Corria
o ano de 2002 e Marcelo Rebelo de Sousa, 14 anos antes de assumir o cargo de
Presidente da República, defendia convictamente a realização de um referendo
para aferir o empenho dos portugueses na construção europeia.
“É
a altura dos portugueses se comprometerem com a Europa”, determinou, numa
proposta que contou com o apoio de Mário Soares, à altura eurodeputado e
presente no jantar-conferência, promovido pela Liga dos Amigos da Casa-Museu
João Soares, em Cortes, Leiria, em que Marcelo Rebelo de Sousa era um dos
convidados.
À
época, estavam a ser discutidas alterações a serem introduzidas pela Convenção
e Conferência Inter-governamental sobre a construção da União Europeia, o que,
na opinião do atual inquilino de Belém, exigia uma tomada de posição dos
portugueses por via de um referendo nacional.
Mário
Soares, por seu lado, apelou à participação dos portugueses nesse ato
referendário que “será inevitável”, demonstrando uma efetiva “cidadania
europeia” que corresponda aos projetos dos principais partidos políticos [PSD e
PS].
Esta
quinta-feira, o ex-líder do PSD, na abertura da “Grande Conferência Europa” do
Diário de Notícias, no Pátio da Galé, em Lisboa, considerou um erro “as
aventuras referendárias que pululam sobre os temas mais variados, como a
organização constitucional dos Estados ou a questão dos refugiados” noutros
Estados-membros da UE.
“Ou,
por maioria de razão, o que seria uma aventura referendária nomeadamente em
Portugal, e por isso inadmissível para o Presidente da República, seja um
referendo sobre a pertença à Europa ou um referendo sobre a vinculação a
tratados ou pactos celebrados no quadro europeu”, concluiu.
Esquerda.net
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