segunda-feira, 27 de junho de 2016

COMISSÃO EUROPEIA CONTINUA COM AMEAÇA DE SANCIONAR PORTUGAL E ESPANHA



Segundo o “Le Monde”, a Comissão Europeia irá recomendar ao Conselho Europeu que sancione Portugal e Espanha, impondo uma multa e a suspensão temporária dos fundos estruturais. O Bloco de Esquerda defende que Portugal deve recusar as sanções e anunciar “um referendo para tomar posição contra as sanções”.

“Le Monde” anuncia que a Comissão Europeia (CE) se prepara para propor ao Conselho Europeu que sancione Portugal e Espanha por “défice excessivo” em 2015, impondo-lhes uma multa, que poderá ir até 0,2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e uma suspensão temporária dos fundos estruturais europeus. A CE não terá tomado posição até agora devido às eleições em Espanha.

Em maio passado, o presidente da CE, Jean-Claude Juncker, defendeu que a Espanha não devia ser punida, por estar sem governo estável e à beira de eleições, e Portugal também não devia ser punido, para que a CE não fosse acusada de “punir” um governo de esquerda. No passado, Juncker já, por diversas vezes, fez declarações num sentido e, passado algum tempo, defendeu o contrário do que havia dito antes.

A chantagem das instituições europeias não têm, no entanto, deixado de aumentar. A decisão de adiamento da discussão sobre a aplicação de sanções foi fortemente criticada pelo governo alemão e o seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble. O presidente do eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, defendeu publicamente a aplicação de sanções aos dois países ibéricos, afirmando que a CE deve "respeitar o pacto de estabilidade".

O artigo questiona como reagirão Portugal e Espanha e as suas populações e cita uma afirmação do ministro da Economia de Espanha, Luis de Guindos do PP, que falou de sanções de “zero euro”.

O artigo “esquece” que o parlamento português aprovou, a 9 de junho, dois votos de condenação das sanções.

Sanções a Portugal serão “declaração de guerra” e podem provocar referendo

No encerramento da X Convenção do Bloco de Esquerda, Catarina Martins voltou a abordar o tema, considerou que a decisão de aplicar sanções a Portugal por causa do governo que seguiu as polícias da troika significa que “a Comissão Europeia declara guerra a Portugal”.
“E nesse caso Portugal só pode responder recusando as sanções, recusando o arbítrio e anunciando que está disposto a por na ordem do dia um referendo para tomar posição contra as sanções”, propôs a coordenadora do Bloco.

Esquerda.net

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