quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O PARLAMENTO E OS DO PARLAMINTO



O programa do XXI governo está em discussão no parlamento. Já sabemos que vai ser aprovado por maioria de deputados da esquerda. Também sabemos que vai ser rejeitado pela direita radical dirigida por Cavaco Silva, apoiante incondicional dos aldrabões que desgovernaram Portugal durante os últimos quatro anos passados. 

“Tão ladrão é o que entra para roubar como o parceiro que fica à porta”. Dito popular. Dito que faz de Cavaco Silva tão aldrabão quanto Passos ou Portas. Se bem que nem precisaríamos disso para ilustrar o aldrabão Cavaco, basta escutar as suas declarações na Coreia do Sul acerca do BES e ouvir de seguida ele desmentir que não tinha dito o que realmente disse. Os aldrabões também são trafulhas quando não querem admitir a mentira que lhes sai boca fora. E foi este sujeito, que não merece a mínima credibilidade, presidente da República… Presidente só de alguns, é certo. Mas a beneficiar do todo em mordomias que cabem a quem ocupa aquele cargo. Imerecidas, já que configura uma vergonha da República, somente com paralelo em Américo Thomaz e outros nazi-fascistas do salazarismo.

Não se sabe se foi o chefe Cavaco que sugeriu a Passos e Portas que apresentassem uma moção de rejeição ao programa do governo da esquerda que tem António Costa por primeiro-ministro. É provável, por fazer o género revanchista de Cavaco. Mas seja ou não seja lavra de Cavaco, o que é certo é que será um exercício inútil que para além de englobar os deputados da minoria PSD/CDS, engloba os lideres da mentira e da trafulhice que àquela direita estão associados. Digamos que por eles podemos classificar o parlamento um parla minto por parte da minoria já referida. Em vez de ser em cada cavadela uma minhoca será em cada frase uma mentira. Fartos disso ficaram os portugueses durante quatro anos. Por isso votaram para que tal governo não repetisse a dose.

Ainda há pouco no debate que está a decorrer Paulo Portas veio falar na ilegitimidade do governo em ser governo e António Costa ser primeiro-ministro apesar de os portugueses terem escolhido Passos para primeiro-ministro. O trafulha mantém a retórica da direita para iludir os mais distraídos, quando a verdade é que as eleições legislativas destinam-se a eleger deputados e não, especificamente, um primeiro-ministro. Portas insiste em parlar mentindo ou omitindo. Um trafulha no parla minto. Nada de novo, mas será conveniente não esquecermos os personagens que destinaram os portugueses à fome, ao desemprego, à miséria, à pobreza endémica para quase três milhões de alminhas.

O descaramento é mais que muito e causa repulsa ao assistirmos ao parlapié daqueles Passos e Portas com seus deputados amestrados a serem oposição ao combate à pobreza dos milhões de portugueses mais carenciados. Só por isso vimos quem são e o que são. E têm a prosápia de falar em nome do povo. Que povo? Aqueles que votaram neles por serem enganados? Vigarizados com a devolução da sobretaxa, do dizer de Maria Luiz Albuquerque que os cofres estavam cheios e milhentas mentiras? Cofres cheios? Só se fôr de ar.

Mesmo assim eles queriam repetir a dose. Mais quatro anos a roubar o que ainda houvesse para roubar aos portugueses mas sem se preocuparem com 30 mil milhões de euros a que a banca deu sumiço. Onde estão? Não sabemos. O que sabemos é que a fatura foi apresentada aos portugueses e têm sido os portugueses a pagar.

Siga para o Expresso Curto. Hoje com Pedro Candeias. Nem sempre a candeia que vai à frente é a que ilumina melhor, mas… Temos de ver se encontramos uma alternância a este Expresso Curto do tio Balsemão, o Boss Bilderberg português. E já agora por Expresso, tio Balsemão, mentirosos, trafulhas e até salafrários da devolução da sobretaxa, leia no PG aquela do Expresso eleiçoeiro pró-bando de mentirosos agora no parlaminto: A FRAUDE DO EXPRESSO.
  
Dentro do possível tenham um bom dia. Se puderem acompanhem o que se passa no parlamento, mas também o que dizem os do parlaminto.

Redação PG / MM

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Pedro Candeias – Expresso

Um dia no Parlamento, entre o smile para Costa e o LOL de Passos

O "Feitiço do Tempo" é um filme incrível sobre um tipo que é meteorologista e revive o mesmo dia, todos os dias, até encontrar forma de quebrar o enguiço - como em todas as fábulas, é salvo pelo amor, no limite, depois de passar pela euforia e pela depressão de estar encurralado no tempo e no espaço, nos anos 90, numa cidade da Pensilvânia. Ora, o que é que isto tem a ver com título desta newsletter? A sensação que todos nós temos (e que roça a demagogia, bem sei) quando olhamos para o Parlamento: já vi este filme antes.

Sobretudo, já o vi neste trecho da Ângela Silva e do Bernardo Ferrão, que estiveram em São Bento para nos contar como foi: "Aliás, Mário Centeno não só endossou à Europa respostas sobre o Banif como replicou os argumentos que o governo de direita sempre usou quando era questionado sobre o Novo Banco: não deve ser o poder político mas sim o Banco de Portugal e o fundo de resolução a vigiarem a situação." Ou seja, o que era criticável em quem antes mandava, é criticável em quem manda agora.

Sabem o que aconteceu neste momento? Passos, que não falou,chorou a rir e este foi um dos episódios que marcaram a estreia de António Costa nas suas novas funções. Outro foi quando Mário Centeno foi comparado a Marx - não a Karl, mas a Groucho, o mítico comediante.

O PM apresentou 13 medidas no segundo debate sobre a legislatura e este foi o primeiro teste à solidez da triple entente da esquerda. OObservador anotou as reações do BE, do PCP, do PAN e d'Os Verdes, às coisas que Costa e o PS e viu palmas, sorrisos e rostos fechados. O Expresso fez parecido e reparou que nem comunistas nem bloquistas celebraram um dos sound bites de Costa: "Este Governo não servirá os portugueses contra a União Europeia". Isto não é para negociar, é para se ir negociando. E Costa, disse a mulher deste à Caras, é um bom ouvinte.

Mas o que promete o XXI Governo? Deixo-vos algumas linhas:

- 35 milhões de euros de fundos de apoio ao Sistema de Garantia Mútua
- o "Programa Semente" para o empreendedorismo
- redução da taxa do IVA para 13% na restauração
- manter o défice abaixo dos 3%
- reverter as concessões aos privados dos transportes públicos de Lisboa e do Porto

Se quiser ler o programa, vá por aqui. Se quiser ver onde isto vai dar, ligue-se ao Expresso durante o dia e sente-se confortavelmente:Passos e Portas falarão e o PSD/CDS-PP apresentará uma moção de rejeição ao Governo que será chumbada no Parlamento no qual manda a esquerda.

Isto quer dizer, que é hoje que Costa e os seus entram em plenitude de funções. E já não vão cedo, de acordo com os Sindicatos, que, segundo o DN de hoje, querem pressionar o PM a mudar rapidamente o estado das coisas.Fala-se em greves.

OUTRAS NOTÍCIAS

Entretanto, no desporto

A história começa no Benfica, que transmite os seus jogos em casa, e que, por isso, estava à vontade para ouvir argumentos (€) e para contra-argumentar (€). Ouviu da NOS as coisas que queria e ficou fechado o maior negócio de sempre do futebol português: €400 milhões durante dez anos, em troca dos jogos do clube em casa e da BTV. (Este negócio foi explicado neste jornal, na terça-feira). Morre à nascença a ideia da centralização dos direitos televisivos que Pedro Proença e a Liga de Clubes procuravam neste mandato do ex-árbitro. Mas isto não ficará por aqui.

Porque a MEO (que será Altice) e a NOS andam de filofaxnuma das mãos a contactar clubes para lhes proporem os negócios que têm na outra. A MEO (Altice) está a oferecer aos emblemas mais pequenos entre dois a três milhões de euros para que estes lhes cedam os direitos de transmissão. Há duas nuances: têm de rescindir com a SportTV (contratos acabam em 2018) e ficar em exclusivo na plataforma da operadora. Segundo o Expresso, o Boavista pode estar a morder o isco. Isto acontece no momento em que a Liga Espanhola anuncia ter vendido os seus direitos televisivos por 2.650 milhões de euros (2016 a 2019).

Já que estamos a falar de futebol, ontem houve União da Madeira - FC Porto, jogo em atraso da 9.ª jornada que acabou antes de chegar a metade: 3-0 ao intervalo, 4-0 no final. Os golos foram de Herrera, Brahimi, Corona e Danilo; a frase da noite foi de Lopetegui: "Adormecemos o jogo? Sim, fomos a casa fazer uma sesta e voltar."

Para rematar o assunto, uma notícia surpreendente: sabe quem é o novo treinador do Valencia, o tal que há dias despediu Nuno Espírito Santo? Gary Neville, o defesa direito que se fez comentador, colunista, e selecionador-adjunto de Inglaterra. Não tenho nada contra ele, mas lembrei-me de três coisinhas: Gary Neville não tem experiência como técnico principal; Gary Neville é amigo do dono, Peter Lim, que é amigo de Jorge Mendes, o facilitador de serviço e de serviços; e Gary Neville é irmão de Phil Neville, há bem pouco adjunto de Espírito Santo e agora braço direito do mano mais velho. O que dizem os espanhóis nestas alturas? Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.

Lá fora

Nos EUA, três atiradores dispararam sobre dezenas de pessoas em San Bernardino, na California, no Inland Regional Center, um edifício de serviços sociais daquele lugar. A contagem de corpos ainda não estava completa na madrugada, mas o número já ia nos 14 mortos. Barack Obama reagiu: "Temos um padrão de massacres como este que não tem paralelo noutro sítio do mundo." O presidente dos EUA propõe que se repense a lei das armas. A propósito disto, recordemos um trabalho do Guardian sobre incidentes estúpidos de homens e mulheres que pegam em armas e matam ou ferem indiscriminadamente - são quase mil, neste ano apenas.

Em Paris, a Cimeira do Clima continua como a chuva miudinha, que molha mas não ensopa, e só incomoda. Asnegociações estão tão enroladas que obrigaram Laurent Fabius, ministro dos negócios francês, a dizer isto: "A minha mensagem é clara, temos de acelerar o processo porque temos muito trabalho pela frente." Um representante do Greenpeace confessou ao Guardian que a Cimeira está "bastante confusa", porque há "grupos de contacto", "grupos de spinning", "encontros formais e informais" a atrasar conversas. Vejamos: lá dentro estão reunidos negociadores de 195 países diferentes que tentam chegar a um (atenção ao trava-línguas) pacto para aplacar o impacto da poluição no meio ambiente. Convenhamos, são muitos egos, talvez egos a mais. A Cimeira do Clima acaba a 6 de dezembro.

O que nunca acaba é o clima de escandaleira no Brasil. Na tarde de ontem no lado de lá do atlântico, noite dentro no lado de cá, Eduardo Cunha, Presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, aceitou, finalmente, o pedido de destituição de Dilma Rousseff. Se gostam da série House of Cards, vão gostar disto: Eduardo Cunha, do PSDB, luta para se manter no cargo por estar implicado no caso Lava Jato e o seu lugar está em perigo porque três deputados do PT, de Dilma, votaram a favor da sua impugnação."Isto não é vingança", diz Cunha. E isto pode não ser suficiente para retirar Dilma da presidência, mas chega para mergulhar o Brasil numa crise política, à qual se junta a financeira e a social. A "presidenta" poderá ter de abdicar do seu poder durante 180 dias enquanto o Senado procede a um inquérito. [Divirta-se com os memesque já circulam nas redes sociais]

A fechar, fique a saber que o Parlamento inglês aprovou (397 votos a favor, 223 contra) o bombardeamento de posições do Daesh na Síria. A discussão entre Conversadores e Trabalhistas - ou melhor, entre Cameron e Corbyn - foi dura e, sobretudo, ideológica,

FRASES

Este é um best of retirado do Parlamento: 

"[A promessa da devolução de parte da sobretaxa] "é uma monumental fraude eleitoral" António Costa, a evitar duas palavras: colossal, em vez de monumental; e desvio, em vez de fraude

"Confirmámos que a sobretaxa era um embuste, que mais descobriremos a seguir?" Jerónimo Sousa, à Jacques Costeau.

"A fatura virá" Luís Montenegro, um portista a fazer lembrar Mourinho, nos tempos do portismo

"[LOL]" Passos Coelho, que não falou mas riu a bom rir ao ouvir Centeno

O QUE ANDO A LER

O livro não faz o meu estilo, mas a figura e a fama de Malcolm Gladwell foram-me deixando curioso nestes últimos anos. Queria perceber como é que este tipo conseguia escrever, descrever, explicar-nos e contar-nos a ciência e a economia e a vida recorrendo a metáforas mas também a exemplos concretos do quotidiano. E pedi o Blink emprestado. A obra tem uma premissa poderosa ("The Power of Thinking Without Thinking") e relata-nos estudos e acontecimentos que legitimam aquilo que dizemos sobre as primeiras impressões - que são as mais certeiras. Às tantas, Gladwell entrevista um homem que ganha a vida a filmar pequenos diálogos de casais num ambiente fechado e percebe, num instante, se o homem e a mulher se vão aguentar ou se se vão separar. E tem tudo a ver com o que se pensa muito antes de se pensar, lá está. É o instinto.

E o meu diz-me que amanhã, no Expresso Curto, teremos uma reflexão histórica da direita e da esquerda, e de Costa de Passos, sobre tudo aquilo que se anda a passar nos corredores do Parlamento. OHenrique Monteiro, que foi atleta e toca piano, contar-lhe á o que precisa de saber, com genica de um pulo e a destreza de um glissando. Hoje, vá passando os olhos no nosso site, às 18h tome um chá tardio com o Expresso Diário e não se esqueça que cada dia da semana que passa, é menos um dia que falta para chegar o fim de semana - e o Expresso.

Sem comentários:

Mais lidas da semana