O
líder da RENAMO diz que os mediadores internacionais das negociações para a paz
estarão em Moçambique até ao próximo dia 11 de julho. Afonso Dhlakama acusa o
Governo de não estar interessado na estabilidade.
"Por
aquilo que o chefe negocial da RENAMO [José Manteigas] me disse, está previsto
até ao dia 11 que todos os mediadores estejam prontos em Moçambique, faltando
apenas saber o exato dia do início ou arranque das negociações", afirmou o
líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) ao canal privado moçambicano
STV.
O
principal partido da oposição moçambicana deve chegar a consenso com a sua
contraparte do Governo para o fim dos confrontos militares no centro, disse
ainda Afonso Dhlakama.
Os
ataques a veículos militares e civis têm aumentado no centro do país. O
presidente da RENAMO não se refere diretamente às emboscadas a alvos civis, mas
diz que o movimento tem estado a defender-se de alegadas investidas das Forças
de Defesa e Segurança.
"Quem
anda 1.500 quilómetros para vir bombardear aqui no centro são os da FRELIMO
[Frente de Libertação de Moçambique]", acusou Dhlakama, referindo-se ao
partido que governa o país desde a independência em 1975.
Mediação
internacional
A
União Europeia (UE) e a Igreja Católica foram formalmente convidadas pelo
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para mediarem o fim da crise política
entre Governo e a RENAMO.
Segundo
fonte comunitária citada pela agência de notícias Lusa, a delegação da UE em
Maputo recebeu uma carta do chefe de Estado, endereçada ao presidente da
Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, com o convite formal para integrar a
equipa de mediadores nas negociações de paz.
O
porta-voz da Conferência Episcopal de Moçambique e bispo auxiliar de Maputo,
João Nunes, também confirmou à Lusa um convite de Nyusi entregue na Nunciatura
Apostólica na capital moçambicana, na qualidade de representante do Vaticano,
para que a Igreja Católica também seja mediadora na crise.
O
Governo da África Sul foi a terceira entidade convidada para o processo de
mediação. Até ao momento, desconhece-se uma resposta oficial ao convite que lhe
foi endereçado.
Em
junho, Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama anunciaram terem chegado, por telefone, a
um consenso sobre a participação de mediadores internacionais nas negociações
para o fim dos confrontos.
A
RENAMO recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014 e continua
a dizer que pretende governar em seis províncias onde reivindica vitória no
escrutínio.
Novo
ataque no centro
Homens
armados da RENAMO terão atacado quarta-feira (07.07) a sede da localidade de
Banga, no distrito de Tsangano, província de Tete, informaram autoridades
locais, citadas pela Rádio Moçambique.
Segundo
o comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete,
Fabião Pedro Nhancololo, o grupo invadiu a residência do chefe da localidade de
Banga e as instalações do registo civil, além de roubar medicamentos do posto
de saúde.
As
autoridades anunciaram ainda que a segurança foi reforçada no local, decorrendo
neste momento operações para a captura dos autores do ataque.
Lusa,
em Deutsche Welle
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