Cerca
de 250 homens da Renamo, maior partido de oposição em Moçambique, foram
reintegrados em programas sociais nos últimos meses no país, anunciou o
porta-voz do Ministério dos Combatentes, citado hoje numa publicação
governamental.
Uma
dezena dos elementos Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que inclui um
major e dois tenentes, foi reintegrada no exército e na polícia moçambicana,
após uma preparação, e a outra parte está beneficiar de assistência social,
através de subsídios mensais para o desenvolvimento de várias atividades,
segundo Horácio Massangaie, citado hoje no Jornal de Moçambique.
"Existindo
ex-guerilheiros da Renamo que, por vontade própria, se queiram juntar a este
grupo, estamos abertos", afirmou o porta-voz do Ministério dos
Combatentes.
Um
anos após a assinatura do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre
o então chefe de Estado Armando Guebuza e o líder da Renamo, as partes ainda não
chegaram a um acordo sobre a desmilitarização da oposição e as discussões de
longo- prazo foram interrompidas sem entendimento.
A
Polícia iniciou uma operação de recolha de armas da Renamo no dia 09 de
outubro, quando forças especiais cercaram e invadiram a casa do líder, Afonso
Dhlakama, na Beira, além de desarmarem e prenderem por algumas horas sete
elementos da sua guarda.
O
cerco só terminou quando Afonso Dhlakama entregou 16 armas da sua guarda
pessoal ao grupo de mediadores do diálogo entre a Renamo e o Governo. Desde
então, o líder da oposição não é visto em público.
O
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi defendeu entretanto ponderação no
desarmamento compulsivo da Renamo, como forma de dar espaço ao diálogo e à
entrega voluntária, alguns dias após o ministro do Interior, Basílio Monteiro,
ter afirmado que as forças de defesa e segurança iriam tirar as armas de
"mãos ilegítimas".
Moçambique
vive uma situação de incerteza devido à recusa da Renamo de aceitar os
resultados das eleições gerais de outubro de 2014 e às suas ameaças de governar
a força nas províncias onde reivindica a vitória no escrutínio, caso a Frelimo
(Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, mantenha a rejeição da
exigência da principal força da oposição de criação de províncias autónomas.
EYAC//
APN
Sem comentários:
Enviar um comentário