Tem
foguetes para lançar? Se não tem devia de ter. É que depois de um ruidoso e
prolongado silêncio voltou a escrever-se a famosa Panamá Papers de Blá, Blá
& Associados. Uma coisa chamada Consórcio Internacional de Jornalistas
deitou cá para fora umas quantas informações, criou um enorme sururu, e depois…
quase nada. Em Portugal, então, ficou demonstrado que os das recorrências aos
paraísos fiscais são pouquinhos. Ladrões, vigaristas, chulos e salafrários, em
Portugal, só existem na ralé e os ladrões estão encarcerados (até por roubo de um
simples iogurte). Nas elites, os doutores e engenheiros, os grandes empresários,
os banqueiros, os políticos, a cáfila que os rodeia, esses são todos muito
honestos (já Cavaco Silva diz de si o mesmo, grudando-se ao ditado: gaba-te
cesto roto que vais à vindima).
Pois
então, sem mais interrupções, o Expresso, do tal “Consórcio Blá, Blá… e tal”,
foi ao Le Monde repescar uma “novidade” sobre as “consequências” dos Panamá e
dos Paraísos (para alguns da sacanagem), Infernos para a plebe que paga e não
bufa o que os tais emparaísados roubaram e roubam.
Consequências?
Mas que consequências? Os legisladores vão legislar contra eles próprios e suas associações criminosas tantas vezes epitetadas e registadas como associações
político-partidárias? Vão legislar contra os que lhes pagam os luxos destinando
para a maioria dos contribuintes os lixos? Quem acreditar nisso passa a ser
natural de Creta, um cretino. Babaca.
Transparência
e honestidade é coisa que não faz parte dos tais do G20 e outros das ilhargas
similares. Quem manda são os do 1%, os donos do mundo, a máfia sofisticada e
criminosa que atua impunemente e compra a alma dos que até a venderiam ao
diabo. Jornalistas incluídos. E tantos, tantos, tantos outros. Não são todos,
mas são demasiados. Isso causa-nos infelicidades e muitos males ao mundo.
Que
eram milhares, milhões de documentos… e tal. Acontece que a montanha pariu um
rato. Isso porque era demais deitar a infomação cá para fora. Quem deve ter
ganho com isso foram os vigaristas paradisíacos. Talvez também os que
receberam algo para guardarem silêncio. E acrescentar palha para os “burros”
plebeus. Pois.
Consequências
em 2017? Pois, está bem… Sim, sim. Pois, pois. Papéis do Panamá: vamos lá
contar mentiras e alimentar flops.
Mário
Motta / PG
“Consequência
mais forte e concreta” dos Panama Papers será anunciada em 2017
“Le
Monde” avança em exclusivo esta segunda-feira que os chefes de Estado e de
Governo do G20 vão aprovar uma nova lista negra de paraísos fiscais e
regulações financeiras mais estritas para combater crimes de evasão fiscal e
lavagem de dinheiro na cimeira de julho de 2017 em Hamburgo
líderes
do G20 vão aprovar uma nova lista negra mundial de paraísos fiscais e mais
regras de cooperação no combate internacional à fraude, lavagem de dinheiro e
evasão fiscal na cimeira de julho de 2017, que terá lugar em Hamburgo, na
Alemanha.
A
notícia sobre "a consequência mais concreta e mais forte" do caso
Panama Papers – desde que o Consórcio Internacional de Jornalistas de
Investigação (ICIJ), do qual o Expresso é parceiro, começou a
divulgar os primeiros documentos secretos da sociedade de advogados panamiana
Mossack Fonseca em julho – foi avançada esta segunda-feira pelo "Le Monde",
que cita informações obtidas junto de fontes da organização dos 20 países mais
ricos.
De
acordo com o jornal francês, a nova lista inclui tanto pesos pesados da
política como do mundo financeiro: "Uma dezena de Estados poderão ser
incluídos nessa lista negra caso não aprovem reformas às suas leis e práticas,
incluindo o Panamá, o Líbano, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrain e
Vanuatu."
Um
dos pontos-chave das medidas que o G20 vai anunciar nessa cimeira, dentro de um
ano, são o que o jornal classifica de "importantes sanções
financeiras", que passam por mexer nos impostos aplicados sobre quaisquer
transações financeiras para e dos territórios que forem incluídos na lista negra.
Segundo
as informações avançadas ao jornal francês, o G20 pediu à Organização de Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) em meados de abril que propusesse um método de
elaboração da nova lista negra, um que o comité de assuntos fiscais da organização
transnacional já desenhou e aprovou. É esse método que será agora votado pelo
G20 na cimeira de julho de 2017.
A
planeada votação e o anúncio de uma nova lista negra de paraísos fiscais, na sequência do caso Panama Papers, marca um afastamento da
anterior estratégia do G20 que, em 2011, anulou a lista negra de offshores como
forma de não estigmatizar os países e territórios em causa e dar-lhes tempo
para reformularem os seus modelos de negócio e as suas regulações financeiras.
Joana
Azevedo Viana - Expresso
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