Carlos Tadeu, Setúbal
A
rejeição da presença de Cavaco Silva na mais alta magistratura de Portugal já
tomou foros de doença. A Presidência da República merece muito melhor depois de
ter sido invadida por Cavaco em dois mandatos ditados pelos resultados
eleitorais. É facto que ele foi eleito democraticamente mas nem por isso deixa
de ser representante de uma minoria se considerarmos que a maioria dos
portugueses não votou Cavaco Silva.
Têm
sido dez anos de canseira para suportar este ocupante de Belém. A sua falta de
senso no desempenho do cargo tem exasperado os portugueses. O homem transborda
de hipocrisia, sinuosidades e obsessões pela seita donde provém e que
representa com exclusividade. Não é o presidente de todos os portugueses mas
somente de alguns.
Vem
ele agora com toda a candura desejar aos portugueses um natal do melhor. Como?
Se ele tem sido protagonista e cúmplice daqueles que nos têm infernizado a
vida? Falamos das políticas. Das políticas que têm toda a influencia nas nossas
vidas. Natal do melhor? É preciso ter um grande descaramento!
A
notícia de mais esta gozação de Cavaco é da Agência Lusa. Está na página
principal, onde constam os resumos. Nem dá para ler mais. Nem sequer para olhar
para a fotografia. Cavaco já causa repulsa a muitos portugueses. A mim também.
Revela
a Lusa no seu resumo (pode ler no Sapo):
“Presidente
da República deseja Natal feito de serenidade e esperança
O Presidente da República desejou aos portugueses um Natal "feito de serenidade e de esperança, de paz e alegria", sublinhando que, num tempo de "incertezas e sobressalto", esta quadra deve ser um "tempo de pausa e reflexão".”
Nem
dá para ler mais. Refere ele “serenidade e esperança, paz e alegria”. A
serenidade foi ele que contribuiu para nos tirar com as suas cumplicidades com
o governo Passos-Portas que também era dele. A esperança só voltou quando o
atual governo (que Cavaco tudo fez para não empossar) entrou em funções. A paz,
também referida por Cavaco, só aparentemente existe por os portugueses serem de
brandos costumes. Apesar de em cada um deles, na vasta maioria esbulhada até à
exaustão, a revolta ser permanente. E com grande descaramento fala Cavaco em
alegria. Alegria? Alegria, como? Alegria da fome que alastrou? Alegria pela miséria
causada aos portugueses na ordem de quase três milhões? Alegria por se concluir
(ainda ontem) que existe cerca de meio milhão de portugueses desempregados,
velhos, carenciados que não têm apoios sociais para subsistirem? Alegria pelo incumprimento dos Direitos Humanos de que Portugal é signatário. Incumprimento
apoiado por Cavaco através do governo da sua seita que sempre apoiou e
protegeu? Alegria? Alegria será em Março que se aproxima quando Cavaco acabar a
sua permanência na residência oficial da Presidência para dar lugar a quem
desinfeste o local das maleitas para ali levadas por Cavaco e sua trupe.
Outra
frase destacada no enxergo de Cavaco “pausa e reflexão”. Não se pode fazer
pausa nenhuma. Portugal tem de avançar e reconquistar o que lhe foi retirado
pelas políticas radicalistas da direita chefiada por Cavaco. Reflexão. Sim
senhor Cavaco. Reflitamos sobre como não eleger mais Cavacos, nem mais
revanchistas, nem mais saudosos do salazarismo, nem mais antagonistas dos
direitos constitucionais dos portugueses, nem mais... Vá-se.
Bom natal? Aquele
presidente horribilis é um descarado!