terça-feira, 28 de junho de 2016

ONU recomenda precauções em Timor-Leste perante confrontos de grupos de artes marciais



Díli, 28 jun (Lusa) - Confrontos entre grupos rivais de jovens em vários pontos da capital timorense, incluindo ligados a grupos de artes marciais, e que têm aumentado nos últimos meses, estão a causar preocupação e exigem precauções adicionais, segundo as Nações Unidas.

Uma situação agravada por vários casos (pelo menos uma dezena desde o início do ano), de ataques com Rama Ambon (fisgas que lançam pequenas flechas) e que são atiradas contra transeuntes por jovens "iniciados" em grupos rivais, segundo um alerta de segurança da Ortganização das Nações Unidas (ONU) a que a Lusa teve acesso.

Este tipo de incidentes com Rama Ambon - armas usadas em vários pontos do arquipélago indonésio, incluindo Ambon - causaram já pelo menos um morto e vários feridos desde o início do ano.

O caso mais recente ocorreu a 22 de junho passado, quando, ao final da noite, um transeunte que caminhava na 'Banana Road' - uma das maiores estradas da capital - foi alvejado por pessoas não identificadas, que seguiam de mota.

O alerta faz parte de um aviso de segurança distribuído internamente a quadros das Nações Unidas em Timor-Leste pelo Departamento de Segurança e Proteção das Nações (UNDSS na sua sigla em inglês), a que a Lusa teve acesso.

O alerta é acompanhado de um mapa que mostra zonas da cidade onde têm ocorrido incidentes, quer confrontos entre grupos rivais de artes marciais, quer do uso de Rama Ambon.

Em concreto, identifica cinco grupos de artes marciais ativos, a PSHT, Kera Sakti, Korka, Kolimau e 77, que registam o maior número de incidentes que ocorreram nas zonas centrais e ocidentais da capital.

Os incidentes mais graves, segundo o aviso de segurança, ocorrem entre as 21:00 e as 02:00, com os atacantes a esconderem-se antes de dispararem as flechas contras as vítimas.

"Há relatos das autoridades de que alguns destes incidentes podem envolver um processo de iniciação de jovens para alguns dos grupos", adianta o aviso.

Este alerta antecipa que possa haver um aumento de incidentes deste tipo nos próximos meses e com o aproximar das eleições, especialmente se as autoridades não tomarem medidas adicionais.

Perante este risco, "todos os funcionários e dependentes da ONU são aconselhados", entre outras medidas, a tentarem evitar as zonas onde ocorreram incidentes, depois das 19:00, garantirem que viajam com as janelas do carro fechadas e que usem película para escurecer as janelas das viaturas, "o que ajudará a agarrar pedaços de vidro em caso de projeteis serem lançados".

Em caso de terem que circular de moto pelas zonas em alerta, recomendam o uso de capacete com as viseiras descidas e com casacos grandes.

ASP // ARA

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