sábado, 30 de abril de 2016

Guiné Equatorial. Presidente em exercício mais antigo do mundo é reeleito pela 6ª vez



Teodoro Obiang se elegeu pela 6ª vez, com 99% dos votos. Um sexto dos países africanos tem um presidente no poder há mais de 20 anos

Teodoro Obiang Nguema governa a Guiné Equatorial há 37 anos. Desde agosto de 1979, quando assumiu seu primeiro mandato através de um golpe de Estado, Obiang jamais perdeu uma eleição. Em todos os seis pleitos que disputou, nunca recebeu menos de 97% dos votos.

Na última segunda-feira, 25, ele venceu mais uma eleição, ganhando mais um mandato de sete anos. Ele derrotou seis candidatos, ganhando todos exceto 326 dos 40,926 votos válidos. O resultado parcial mostrou que ele foi reeleito com 99% dos votos.

“Muitos dizem que estão cansados de me ver, já fazem 36 anos. É verdade, mas eu dediquei minha vida a esse país”, disse Obiang em um comício na capital Malabo.

Um sexto dos países africanos tem um presidente no poder há mais de 20 anos. O percentual representa nove entre um total de 54 países. Obiang está ao lado de nomes como Robert Mugabe, do Zimbábue, Isaias Afwerki, da Eritreia, e King Mswati III, da Suazilândia. Porém, em número de mandatos, ele se assemelha mais a José Eduardo dos Santos, presidente de Angola desde 1979.

Obiang e dos Santos controlam, respectivamente, o segundo e o terceiro maiores produtores de petróleo da África. Em primeiro lugar está a Nigéria. Os dois presidentes são acusados de desviar grande parte da riqueza produzida pelo país, em vez de distribuir aos cidadãos.

Tal fato fez da Guiné Equatorial, uma antiga colônia espanhola, o país com a maior diferença do mundo entre a riqueza per capita e o índice de desenvolvimento humano (IDH), uma clara evidência da profunda desigualdade social no país.

Obiang é acusado de desviar verba do contribuinte para suas contas pessoais. Em 2007, o New York Timesteve acesso a um relatório do Departamento de Justiça americano que afirmava que “grande parte, senão toda” a fortuna de Obiang é fruto de corrupção relacionada às indústrias de petróleo e gás de seu país.

Talvez não seja coincidência o fato de gigantes do setor de gás americano, como a ExxonMobil, Hess e Marathon serem as maiores compradoras do gás produzido pela Guiné Equatorial e Obiang ter livre acesso para viajar regularmente aos EUA.

Opinião e Notícia

Na foto: Obiang é acusado de desviar verba do contribuinte para suas contas pessoais (Foto: Flickr/Flagstaff)


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