terça-feira, 19 de abril de 2016

GOVERNADOR DO BANCO DE PORTUGAL ESCONDE-SE ATRÁS DA CONFIDENCIALIDADE




Carlos Costa contornou sempre as perguntas dos deputados relativas ao teor não conhecido da ata do conselho de governadores do BCE, através da qual se ficou a saber que o BdP sugeriu a limitação do financiamento ao Banif

egunda audição ao governador do Banco de Portugal (BdP) não foi totalmente esclarecedora. Carlos Costa fugiu às respostas que os deputados queriam ouvir. Afinal foi ou não o BdP que limitou o financiamento ao Banif e porque razão não informou o governo do teor da informação trocada com o BCE?

Carlos Costa disse o que os deputados não queriam ouvir, que existam deveres de confidencialidade e que não os podia violar. Ao contrário do que Catarina Martins defendeu no último debate quinzenal com o primeiro ministro, nesta audição nenhum deputado considerou que as falhas do governador jusitificassem a saída do cargo.

Recorde-se que a líder do BE pediu "a cabeça" do governador devido às sucessivas falhas de informação da parte deste ao governo. Referia-se nomeadamente à última, ou seja, que Carlos Costa não tinha avisado as Finanças que tinha sido o BdP a pedir a limitação do financiamento ao eurosistema. O governador repetiu-se nas explicações: "Propusemos a entrega da ata na sua totalidade mas foi barrada porque o BCE entedeu estar protegido pela confidencialidade. Há um dever de confidencialidade a que estou também eu obrigado". "A única matéria que pode ser divulgada são as conclusões mas teria todo o gosto que a ata do conselho de governadores fosse pública porque facilitaria a vida a todos", conclui.

A confidencialidade foi também apontada como a prinicpal razão para que não tivesse avisado o ministério das Finanças (acionista maioritário do Banif), da decisão de que teria proposto a limitação do financiamento ao banco madeirense. O governador diz que o BCE foi alem da sugestão do BdP, mas que não pode explicar mais.

Face ao desespero dos deputados que consideraram que Carlos Costa não respondia diretamente a nada, este afirma: "Fui suficientemente eloquente sobre o plafond que defendia. Não posso ir alem, devido às obrigações que tenho, sob pena de violar os princípios de confidencialidade".

Quanto às questões sobre se o BdP teria pedido apoio à CGD para conceder uma linha de financiamento ao Banif, o governador voltou a não responder.

Isabel Vicente / Alexandra Simões Abreu - Expresso

1 comentário:

pvnam disse...

Por vezes, de vez em quando, o BE diz aquilo que nenhum dos outros partidos ousa dizer:
- «a Banca é assunto 'sério demais' para ser deixada na mão de banqueiros».
(Bom, analisando a forma como alguns banqueiros angariaram a sua fortuna... percebe-se que é um percurso altamente duvidoso...)
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A minha opinião é semelhante: UMA ACTIVIDADE ECONÓMICA DE ALTO RISCO para os contribuintes: a actividade bancária - ex: bpn, bes, novo banco, banif,...
{banqueiros fazem empréstimos a amigos... o dinheiro 'desaparece'... e o contribuinte é 'chamado' para que o banco não vá à falência}
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Sendo a actividade bancária uma actividade económica de alto risco para os contribuintes, o Regulador (Banco de Portugal) deverá ser obrigado a apresentar periodicamente relatórios minuciosos e detalhados aos contribuintes.
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Uma opinião um tanto ou quanto semelhante à minha:
Banalidades - jornal Correio da Manhã (antes da privatização da transportadora aérea):
- o presidente da TAP disse: "caímos numa situação que é o acompanhar do dia a dia da operação e reportar qualquer coisinha que aconteça".
- comentário do Banalidades: "é pena que, por exemplo, não tenha acontecido o mesmo no BES".
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P.S
O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
-» Leia-se: o contribuinte tem de ajudar no combate aos lobbys que se consideram os donos da democracia!
---»»» Democracia Semi-Directa «««---
-» Isto é, votar em políticos não é (não pode ser) passar um cheque em branco... isto é, ou seja, os políticos e os lobbys pró-despesa/endividamento poderão discutir à vontade a utilização de dinheiros públicos... só que depois... a ‘coisa’ terá que passar pelo crivo de quem paga (vulgo contribuinte).
-» EXPLICANDO MELHOR, em vez de ficar à espera que apareça um político/governo 'resolve tudo e mais alguma coisa'... o contribuinte deve, isso sim, é reivindicar que os políticos apresentem as suas mais variadas ideias de governação caso a caso, situação a situação, (e respectivas consequências)... de forma a que... possa existir o DIREITO AO VETO de quem paga!
[ver blog « http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/ »]
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{uma nota: tem sido golpada atrás de golpada: veja-se o caso da venda em contra-relógio do Banif (custo de milhares de milhões de euros aos contribuintes); mais o bpn, e o bes, etc}

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