Mário Motta, Lisboa
Lisboa.
Martim Moniz-D. Afonso Henriques, um percurso entre dois de antanho,
companheiros de lutas pela conquista aos mouros. Conquista de Lisboa, em que
Martim Moniz pereceu às armas e defesa dos mouros que defendiam o que era de
sua pertença. Perderam essa luta. As hostes henriquinas tomaram Lisboa e
chamaram-lhe sua, até hoje. Foi uma luta de sucesso para os que pelejaram do
lado dos portugueses. Tem sido esse o percurso que nos 1º de Maio a central
sindical dos trabalhadores, CGTP intersidincal, tem feito para comemorar o Dia
dos Trabalhadores que assinala outra grande luta, a dos trabalhadores de
Chicago em 1886, os mártires que pereceram mas deixaram a herança do
ensinamento que tem permitido vencer muitas das lutas posteriores até hoje
pelejadas contra um patronato esclavagista e doentiamente ganancioso, tantas
vezes desumano.
Em
Lisboa, neste 1º de Maio, o mesmo de sempre: a luta nas ruas, a manifestação do
descontentamento e das reivindicações por melhores salários e melhores condições
laborais. Pelo emprego, pelo respeito merecido dos que trabalham e produzem,
pela distribuição equitativa da riqueza que produzem. Pelo antiesclavagismo de
técnicas pseudo-modernas que são inspiradas nas artimanhas do grande patronato
acoitado nas grandes empresas e multinacionais. É o esclavagismo deste século
que importa vencer. O objetivo da luta é primordialmente esse.
Do
Largo Martim Moniz à Alameda D. Afonso Henriques, subindo a Avenida Almirante
Reis, milhares de trabalhadores portugueses entoam palavras de ordem que
contextualizam os objetivos por que lutam contra as injustiças laborais
impostas pelo grande patronato – que utiliza a “crise” como pretexto para a
medonha exploração dos que para eles trabalham e lhes garantem, a eles e famílias,
vida de nababos, de sumptuosidades imorais e demonstrativas do fosso abismal
que separa uns poucos dos milhões que exploram insaciavelmente, os
trabalhadores.
Chegados
à Alameda D. Afonso Henriques podemos testemunhar que os trabalhadores portugueses
sabem o que querem e que vêem na CGTP-in o representante legítimo da defesa dos
seus interesses, na luta contra as injustiças laborais, as injustiças sociais. Milhares
e milhares de trabalhadores estão alerta e operacionais para lutarem pelos seus
direitos. Milhares e milhares comprovaram a esperança de vencerem os que a
pretexto da “crise” dos mercados têm vindo a impor métodos de esclavagismo
pseudo-modernos em nome da palavra mágica (para alguns), os Mercados. Mercado
Livre, como lhe chamam. O que significa que o Mercado é livre mas o mundo não. É por essa liberdade que apresaram que temos de lutar. E lutar. Porque a luta
continua, sempre!
Milhares
e milhares, um banho de humanidade também neste 1º de Maio.
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