Um
pouco como em diferido desenterramos o futebol de ontem para o abordar hoje. Benfica
- FC Porto foi o prato forte da noite de ontem. Uma sexta-feira chuvosa que
transbordou rios e causou cheias em algumas cidades do norte e centro de
Portugal. Em Lisboa a cheia foi no estádio da Luz: o Benfica meteu água em vez
de golos. Ultimamente tem sido assim. Jesus abandonou o Benfica, os milagres
foram-se embora e assentaram arraiais um pouco mais acima da mesma
segunda-circular onde as águias e os leões partilham espaço com seus estádios. São
clubes da mesma rua mas de cores diferentes. Jesus preferiu o verde, talvez tenha
virado ecologista. Bronco como é esperemos que faça alguma coisa de útil pela
natureza e denuncie os abusos dos que não respeitam nem pessoas, nem natureza,
nem animais. Era uma boa “ola” para Jorge Jesus.
Não.
Não viemos aqui para isto. Que se lixe Jesus, que se lixe o futebol
ultra-milionário e parasita das mentes dos que necessitam de se alienar porque
as suas vidas são uma merda e se pensarem a sério na realidade que os rodeiam dão
em malucos. A alienação é um bem que nos faz parecer gente normal. Pena que
tenham mudado o fado e que Fátima já não seja o que era: um milagre. Agora até
deixou de o ser para se constituir num grande negócio, como o futebol
ultra-milionário. O fado evoluiu, deixou de ser dos desgraçadinhos, dos do
Portugal pequenino, dos encornados e traídos por mulheres megeras ou machistas
gabarolas que papavam todas e mais algumas (só de imaginação e de pívia). O
fado tem gente nova, de qualidade, culta, jovem, do melhor, que tem vindo a
construir um novo fado, um novo destino para a canção nacional que é atualmente
Património da Humanidade. O fado deu com os chanatos no salazar-fascismo e
democratizou-se. Saiu das ruelas para largas avenidas e para o mundo. Agora a
dona Amália já não teria hipótese de fazer birras nem males e caramunhas com
exigências por que se sentia a maior, a diva. Atualmente existem uma caterva de
divas que são machos e fêmeas… do fado. Atualmente o fado já não é só dos
manguelas, dos pintas, dos morcões, dos chulos e das putas. O fado é de todos.
Democratizou-se, sacudiu a desgraça, encostou-se a autores literários de alto
gabarito. É mais português. Muito mais português que os plantéis dos clubes de futebol.
Portugueses nas equipas dos clubes chamados grandes é coisa rara. Lá aparece um
ou outro com jeitinho para nem sempre chutar enviesado ou para o sol e lua,
para o céu. O céu da senhora da Fátima a abarrotar de euros e a lixar-nos com
políticos de meia-tijela-quebrada, inúteis. Só úteis pelo que roubam… para
eles, familiares e amigos dos bandos que constituem. Bandos a que chamam lobies.
Isto está uma grande porra, na realidade existe uma profusa distribuição de
riqueza mas só entre uns quantos. Riqueza que é roubada a milhões. Àqueles que
vão ao futebol e o alimentam. Àqueles que gostam muito mais do fado da
atualidade e se borrifaram para a desgraça e fatalidades aceites mansamente
como em tempo de Salazar e Cerejeira (o grande cardeal-animal). Vai daí, que viva o futebol!
São
três grandes clubes, Benfica, Porto e Sporting, que mobilizam milhões de
desgraçados(as) com farta necessidade de alienação. Falar de política não
resulta. O futebol é que está a dar. Até a Fátima anda a ficar lixada e suspira
pelo salazarismo e o cerejeirismo abençoado por Papas que deram os braços aos
fascistas portugueses e os vinham visitar, assim como à Fátima. O mundo mudou,
Portugal também. Roma não. Vai a todas e continua a evangelizar a desgraça. Fá-lo,
atualmente, à revelia deste Papa, o Francisco. Mas esse não vai estar vivo
por muito mais tempo. É diferente, luta contra as seitas instaladas na igreja
católica-apostólica-romana. São montanhas os bandos que o arrenegam com ares de
santos mas tendo por patronos os diabos que oprimem, exploram e assassinam os
povos do mundo. Grande Francisco. Que se lixe a vida se não a pudermos viver na
plenitude!
Estávamos
no futebol. Vejam bem as voltas saloias que este texto já deu. Provavelmente já
ninguém chega a ler esta parte. Ficam taralhoucos com tantas voltas e
reviravoltas. E queixam-se, de tonturas. Tonturas que também António Costa,
agora primeiro-ministro sem favor mas sim legitimamente, anda a causar a
Cavaco, a Passos, a Portas, à UE, aos que nos andaram e andam a roubar durante décadas e
enriqueceram como não sabem explicar transparentemente. Chutaram e deram
com potes repletos de ouro, casarões, joias, euros... Meteram golos sem saberem por que acertavam nas
redes tecidas pelas máfias políticas-económico-financeiras que se formaram a
partir de Abril de 1974. Redes que arrebanham tudo. E se roubam!
Por
certo que já estou a escrever para o maneta ou para o mais e maior tradicional boneco
das Caldas. Não houve pachorra para aqui chegarem, como o fazem durante os dias
úteis da semana com o Expresso Curto. Desculpem lá qualquer-coisinha, vou
terminar…
Agora
por maneta. Esse tipo deve estar muito rico. Vai tudo para ele sempre que
calha. Muito mais rico que Cavaco e outros desse jaez. O Cavaco das pantufas, o
que saca em silêncio, tipo bufa. Mas cheira. E muito. As máfias compensam… a
esses, dos bandos.
O
que interessa de tudo isto é que o Porto venceu o Benfica. Os estrangeiros
meteram golos… à falta de portugueses nas equipas. Os portugueses nas bancadas
do estádio, nas suas casas, nos cafés, nos automóveis, nas retretes e outros
locais menos recomendados, exultaram. No norte, os portistas, gritaram bibó
Porto! Na mouraria lisboeta, por todo o Portugal, ex-colónias, pelo mundo,
foram milhões que amaldiçoaram o Rui Vitória, mister das águias vermelhas. Em
casa de muitos benfiquistas frustrados, quando lá chegaram, deram porrada nas
mulheres, nos filhos e partiram a loiça toda. Foi golo trágico, mas foi golo.
Hoje estão todos na ressaca. A alienação é sempre uma panaceia útil. Já dizia o outro: "felizes dos pobres de espírito".
Se
chegaram aqui, se conseguiram ler todo este texto mais a luz que se apagou na
Luz, como compilado da TSF, podem acreditar que são uns grandes necessitados de
alienação. Fico feliz por ajudar.
Bom
fim-de-semana e siga para a TSF. TSF que já foi uma grande rádio mas que faz já
tempos que anda a minguar. O Baldaia anda a baldar-se e dirige aquilo como seja
uma mercearia fina. O patrão obriga e as contas lá em casa são grandes. O mesmo
sentem os profissionais que o são. Alguns deviam ir fazer consultas aos que já
estão na reforma ou quase e deram toda a sabedoria, experiência,
profissionalismo, amor e vida à rádio que em tempos mudou as rádios. Agora está
a acontecer ao contrário, as que mudou estão a mudá-la. Mesmo assim, ainda é
uma das poucas que escapam a despejar só esgoto e trastes no éter. Melhores
dias virão se fizerem por isso.
Abra
os olhos se fizer o favor. Essa coisa de fazer que está a ler de olhos fechados
é tanga. Você estava era a dormir. Pois. O costume.
A
seguir não vai ler o Expresso Curto do tio Balsemão, mas sim a luz que se
apagou na Luz. Chame o eletricista. Que coisa! Que prosa inútil você conseguiu ler. Vá ao médico. Cure-se.
Sorria. Isto está tudo difícil mas ainda respiramos. Já não é mau.
Bom
fim-de-semana. Se conseguirem.
Redação
PG / MM
Apagou-se
a Luz. Porto ganhou, 2-1
O
FC Porto deu a volta ao marcador. Primeiro marcou Mitroglou, mas depois Herrera
e Aboubakar fizeram os golos dos azuis e brancos. Os "dragões" ficam
a 3 pontos do Benfica no campeonato.
Ganhou
quem marcou. O chavão futebolístico aplica-se na perfeição ao
"Clássico" da Luz. O Benfica criou 10 oportunidades de golo, marcou
um golo. O Porto criou 5 e marcou... dois.
Os
"dragões" chegaram à 22ª jornada (supostamente) debilitados, vindos
de uma derrota em casa com o Arouca, mas isso, ao que parece, só lhes afinou a
pontaria. A entrada no jogo não foi muito fácil, e o Benfica marcou primeiro,
por Mitroglou. Mas depois, ainda na primeira parte, o Porto empatou. Hector
Herrera surgiu sozinho à entrada da área encarnada e disparou, rasteiro,
batendo Júlio César.
Na
segunda parte o Benfica viu o "filme" da primeira repetir-se, mas
desta vez sem conseguir bater Casillas, que foi uma autêntica parede. O
guarda-redes espanhol negou o golo a Gaitán com um mergulho extraordinário para
a esquerda, perante o argentino isolado. Ora, vamos a mais uma verdade
futebolística daquelas que se reptem mil vezes? Quem não marca sofre. E o
Benfica sofreu.
Aboubakar
deu o final que merecia a excelente combinação entre André André, Brahimi e ele
próprio. Aboubakar apareceu dentro da área e rematou, de pé esquerdo, para o
fundo da baliza de Júlio César. O Benfica até reagiu bem. Mas... lá estava
Casillas. Sempre ele. Duas/três defesas decisivas e o marcador já não se mexeu
mais.
Foi
a 91ª vitória do Porto em "Clássicos" frente ao Benfica, em 234.
Aqui
acompanhámos "tudo o que se passou" na Luz, ao minuto. (continua no original TSF)
Ricardo
de Oliveira Duarte – TSF
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