamo e o Governo. Desde então, o líder da oposição não é visto em público.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi defendeu entretanto ponderação no desarmamento compulsivo da Renamo, como forma de dar espaço ao diálogo e à entrega voluntária, alguns dias após o ministro do Interior, Basílio Monteiro, ter afirmado que as forças de defesa e segurança iriam tirar as armas de "mãos ilegítimas".

Moçambique vive uma situação de incerteza devido à recusa da Renamo de aceitar os resultados das eleições gerais de outubro de 2014 e às suas ameaças de governar a força nas províncias onde reivindica a vitória no escrutínio, caso a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, mantenha a rejeição da exigência da principal força da oposição de criação de províncias autónomas.

EYAC// APN

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