domingo, 20 de março de 2016

MpD VENCE LEGISLATIVAS 2016 COM MAIORIA ABSOLUTA E VAI GOVERNAR CABO VERDE



Bela Cepeda, Cabo Verde

MpD vence com maioria absoluta e volta ao governo depois de 15 anos na oposição. Ulisses Correia e Silva, líder do MpD, é eleito primeiro-ministro.

Os resultados provisórios das eleições mostram que o MpD venceu em todos os círculos eleitorais. (BC)
____________

Para finalizar a cobertura possível das Legislativas cabo-verdianas, após a colaboração preciosa de Bela Cepeda em Cabo Verde, recorremos, por sua indicação, ao jornal A Nação, que passamos a transcrever em parte do essencial dos resultados eleitorais em Cabo Verde. (PG)

MpD é nova maioria em Cabo Verde

O Movimento para a Democracia (MpD) é o grande vencedor das eleições legislativas deste domingo, 20 de Março, em Cabo Verde. Venceu em todos os círculos eleitorais no país, sendo a partir de agora o novo partido maioritário.

O Movimento para a Democracia (MpD) é o grande vencedor das eleições legislativas deste domingo, 20 de Março, em Cabo Verde. Venceu em todos os círculos eleitorais no país, sendo a partir de agora o novo partido maioritário. Com isso, e sob o comando de Ulisses Correia e Silva, regressa ao Governo depois de 15 anos de oposição.

Dados apurados pelo NOSi, quando estão contados 98 por cento dos votos, apontam para uma maioria absoluta folgada por parte do MpD, com cerca de 54 por cento do score. Em termos de mandatos, quando faltavam ainda oito assentos, o MpD já contava com 36, contra 25 do PAICV e três da UCID, o que lhe vai permitir uma governação tranquila.

O PAICV, liderado por Janira Hopffer Almada, é a segunda força mais votada, com cerca de 37 por cento dos votos apurados. Esse partido perde em quase todos os círculos eleitorais, com realce para as ilhas do Fogo e de São Vicente – até ao fecho desta página apenas ganhava no círculo de África. No caso do Fogo trata-se de uma derrota inédita, por isso histórica, tendo em conta que esta é a primeira vez que essa força política perde as eleições nesse círculo eleitoral.

A UCID emerge destas eleições, pela primeira vez também, como a segunda força política mais votada na ilha de São Vicente, com um resultado global sete por cento dos votos, três mandatos. Este é, em todos estes anos de disputa eleitoral, o melhor resultado dos democratas-cristãos sob comando de António Monteiro, que, em São Vicente, conseguiu 28 por cento dos votos.

No seu primeiro discurso, na sede nacional do MpD, Ulisses Correia e Silva considerou estes resultados uma vitória de todos os cabo-verdianos, prometendo “trabalhar, trabalhar”, para proporcionar ao país mais crescimento, menos desemprego e menos pobreza. “Não há derrotados nestas eleições, Cabo Verde é que venceu”, concluiu, sem antes reiterar os “compromissos” assumidos com os cabo-verdianos

Eleições. MpD PRÓXIMO DE ATINGIR A MAIORIA ABSOLUTA E SER GOVERNO EM CABO VERDE



Bela Cepeda, Cabo Verde

Nas eleições caboverdianas o inesperado pelos analistas está a acontecer, o MpD está à beira de atingir a maioria absoluta se mantiver a atual distanciação do segundo partido mais votado, o PAICV. Neste momento o MpD conta com quase 54% dos votos e o PAICV fica-se pelos modestos 37%. Isto acontece quando 59 dos 72 deputados que compõem o Parlamento já estão eleitos.

No Parlamento o MpD, neste preciso momento, acaba de atingir 46% dos deputados enquanto o PAICV contabiliza pouco menos de 35% dos deputados.

A UCID, o terceiro partido mais votado conta somente com 4.5% dos deputados. A manter-se nesta margem talvez consiga eleger 2 deputados.

Mais atualizações brevemente

BALANÇO POSITIVO DAS ELEIÇÕES EM CABO VERDE. VOTAÇÃO QUASE A ENCERRAR



Bela Cepeda, Cabo Verde

A menos de uma hora do fecho das secções de voto destas Legislativas 2016 em Cabo Verde já podemos fazer um balanço provisório de como decorreram. Há uma pequena palavra que é referida pelos responsáveis da máquina eleitoral quando pedimos opinião de como correu o ato eleitoral, se houve registos de grandes complicações, de cometimentos de ilegalidades, etc. “Bem”, é a pequena palavra muito escutada, vinda dos responsáveis eleitorais. As eleições correram “bem”. Não existem registos de “anormalidades ou de ilegalidades cometidas”, afirmam. “Não se registaram anormalidades que tivessem perturbado o ato eleitoral com prejuízo dos eleitores ou de outros”. É esperado que nos poucos minutos que faltam para encerrarem as urnas de voto nada de anormal possa perturbar este dia eleitoral perfeito, também assim considerado pela generalidade dos eleitores.

Está previsto que em cerca de duas horas serão conhecidos os resultados eleitorais. Portanto, às 22 horas de Lisboa (21 em Cabo Verde) já saberemos quem governará o país ou se não foi eleito partido político com maioria absoluta e se a formação de governo vai carecer de entendimento entre dois ou mais partidos para que o governo seja constituído com o necessário acordo parlamentar.

Até este momento é opinião de bastantes analistas que não vai haver por resultado eleitoral a tradicional maioria absoluta, apesar de ser previsto que o PAICV colherá mais votos que os outros partidos.

Até lá resta esperar pouco menos de meia-hora para que as secções e respetivas urnas de voto encerrem e comece a contagem.

O Página Global proporcionará quase ao minuto a divulgação dos resultados através de despachos que daqui enviarei, de Cabo Verde, país Atlântico que é uma pérola salpicada no oceano e país considerado muito seguro para o turismo individual, de grupo ou de família. Venham a Cabo Verde. Oferecemos Turismo Seguro. Bem-vindos.

Redação PG / BC

Cabo Verde. Eleições. Líder do PAICV esperou mais de meia hora na fila para votar



A presidente do PAICV teve hoje que esperar mais de meia hora para votar, depois de elementos da secção de voto terem dito que só poderia passar à frente com o acordo das pessoas que estavam na fila.

A candidata a primeira-ministra do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada, chegou à sua seção de voto, a mesa 09, na Escola Secundária Abílio Duarte, no Palmarejo, pouco passava das 10:00 locais (11:00 em Lisboa) e tencionava usar a prerrogativa de passar à frente na fila, mas alguns membros da mesa de voto que consideraram que tal só poderia acontecer com a concordância das pessoas que aguardavam para votar.

Os mesmos elementos tentaram ainda numa primeira fase impedir a comunicação social de entrar na sala para registar o momento de votação da candidata, exigindo posteriormente identificação a todos os jornalistas.

Gerou-se um compasso de espera e perante os protestos dos jornalistas, o presidente da mesa de voto autorizou a candidata a passar à frente, mas Janira Hopffer Almada optou nessa altura por permanecer na fila, acabando por votar mais de meia hora depois.

Vários jornalistas cabo-verdianos adiantaram à agência Lusa que em todas as eleições os líderes dos partidos têm prioridade a votar e que, nunca antes, um líder partidário teve que esperar na fila para exercer o seu direito de voto.

Depois de votar, em declarações aos jornalistas, a candidata do PAICV mostrou-se serena e confiante na vitória.

"Cheguei aqui serena porque confio no povo cabo-verdiano. E espero que todos os cabo-verdianos possam exercer o seu direito de voto em liberdade e em consciência, participando desta forma na decisão do futuro do país", disse.

Mais de 350 mil eleitores cabo-verdianos estão hoje a votar para eleger os 72 deputados ao parlamento nacional, de onde sairá o Governo para os próximos cinco anos, naquelas que são as sextas eleições multipartidárias no país.

CFF // EL - Lusa

Ladislas Ntaganzwa. Kinshasa entrega à ONU um dos principais suspeitos do genocídio do Ruanda



O presumível genocida ruandês Ladislas Ntaganzwa, detido por Kinshasa em dezembro, foi entregue hoje pelas autoridades da República Democrática do Congo (RDC) ao Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas no aeroporto de Ndjili, constatou um jornalista da AFP.

"Ladislas Ntaganzwa, acusado de ter participado no genocídio do Ruanda, está nas nossas mãos desde dezembro de 2015. Nós decidimos entregá-lo ao Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais da ONU", disse à imprensa o ministro congolês da Justiça, Alexis Thambwe Mwamba, depois de o suspeito ter sido transferido para a custódia da ONU no aeroporto de Kinshasa.

Ntaganzwa embarcou, posteriormente, num avião das Nações Unidas, cujo destino não foi divulgado.

Ladislas Ntaganzwa, detido em dezembro em Rutshuru, no leste da RDC, é um dos nove suspeitos genocidas ruandeses mais procurados pelo TPIR, sendo acusado de ter tido um papel instrumental na mobilização dos hútus extremistas, incitando direta e publicamente ao massacre, de distribuição de armas, de dirigir e participar diretamente em assassínios e de cometer crimes contra a Humanidade.

"Não estamos num quadro bilateral com o Ruanda, mas nós executamos uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas", acrescentou o ministro.

No genocídio do Ruanda, entre abril e julho de 1994, extremistas da etnia hútu assassinaram indiscriminadamente cerca de 800.000 membros da etnia minoritária tutsi e hútus moderados, segundo estimativas da ONU.

Em novembro de 1994, o Conselho de Segurança da ONU criou o Tribunal Penal Internacional para o Ruanda (TPIR) para julgar os responsáveis pelo massacre
.
RCS // MSF - Lusa

O MAL QUE ENRIQUECE UM PUNHADO DE GENTE EM MOÇAMBIQUE



@Verdade, editorial

De que Moçambique é um país propenso aos males originados pela força da natureza, ninguém tem dúvidas. Porém, sabe-se que, de há décadas para cá, vários fenómenos calamitosos, nomeadamente cheias, ventos fortes, seca (que agora ameaça a vida de muitas famílias), ciclones, entre outros ocorrem ano após ano, mês após mês, semana após semana, dia após dia e até hora após hora.

Estas desgraças, na sua maioria, não mudam a forma de actuação e muito menos a rota, mas nem por isso as autoridades competentes da Pérola do Índico consegue fazer algo para minimizar tais situações. Pelo contrário, o pouco e, se quisermos arriscar, o muito que o país recebe de doações beneficia a um grupo elitista já preparado para tal, pese embora os apoios chegam em nome do povo e em especial das famílias desfavorecidas e assoladas pelos fenómenos a que nos referimos.

Ora, por tudo isto, Moçambique já tem uma larga experiência no que diz respeito aos fenómenos naturais e humanas, inclusive guerras não declaradas, que sujeitam famílias, de forma sistemática, a novos assentamentos e reassentamentos. Estas situações fazem com que determinadas famílias sejam nómadas, na medida em que se devem mover dia após dia contra sua vontade.

O que nos preocupa, como moçambicanos, é o facto de o Governo não conseguir traçar, por exemplo, políticas públicas que ditem a transferência definitiva das famílias que se encontram a viver em zonas impróprias para habitação e a sensibilização e mobilização de todos para que abandonem as regiões propensas e passem a fixar suas residências em zonas seguras.

Será que o mesmo Governo ganha alguma coisa, quando há registo de imtempéries no país? A resposta a esta questão é simples. Basta olhar para alguns sectores criados para velar pela situação, o caso concreto do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC). As viaturas alocadas à aquela instituição! A vida dos gestores do INGC! Será que é fruto do salário?

E o que fazem com o dinheiro que recebem de entidades de boa fé e que querem apoiar as famílias assoladas? Quase nada. Que o digam as vítimas! O INGC anuncia, quase todos os dias, que tem disponível tantos milhões de meticais para fazer isto e aquilo na comunidade X ou Y, mas as famílias afectadas pelas calamidades naturais continuam entregues à sua sorte, daí que vale dizer: Calamidades naturais, o mal que enriquece um punhado de gente em Moçambique.

Moçambique. TENSÃO POLÍTICO-MILITAR AMEAÇA PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA



Fiscais chegam a ser raptados por duas semanas

Um lugar de renome nacional e internacional, o Parque Nacional da Gorongosa, em Sofala, vive momentos de incertezas devido à tensão político-militar que o pais atravessa. Julieta Lichuje, da Administração Nacional das Áreas de Conservação, fala de raptos de fiscais daquele parque, que chegam até a ficar duas semanas nas mãos dos homens da Renamo.

“Houve situações em que foram raptados fiscais do Parque. Com a participação do próprio parque, alguns fiscais conseguiram voltar. Mas também há situações em que os fiscais ficam com eles uma ou duas semanas. É uma situação que está longe do nosso alcance. O Governo tem que arranjar uma forma de acabar com esta situação”, disse, por um lado, Julieta Licheje.

Por outro, a representante da Administração Nacional das Áreas de Conservação diz que a situação é ainda preocupante porque, dado que para além de repelir os visitantes, o barrulho das armas pode ainda afugentar os animais daquela região.

“Nós ficamos preocupamos porque sabemos que o líder da Renamo está nas proximidades. Há bases perto, e temos recebido muita preocupação por parte dos gestores do Parque”, finalizou Julieta Licheje.

Refira-se que durante os 16 anos da guerra civil em Moçambique o Parque Nacional da Gorongosa perdeu vários animais, e teve de ser repovoado, um processo que durou mais de 10 anos.

O País

Moçambique. OUVINTE CRITICA A RENAMO E DIZ QUE POVO NÃO QUER VIA DA GUERRA - c/ áudio



A opinião é do bancário moçambicano Ivan Amade

Danielle Stescki – Voz da América

Ivan Amade, de 34 anos, é bancário, pai de família e um dedicado estudioso de vários assuntos.

Além de ser formado em Engenharia Agrária, tem duas pós-graduações: uma em Gestão de Empresas e  outra em Gestão de Projectos.

Está no momento a fazer um mestrado e nas horas vagas ainda encontra tempo para dar palestras de Educação Financeira.

A situação económica e a paz em Moçambique são dois temas importantíssimos para Amade.

Ele explica que apesar da situação político-militar ser tensa, devido a alguns conflitos locais entre a Renamo e o Governo, Moçambique, de modo geral, continua em paz.

Amade destaca que a Renamo é um partido com assento no Parlamento, mas mesmo assim faz suas reivindicações por via militar.

"É preciso frisar para a comunidade internacional que nós, como moçambicanos, esperamos que ela critique a Renamo pela via que está a usar."

Ivan Amade ressalta que não será possível manter o crescimento económico de Moçambique,  caso a Renamo continue com a desestabilização que está a provocar em certas regiões.

"Moçambique tem que continuar a apostar na agricultura, mas numa agricultura profissional, feita com responsabilidade e, acima de tudo, respeitando os príncipios técnicos, para que a produtividade seja realmente maior", conclui Ivan Amade. 


SOMOS GOVERNADOS POR ASSASSINOS?



Folha 8 digital

Senhoras e senhores jornalistas, Angola está neste momento a viver uma verdadeira tragédia, fruto da má planificação orçamental, da má gestão dos recursos públicos, do desprezo total dedicado à Saúde - sector vital para qualquer país que busque verdadeiramente o desenvolvimento - da priorização do desvio em detrimento do bem comum, da vontade marcante de erguer o betão e derrubar o cidadão. Em Angola, os angolanos estão a sobreviver como vermes e a morrer como vermes. Mata a febre amarela, mata uma outra febre qualquer, uma diarreia qualquer, uma doença qualquer. Mas, o que é mais doloroso, é que matam doenças perfeitamente preveníveis e evitáveis, se estivéssemos num país sério e, sobretudo, com um governo sério. E isso, infelizmente, não temos.  O que se passa nos hospitais deste país, e muito particularmente nos de Luanda, é uma autêntica tragédia; é uma autêntica pouca vergonha. O grito de socorro vem do Hospital Pediátrico de Luanda, do Américo Boa Vida, do Cajueiro, de todas as unidades hospitalares onde falta tudo; absolutamente tudo; da luva à seringa; do penso ao comprimido; do fio de sutura ao simples aspirador que leva à morte dezenas de recém-nascidos; ao lado das morgues já sem capacidade para comportar cadáveres, enquanto os caixões também fazem filas enormes à entrada dos cemitérios, tal é o número de óbitos que ocorrem diariamente aqui em Luanda, onde todos os visitantes são levados às centralidades do Kilamba, do Cacuaco, do Zango, etc., para ver a capacidade chinesa de erguer prédios, quando falta capacidade para alimentar os cidadãos, assegurar-lhes alguma saúde e um mínimo de tempo de vida. Isso, minhas senhoras e meus senhores, é o colapso de um governo e de um regime que, volvidos 40 anos, se afunda de forma precipitada, mostrando completa incapacidade, falta de engenho e abundância de maldade.  O que é que está efectivamente a acontecer e o que é preciso fazer? Há uma grande avalanche de doentes que acorre aos hospitais em busca de socorro. São doentes de malária e febres hemorrágicas como a dengue, chikungunya e febre amarela. O aumento na incidência destas doenças é o resultado directo da combinação dos amontoados de lixo espalhados pela cidade, e os charcos de água putrefacta que se formam em decorrência das quedas pluviométricas que se abatem sobre a cidade, nos últimos tempos. Esta combinação favorece as condições propícias para o desenvolvimento de mosquitos, que são os vectores  destas doenças, isto é, que transmitem, através das suas picadas, os protozoários e vírus que as causam. Como se sabe, quanto mais doentes há, maior a chance de existirem mosquitos infectados e, portanto, capazes de transmitir a doença. Assim sendo, é muito importante combater o vector por métodos diversos e, assim, impedir a transmissibilidade dessas doenças. Por isso, as medidas de saneamento básico e a luta anti-vectorial são a forma mais eficaz de prevenção destas doenças que são perfeitamente evitáveis. As enchentes nos hospitais e centros médicos têm desencorajado os doentes a procurar precocemente os cuidados médicos e assim, muitos dos casos chegam aos hospitais em estádios avançados da doença e, em muitos casos, com formas complicadas da doença. As crianças, particularmente, são bastante vulneráveis à anemia que se desenvolve nessas situações, requerendo, em muitos casos, transfusões de sangue para inversão da situação. Ante este afluxo acrescido de doentes,  os hospitais têm revelado absoluta impotência para responder à demanda, sendo os principais pontos de constrangimento os seuintes: 1)  Pessoal médico e de enfermagem insuficiente, o que torna o atendimento lento, algumas vezes inexistente, com os doentes a levarem, na maior parte dos casos, acima de cinco horas para serem atendidos, o que agrava ainda mais o quadro e provoca a ansiedade por parte dos familiares, geradora de tensões passíveis de descambar em atitudes violentas; 2)  Espaço físico limitado para albergar doentes e acompanhantes, mormente no caso das crianças, ocasionando, para todos, funcionários e utentes, grande desconforto e risco acrescido para a transmissão de outras doenças como, por exemplo, as respiratórias; 3)  Falta de medicamentos para os primeiros socorros, nomeadamente analgésicos/antipiréticos, anticonvulsivos e soros, para corrigir desequilíbrios hemodinámicos, dificultando a prontidão na assistência ao doente; 4)  Material gastável insuficiente e até mesmo inexistente, nomeadamente seringas, luvas, sistemas de infusão endovenosa (soros) e outros; 5)  Suporte laboratorial deficiente, por incapacidade técnica dos laboratórios instalados nos serviços de urgência, onde os equipamentos são rudimentares, os reagentes quase sempre inexistentes e o pessoal técnico de igual modo, insuficiente para a demanda. É este desequilíbrio entre o fluxo aumentado de doentes que procuram cuidados médicos e as condições minguantes existentes nos hospitais que explica o caos que hoje assistimos nos hospitais de Luanda, da rede pública. Pode-se afirmar, categoricamente, que o sistema entrou em colapso, daí as elevadas taxas de mortalidade que caracterizam o quadro desses hospitais, nos últimos tempos. Informações fidedignas e praticamente irrefutáveis apontam para uma média de 25 mortes por dia, no Hospital Pediátrico de Luanda e no Serviço de Pediatria do Hospital Américo Boavida. No caso deste último, se acrescentarmos uma média de 5 a 7 mortes por dia, de doentes adultos, somando enfermarias e urgências, estaremos a falar de cerca de 30 mortes por dia, o que representa uma taxa de mortalidade escandalosamente elevada para um hospital de nível terciário. As taxas de mortalidade diária são igualmente elevadas em outras unidades sanitárias, nomeadamente no Hospital Josina Machel, no Hospital Geral de Luanda, na Maternidade Lucrécia Paim, no Hospital do Cajueiro e em toda a rede de hospitais municipais. Portanto, contas feitas, estima-se que estão a morrer nos hospitais de Luanda uma média diária de 150 pessoas, uma cifra assustadora, brutal e escandalosa, para a qual as autoridades sanitárias do país ainda não despertaram. Nem mesmo o grito lancinante de socorro dos médicos do Hospital Pediátrico parece ter comovido os corações endurecidos dos membros do Executivo do Presidente José Eduardo dos Santos.Estamos perante uma situação de emergência, semelhante, por exemplo, à situação criada pelo surto de Marbourg que assolou a região norte do país, há uns anos. Não se pode ficar indiferente diante deste trágico cenário, pois estamos a falar de cerca de 5 000 pessoas que podem perder a vida num mês por causas que são perfeitamente evitáveis. Tratando-se de uma situação de emergência, impõem-se medidas vigorosas e céleres que revertam, de forma activa, o quadro presente. Não se pode esperar que a imunidade natural adquirida e o quadro sazonal se encarreguem de diminuir passivamente a incidência dessas doenças. É preciso agir rapidamente e de forma determinada para evitar que mais mortes ocorram, sobretudo em crianças. A situação é crítica, trágica, mas o Titular do Poder Executivo não diz nada. Absolutamente nada! Como sempre.  Apenas diz aos angolanos que vai abandonar a “política actica” em 2018, sem nos dizer que abandona a desgovernação agora e já! O Executivo angolano que, durante muitos anos, foi gritando aos quatro ventos que tínhamos o país que mais crescia economicamente, verdadeiro exemplo de riqueza, em meio de pobres e de menos ricos, hoje, depois de desviados os biliões de dólares, nossos, de todos nós, que deviam socorrer os cidadãos, livrando-os da fome, da doença, do lixo e de tantos outros males, mostra-se impotente. Sem horizontes. Sem soluções. Associações de utilidade pública, que consomem o dinheiro de todos mas fazem propaganda partidária promíscua, barata e desconexa, como o AJAPRAZ, estão aonde? Em que latitude moram os empresários da juventude, que usam e abusam do nosso dinheiro, e que deviam, agora, mostrar que podem fornecer alguma saúde “potável”? Onde estão os “rebentos” do nepotismo institucionalizado, que podem pagar milhões a artistas estrangeiras que para aqui vêm exibir corpos desnudos, e não aparecem para usar o nosso dinheiro - porque é nosso - para salvar vidas? Pede-se apoio e solidariedade aos cidadãos. Está certo, mas como? O Presidente Eduardo dos Santos, titular do Poder Executivo, confessou, há alguns dias, quando proferia o discurso de abertura de mais uma reunião do Comité Central do seu partido, que tinha ordenado o Tribunal Constitucional proibir os Deputados do Povo de Angola de fiscalizarem os actos do Governo, ou seja, os seus actos, em flagrante violação da Constituição da República de Angola. Como é que vamos saber em que bolsos e contas bancárias moram os nossos dinheiros, se a fiscalização é entre quem delapida o erário público e ele mesmo? E perante esta situação, grave e gravosa, o Presidente Eduardo dos Santos diverte os angolanos com joguinhos antigos e desusos de que sai da vida política activa em 2018. Sobre os angolanos que morrem todos os dias, às dezenas, ele nem tuge nem muge. Com esse comportamento, não sai já porquê? E o apelo, para resolver os problemas, vai para os cidadãos que ficam meses e meses sem receber salários, que não sabem como comprar um quilo de fuba para uma refeição “desenrascada”, que vêm o filho, o sobrinho, o neto, enfim, a morrer num corredor qualquer, de um hospital qualquer, porque falta o reagente, o medicamente, a luva, a seringa.... tudo. E isso misturado à insensibilidade e falta de deontologia profissional de certos técnicos da saúde que ora destratam os doentes, ora nem sequer lhes dedicam um simples olhar, ora usam o mesmo par de luvas ensanguentado noutros doentes, para desespero destes e dos seus familiares, ante a possibilidade real de morrer de doenças trazidas ou encontradas, quando não se lhes exige o pagamento de uma “gasosa” ou de um “saldo” que lhes “unte” as mãos em troca de alguma atenção, mesmo que fingida... As escassas morgues de Luanda, todas elas, já não têm espaço para guardar e conservar o número cada vez maior de corpos que para lá são enviados, para desespero de todos. Caso para dizer “Meu Deus, tende piedade de nós”!Caros Jornalistas, Minhas senhoras e meus senhores:Ante esse quadro, a UNITA conclui que a crise no sector de saúde, em Luanda, em particular, e no País, em geral, tem causas políticas. Neste sentido, alerta o Executivo para a calamidade que está a ocorrer, pelo que propõe: 1.  Que o Presidente da República se pronuncie e declare estado de alerta máxima para Luanda, e de Calamidade Nacional para o resto do País; 2.  Que seja revisto, com carácter de urgência, o OGE para 2016, com o fito de se cabimentar mais verbas para a Saúde e sectores conexos; 3.  Reunir os responsáveis dos serviços de urgência dos principais hospitais, do INEMA e do Corpo de Protecção Civil e Bombeiros numa task force para fazer, a título provisório emergencial, a gestão integrada do atendimento de urgência e emergência, em Luanda; gestão integrada que compreende a gestão de vagas, de recursos humanos e de outros meios indispensáveis à prossecução dos objectivos; 4.  A mobilização e recrutamento de pessoal, a título temporário, para acudir à situação de emergência, colocando este corpo de profissionais sob gestão da task force, atrás referida; 5.  Disponibilizar, a título emergencial, recursos financeiros destinados à aquisição de medicamentos, seringas, sistemas de infusão endovenosa e toda a sorte de material gastável necessário ao funcionamento adequado dos serviços de urgência e emergência. Se há dinheiro para a batota, para dar à família, para a política ridiculamente exibicionista do “betão”, tem de haver para o bem maior que é a “vida”;  6.  Reforçar as capacidades dos Laboratórios das urgências, o que permitiria tornar mais célere e eficaz o atendimento e prestação de cuidados aos doentes; 7.  Que o Instituto de Hemoterapia promova uma campanha de doação de sangue para incrementar, de forma consistente e significativa, a oferta de sague; 8.  Implementar medidas urgentes de saneamento básico da cidade e a evacuação dos grandes amontoados de lixo que se registam em toda a extensão da cidade de Luanda, assim como de outras cidades e urbes do país. Uma última nota: quando se chega a este ponto, o Governo abriu falência. O único remédio é sair e deixar que aqueles que querem e podem governar para o Povo e pelo Povo o façam. Se a resposta fosse chave de lotaria, seguramente toda a gente ganharia, porque toda a gente sabe que esses “aqueles” de que falo, que querem e podem governar Angola, são as mulheres e homens da UNITA, em concurso com todos os bons  quadros angolanos, independentemente da sua cor partidária, do seu credo, raça, região de origem, etc., etc., etc. Eu fico por aqui, colocando-me, assim como os meus colegas - sobretudo o senhor Secretário da Saúde - à disposição de Vossas Excelências, para as perguntas e dúvidas que eventualmente ainda possam ter. Muito obrigado.

Raúl Manuel Danda - Vice-Presidente da UNITA - Luanda, 17 de Março de 2017


Angola. SAÍDA DE JES NÃO SIGNIFICA ALTERNÂNCIA DE PODER



Raul Dinis, opinião

O mundo já se cansou de ouvir as reiteradas promessas do cidadão José Eduardo dos Santos, presidente vitalício do MPLA e da republica de Angola de se retirar da cena politica ativa, desde que, em 1979 foi conduzido ao cargo de presidente do MPLA e da republica de Angola.

JES SÓ DEIXA O PODER EM SITUAÇÃO EXTREMA DE FALTA DE SAÚDE E/OU POR MORTE.

Não foram poucas as vezes que informações idênticas vazaram do circulo restrito do presidente demonstrando a sua indecisa vontade de retirada da politica ativa, essa ladainha  tem sido frequentemente uma indigesta companhia para os angolanos, pois, para o simples cidadão mortal oriundo da Angola profunda, sabe que o presidente vitalício só sairá do poder em situação critica de saúde ou de morte eminente.

O ANUNCIO DE RETIRADA DE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS DA CENA POLITICA ATIVA EM 2018, EM NADA ALTERA A GRAVIDADE DA SITUAÇÃO DE CRISE POLITICA E ECONÔMICA E SOCIAL POR ELE INSTALADA.

A sôfrega apetência de JES pelo poder levou a uma quase irreversível falência geral de todo aparelho do estado, tanto da área econômico-financeira assim como na área político-social. Os valores defendidos pelo presidente JES são de todo incomensuravelmente danosos, ao ponto de impossibilitar o surgimento crescente de uma economia produtiva sustentável.

O PRESIDENTE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS TEM SIDO AO LONGO DOS 37 ANOS QUE DURA O SEU CONSULADO, NA VERDADE JES TEM SIDO O FATOR IMPEDITIVO QUE TEM INVIABILIZADO COM ELEVADA MESTRIA A DEMOCRATIZAÇÃO DO PAÍS E TEM EVITADO A TODO CUSTO À PRESTAÇÃO REGULAR DAS CONTAS, SITUAÇÃO QUE DESESTABILIZA O NECESSÁRIO EQUILÍBRIO DAS CONTAS PUBLICAS.

Não importa o que agora possam dizer os magos desesperados da verdade empírica, em defesa do seu líder e do estado de miséria endêmica que o povo vive. O que essa gente fez ao povo e ao país não tem justificação plausível nenhuma.

ESSAS RATAZANAS SERVIDORAS IMPRESTÁVEIS AO SERVIÇO DO REGIME COMEÇARAM A SALTAR FUGINDO DA EMBARCAÇÃO TRIPULADA PERIGOSAMENTE PELO ZÉ ENGENHOCAS.

O modo como JES trata a maioria do povo angolano é deslealde totalmente desrespeitosa. De igual maneira se pode afirmar que a maneira como o presidente se utiliza das instituições do estado da constituição para bloquear as liberdades do povo são deliberadamente obstrutivas e impede os cidadãos de se organizar e defender os direitos que lhes é permitido por direito e constitucionalmente são defendidas.

A DIPLOMACIA DE COMPADRIO E AS INDECENTES INTERFERÊNCIAS DE LOBBIES AVENTUREIROS NOS ASSUNTOS INTERNOS DO PAÍS PERMITIDOS PELO PRESIDENTE DA REPUBLICA PARA BUSCAR RECONHECIMENTO.

Angola é um país antidemocrático e adúltero por causa dos desvios de conduta do presidente que não respeita nada nem ninguém e exige do cidadão o respeito imerecido.

O universo politico-democrático mundial retirou o protagonismo que outrora o presidente gozava, assim sendo, o presidente perdeu espaço de manobra e o seu poder de persuasão esvaiu-se por completo começando a ser posto colocado de lado pelos seus interlocutores internacionais.

A MISTURA DE DINHEIRO, PODER, FAMA, FAMÍLIA AMIGOS, PECULATO, NEPOTISMO E CORRUPÇÃO AJUDARAM A TRANSFORMAR O PODER TOTALITARISTA EM UMA CLEPTOCRACIA MANIQUEÍSTA SEM PRECEDENTES. 

O péssimo desempenho nas relações internacionais e o estado gravoso de sua filha e o seu vice-presidente da republica estarem a ser ambos acusados de corrupção peculato do erário publico, e cujos fundos dessas riquezas, são hoje internacionalmente questionados a proveniência dos mesmos, ajudaram com essas ilicitamente a transformar o então todo poderoso presidente angolano num fraquíssimo interlocutor, totalmente desprestigiado com uma irrisória dimensão politico diplomática estrondosamente diminuta, ao ponto de não o convidarem para a tomada de posse do atual presidente da republica portuguesa.

EM ANGOLA VIVE-SE MOMENTOS DE AUTENTICO TERROR, PORÉM AGORA O TERROR ABRANGE TAMBÉM O SÉQUITO DE MILITANTES QUE AVIDAMENTE SE EMBRIAGAVAM COM O ELIXIR EMBRIAGADOR DO CÁLICE DA ETERNIDADE VENDIDA POR JES E ACÓLITOS.

 Além de tudo, o anuncia caricato de JES retirar-se em 2018 da cena politica nacional ativa, trouxe dados exageradas em analises infundadas de analistas míopes, que não souberam focalizar o verdadeiro motivo desse insidioso anuncio sem verdade altruísta nenhuma da parte do presidente líder da ditadura.

NADA É COMPARÁVEL A MAQUIAVELICE EXERCITADA POR JES QUANDO A CONVERSA É O JOGO DE PODER EM ANGOLA, COMO DISSE JÁ O DOUTOR BONAVENA QUANDO SE REFERIA À SUCESSÃO DINÁSTICA DE JES, NA VERDADE, ESSA DINÂMICA A MUITO COMEÇOU, SÓ OS CEGOS NÃO QUERIAM VER.

Já o dr Marcolino Moco, Justino Pinto de Andrade e o autor desse texto fartaram-se de denunciar a mecânica dessa justiçável ofensiva protetiva de JES, que visa obstruir de eventuais acusações futuras implicativas relacionadas com roubo direto do erário publico praticados por toda sua família, e até mesmo das perseguições, prisões arbitrarias e assassinatos praticados um pouco por todo país por ordem expressa do mandatário vitalício do poder, que visavam calar ameaçadoramente aqueles que dão voz aos nacionais da angola profunda aterrorizada.

ANGOLA BREVEMENTE VIVERÁ MOMENTOS INSTÁVEIS DE ABSOLUTO TERROR, O MOMENTO JÁ É CRITICO, MAS, SERÁ PIORADO PELO CRITERIOSO DESEMPENHO DO LÍDER DO REGIME EM CONCRETIZAR A SUA SUCESSÃO POR UMA CHAPA DE PURO SANGUE, EM DETRIMENTO DA SEGURANÇA E DO BEM ESTAR SOCIAL DO POVO.

Em definitivo, se os angolanos não se organizarem em torno das verdadeiras lideranças descomprometidas com o regime totalitarista, sobretudo se não se distanciar das lideranças dos partidos agachados de braço em riste mendigando benesses na mercantilizada assembleia nacional o epicentro do colaboracionismo de intrigas e de traições, estacionadas na profundeza dos territórios pantanosos sitiados em subterrâneos da cidade alta.

TUDO QUE FOI VENTILADO SOBRE A EVENTUAL SAÍDA DO PRESIDENTE DO MPLA DA CENA POLITICA ATIVA ANUNCIADO A 11 DE MARÇO DE 2016, DE TRÊS COISAS O ANGOLANO TEM A PLENA CERTEZA:

A primeira é que a eventual sucessão do presidente vitalício do MPLA e da república não significa de modo algum uma alternância de poder em Angola. A segunda é que a sucessão para mudar angola não pode de maneira nenhuma sair da arvore genealógica apodrecida do ditador. E a terceira é que a mudança para melhorar o nível de vida dos angolanos não pode jamais ter proveniência na atual direção do MPLA, e muito menos poderá ter procedência em nenhum dos seus adestrados indefectíveis estacionados no maioritário.

SOMENTE O BLOCO DEMOCRÁTICO TEM RAÍZES DE LUTA ANTICOLONIAL DO TEMPO DO COLONIALISMO DO BRANCO, E DESDE 1974 MANTÉM TOTAL DISTANCIAMENTO COM O PODER OLIGÁRQUICO COLONIAL DO TEMPO DO PRETO, CHEFIADOS PRIMEIRO PELO POETA ASSASSINO ANTÓNIO AGOSTINHO NETO E DESDE 1979 POR JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, O MAGNÂNIMO DITADOR SANGUINÁRIO, NO PODER A JÁ 37 ANOS.

Todo cidadão incluindo o autor desse texto sabem bem qual é o partido que estando no poder poderá trazer mudanças substanciais que melhore a vida dos angolanos. É claro que somente um (1) partido está em condições de marcar a diferença e trazer a verdade a politica uma eficiência soberana de melhoria das liberdades democráticas.

ELES SÃO OS MESMOS QUE DISSERAM NÃO AO DITADOR NO PASSADO E POR ISSO SOFRERAM AS CONSEQUÊNCIAS RESULTANTES DE NEGAÇÃO, FORAM POR ISSO PRESO NA ÉPOCA DO REGIME DE PARTIDO ÚNICO. 

São os mesmos que continuam hoje a dizer não ao ditador e ao seu regime, e continuam firmes até hoje lutando lado a lado com e pelo povo.  São eles nada mais e nada menos que os companheiros do bloco democrático. Caso não exista mudanças no meu/nosso partido MPLA, acredito que grande parte da militância e amigos do MPLA farão o seu voto flutuar para o Bloco Democrático.
A maioria da sociedade ativa inteligente já escolheu o seu espaço politico para nele movimentar-se, todo cidadão fiel militante na luta por uma Angola livre e sem JES, seguirão os mesmos passos para ajudar esse pequeno partido no campo de batalha politica pela democratização do país.

FALTAM MEDICAMENTOS, INFRAESTRUTURAS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM ANGOLA



Todas as semanas morrem dezenas de crianças nos hospitais de Luanda. Faltam medicamentos, sangue, equipamentos, médicos e enfermeiros. Oposição angolana exige que se declare o estado de calamidade nacional.

Ao entrar no Hospital Pediátrico David Bernardino, um dos maiores de Angola, o primeiro som que se ouve é o de pessoas a chorar. Há crianças que morrem nos braços das mães e pais à espera de sangue para fazer uma transfusão.

Vasco está no hospital e foi com o filho ao banco de urgência, que está completamente cheio. "Está muito complicado. Não temos dinheiro. O paciente é que tem de comprar tudo. São já 16 horas de espera. O meu filho está sem o sangue e eu até já doei mas até agora não fomos atendidos", lamenta o pai.

Há muitas crianças em estado grave, mas a espera prolonga-se. O hospital não tem camas suficientes para tanta gente. Quatro pacientes dividem uma cama, enquanto outros recebem assistência por cima de um pano estendido no chão.

Pacientes obrigados a comprar medicamentos e materiais

Também faltam medicamentos e o problema não é novo. Há muito que se sabe que a maior parte dos serviços de saúde em Angola não têm fármacos, nem seringas, luvas, compressas ou adesivos. Os pacientes são obrigados a comprar medicamentos e materiais nas farmácias.

Estima-se que, neste momento, só no Hospital Pediátrico David Bernardino, morram 15 crianças por dia. O hospital atende, de segunda a domingo, uma média de 500 pacientes por dia com várias doenças, sobretudo malária.

Uma enfermeira, que não se identificou, conta que nunca viu nada assim e que continuam a chegar novos casos diariamente. Já o médico Luís Bernardino conta que, para além de faltarem medicamentos, há cinco anos que o hospital não recebe novos profissionais.

"Este hospital está com dificuldades, aliás, como todos sabem, estamos a receber menos de 50% dos bens de serviço desde o ano passado. Há meses em que não recebemos nada e não recrutamos enfermeiros há cinco anos", revela o profissional de saúde.

Ainda assim, o Hospital Pediátrico David Bernardino está a receber donativos de várias organizações e também de cidadãos comuns.

Esta quinta-feira (17.03.), o governador da província de Luanda, Higino Carneiro, apelou a um maior empenho dos profissionais de saúde: "Sabemos que por força da Lei Geral do Trabalho, devem trabalhar apenas 30 horas por semana. Então, mas vamos deixar morrer as pessoas porque a lei nos impõe que devemos trabalhar apenas duas vezes por semana?".

Entretanto, o maior partido da oposição em Angola, a UNITA, exigiu ao Presidente José Eduardo dos Santos que declare o estado de calamidade nacional face à crise no setor da saúde.

Pedro Borralho Ndomba (Luanda) – Deutsche Welle

Angola. A IMBECILIDADE E O PROCESSO



O juiz da 14.ª Secção do Tribunal Provincial de Luanda, Januário Domingos, parece ter assumido a carapuça, que lhe fora outorgada por um indignado cidadão de se ter transformado em “imbecil e palhaço”, teimando manter-se no centro do guião do tirano.

John Santana- Folha 8, opinião

Para um desconto, diríamos que colocando-se como acéfalo, sem noção de dignidade humana, está a ser manipulado. Coitadito! Ah, não. Há quem diga que não pode ser coitado, porque deixa-se manipular livremente. Mas esta tese, levanta outra questão. A noção de liberdade pressupõe possuir capacidade inteligível. Se é acéfalo, então, não pensa, logo, não sabe o que é a liberdade!

Não sabe o que é hermenêutica jurídica! Não sabe o que é justiça democrática. Captada esta inferência silogística, permite compreender e precaver-se de qualquer comportamento que foge da norma, vindo de um juiz que se caricatura todos os dias.

Na sessão de 7 de Março, em que os réus exibiram palhaços com auto-retratos, nas suas camisolas, gerou um impacto inesperado. Inesperado pela simplicidade da acção, apesar da sua enorme carga simbólica.

Diante da resiliência, que expressa grande força de espirito dos arguidos, no uso do “soft power”, o farrapo humano, nas vestes de pequeno juiz, decidiu colocá-los fora da audiência.

Isto inflacionou o acto de resistência e desafio político…

O poder, tenta agir numa lógica de controlo mais ou menos absoluto da situação.

É mera aparência.

Há indicadores de sobra, de que está agir, na lógica ilógica do acaso. Porque não consegue perceber que o livro, “Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura — Filosofia Política para Libertação de Angola”, está a ser aplicado pelos réus.

Por incrível que pareça, os ideólogos do regime, ainda não perceberam que mesmo presos, os réus estão a aplicar as técnicas à risca, desde Junho de 2015.

Aliás, a condição de presos, viabiliza perfeitamente a aplicação da filosofia de luta não violenta. Captaram enorme simpatia internacional e nacional. Para a expansão e aplicação de uma filosofia, não há nada melhor que ter adeptos. Isto aconteceu porque a prisão permite maior publicidade gratuita, jamais concedida à uma filosofia de luta contra um tirano!

Pelo que li no livro, a primeira fase de luta não violenta contra a ditadura, deve consciencializar o povo sobre a opressão; levá-lo a questionar as injustiças, e fazer com que os potenciais cidadãos, desacreditem completamente as instituições e por arrasto a comunidade internacional saiba e siga na mesma incredulidade.

Desde Junho de 2015, os activistas conseguiram tudo isto! Fizeram com que todo o país soubesse que há um ditador e um MPLA que são as razões centrais dos problemas de Angola. Hoje, não há lugar deste país, onde não se debate às claras, e com ódio, a situação do país, focando-se na necessidade de arrancar o MPLA e o déspota do poder.

Os auto-retratos em palhaço, mais uma vez demonstram a aplicação em consciência, das técnicas da filosofia referida. No dia sete, aplicaram a técnica nº 7: “(…) caricaturas e símbolos”. Se lembrarmos as greves de fome e jejum (técnica nº,159 e 102), gestão mediática dos seus rostos com cabelo enorme, declarações formais enviadas da prisão para a midia (técnicas nºs 1 à 6). Tudo isto, está no livro.

Os miúdos estão a ganhar dez a zero contra o regime, que apesar de ter armas, militares, juízes, dinheiro do saque, mas sem inteligência, está a levar no focinho, pelo poder da racionalidade pluriversal e inteligência conectiva.

O processo deu a conhecer o livro e as técnicas, com uma rapidez à velocidade da luz. Rapidamente, os seus adeptos começaram a usar: oração e culto (tec. nº 20), vigília (tec. nº 34), assembleias de protestos (tec. nº47), reuniões de protestos (tec. nº 48), etc.

Em virtude do prazer de manter-se no centro temporário, do filme autoritário, o juizito, continua a seguir o guião à risca, protagonizando mais três acções que facilitam a aplicação da luta não violenta:

I) Convocou ilegalmente os membros do “Governo Facebook”. Parte influente do tal governo, rejeitou abandonar o Facebook, reclamando que de lá nunca deviam ter saído, estamos bem aqui, por isso, não iremos ao tribunal carnavalesco sem qualquer elevação ao nosso nível! Ante este boicote com dignidade histórica, o imbecil metamorfoseou os declarantes em arguidos. Consequência: rebaixamento e descredibilidade total da corte. Mais uma contribuição dada à teleologia da luta… Os réus, usando do estatuto adquirido, apelaram ao boicote. Entre os resistentes a depor, está David Mendes, sobre o qual, voltar-se-á no fim deste texto.

II) Na sessão de 14 de Março, reservada ao início das alegações, sendo um dos advogados de defesa, David Mendes, fez-se presente. Na realidade, aquela ocasião, no guião do déspota e seus farrapos humanos manipuláveis, estava reservada para afastar o advogado de cena.

O pequeno juiz, com altura de gente séria, mas que envergonha e desgraça a magistratura judicial, ordenou que o causídico se retirasse do local reservado aos advogados, exigindo-o a depor na condição de declarante. Ao que Mendes rejeitou, com base nos fundamentos legais.

Reflicta numa lógica razoável: Se ele já foi constituído arguido por não ter comparecido como declarante (mesmo sendo uma acusação ilegal, claro), é certo que deveria esperar pela existência de um processo, para ser julgado, na lógica de “nullum penna, nullum processum”. Não?! Ou será que o juiz não tem noção deste brocardo romano, por desconhecimento do Código de Processo Penal?

Se assim for é muito grave, porquanto, diz ainda o processo, no caso o civil, não poder o juiz adoptar sentença adesão, em respeito ao art.º 158.º, que impõe o dever de fundamentar. Não o fazendo é a mais pura “burrice jurídica”.

Mendes, exigiu ao denominado juiz, que deveria estar no INEJD, que apresentasse fundamentos de direito, para justificar as suas barrocas exigências. Confrontado com o muro retórico de Mendes, como se fosse um imberbe autodenunciou-se e pôs mais uma vez a máquina duplamente nua, com a lógica da força da ditadura, quando o que se impunha era a força da lei. E, como sempre, não disse nada que todos racionais não saibam.

Arrogante e “analfabetamente”, despido de argumentos, numa estrondosa heresia, disse: “Não estamos aqui para discutir questões de direito, ilustre advogado”. Ao que Mendes respondeu: “A justiça angolana está doente”, e continuou, “por favor, coloque isto em acta…”.

Mas se o tribunal não discute, nem esgrime questões de direito, na barra, debate o quê? Os discursos e vontades de Eduardo dos Santos? É esta magistratura que temos? Definitivamente, os juízes de Hitler, Stalin e Salazar, ao lado de Januário Domingos eram fetos, pois não conseguiram fazer pior…

Ainda há quem duvide estar-se diante de um “processo transcendental”!!

Leia mais em Folha 8

PASSOS, COSTA E A BANCA. PERGUNTA O ROTO AO NU “PORQUE NÃO TE VESTES TU?"



Numa tirada de faz-de-conta Passos Coelho fez esquecer-se das suas promiscuidades com a banca e os banqueiros quando era primeiro-ministro e mesmo antes disso. Vai daí faz o seu papel de bom ator (que dá muito jeito na política) e mostra-se escandalizado com as promiscuidades que envolvem António Costa, atual primeiro-ministro. A carapaça de desavergonhado sobresai em Passos Coelho e nos seus acólitos, ainda mais pelo ênfase e hipócrita preocupação que pretendem demonstrar acerca do mau passo de António Costa com a angolana privilegiada Isabel dos Santos. Isto só vem reforçar o dito popular de que eles, os políticos, são todos iguais. Não será bem assim, porque há uns mais iguais que outros.

Passos, ao falar de Costa lembra a pergunta entre dois iguais, um muito roto e outro nu: "porque não te vestes tu?"

Nem dá para lamentar o descaramento de Passos, nem do PSD, nem do CDS, nem de nenhum dos das suas fileiras, muito menos os das suas respetivas bancadas parlamentares. Fazem fitas mas vão todos comer às mãos dos que ludibriam os portugueses, dos que são contribuintes para para salvar a banca, mesmo que isso conduza à pobreza extrema, à miséria, à fome. Disso foram Passos, Portas e Cavaco obreiros, também uns quantos do PS… E agora com todo o descaramento encenam incómodos, críticas e piruetas que nem aos saltimbancos lembraria pôr em prática.

Os políticos são todos iguais quando lhes cheira ao vil metal, ao capital e para o manterem nas mãos de uns quantos esbulham os trabalhadores, esbulham os que produzem tudo que quotidianamente utilizam para seu serviço, para seu conforto, para as futilidades que lhes alimentam os vícios. Nada produzem a não ser gerirem mal o produto dos roubos e dizerem aos que produzem que “isto está mau”. É para esses milhões que não há nada, nem cidadania em democracia mas sim só um arremedo dessa condição prometida mas nunca ou muito raramente cumprida.

Leia a notícia da Lusa, com as piruetas e descaramentos do maior aldrabão, do maior vigarista que Portugal teve como primeiro-ministro e que ainda hoje tem de suportar como deputado e líder partidário com perspetivas de voltar ao local do crime, o governo.

Redação PG / MM

Passos Coelho quer esclarecimento transparente sobre interferência em negócios da banca

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que é preciso um "esclarecimento tão transparente quanto possível" sobre a alegada interferência direta do primeiro-ministro nos negócios entre a empresária angolana Isabel dos Santos e o setor bancário.

"Não temos boa memória dos tempos em que os governos e os primeiros-ministros se envolviam em processos societários que não respeitam ao Estado, respeitam aos privados, e era muito importante que houvesse um cabal esclarecimento dessa matéria", disse Passos Coelho, à margem de uma visita à Feira do Folar de Valpaços, Vila Real.

Para o líder do PSD, é preciso que os governos "salvaguardem a sua independência e a sua isenção de processos que não estão sob a sua alçada direta" e, por isso, espera que haja um "esclarecimento cabal desta matéria".

O Expresso noticiou que António Costa e a empresária angolana, para ultrapassar o impasse no BPI, reuniram-se em Lisboa e terão conciliado posições com o grupo financeiro espanhol La Caixa, com a filha do Presidente de Angola a vender a sua participação no BPI aos espanhóis e o BPI a ceder as suas ações do banco angolano BFA a capitais angolanos.

Já no sábado, o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD Leitão Amaro anunciou um pedido de esclarecimento e referiu que vão ser formuladas oito perguntas ao Governo socialista sobre as alegadas interferências nos negócios entre a empresária angolana Isabel dos Santos e o setor bancário.

PLI // EL - Lusa

PROMISCUIDADE DE COSTA COM A BANCA E ISABEL DOS SANTOS TAMBÉM EXISTE?



É título e pergunta neste espaço em que a notícia aqui compilada vem do Rede Angola. António Costa, primeiro-ministro português, prossegue a senda da promiscuidade dos políticos e governantes com a banca e personalidades angolanas cujas fortunas quase surgiram do nada ou por “milagre”, no presente caso Isabel dos Santos. Afirma o Rede Angola: “Para resolver o impasse da venda das acções de Isabel dos Santos no BPI e evitar eventual relação hostil com Luanda, António Costa, primeiro-ministro português, terá dado luz verde à entrada da empresária no Banco Comercial Português, depois de uma reunião entre ambos em Lisboa.”

A confirmar-se a verdade dos factos relatados perguntamos legitimamente: Vamos ter mais do mesmo?

Cansa sabermos que a promiscuidade entre os mais ricos, podres de ricos, os políticos, os governantes, é moléstia constante que apodrece a reputação daqueles que deviam primar pela transparência e pela distanciação aos que são impérios económico-financeiros de modo dúbio. E assim eles são quase todos. Não se enriquece a trabalhar. Enriquece-se nas negociatas opacas, na especulação, na exploração desbragada da força e competência de trabalho dos empregados sistemáticamente mal remunerados.

Costa, a confirmar-se o constante na notícia, poderá desvalorizar a importância do acontecimento mas não se livra de praticar o mesmo que os seus antecessores e participar no chiqueiro e na chafurda com os da alta finança, quase sempre apontados como gente de honestidade dúbia ou até de grandes mafiosos. Costa lá sabe, até onde se poderá conspurcar. Certo é que recorreu à opacidade característica dos políticos que se governam, dos partidos que se governam. O potencial adquirido para Costa representar mais uma grande desilusão para muitos portugueses começou agora. O futuro dirá até onde ele irá e que males maiores cairão sobre os portugueses, mais uma vez.

Redação PG / MM

Isabel dos Santos entra no BCP com apoio de primeiro-ministro português

António Costa reuniu com empresária em Lisboa e oposição já pediu a governante que clarifique em que termos aconteceu o encontro.

Para resolver o impasse da venda das acções de Isabel dos Santos no BPI e evitar eventual relação hostil com Luanda, António Costa, primeiro-ministro português, terá dado luz verde à entrada da empresária no Banco Comercial Português, depois de uma reunião entre ambos em Lisboa.

Isabel dos Santos aceitou sair do BPI vendendo as suas acções, 18,6 por cento, aos espanhóis do La Caixa, que já detinham 44,1 por cento da instituição, mas, de acordo com o Expresso, a empresária pretende continuar a ter uma posição de relevo na banca portuguesa. Na mesa está a possibilidade de a filha de José Eduardo dos Santos se tornar accionista do Banco Comercial Português (BCP), detido maioritariamente pela Sonangol, intenção que já havia sido demonstrada em 2015 quando a empresária propôs a fusão entre BPI e BCP.

De recordar que, outra moeda de troca para a venda dos 18,6 por cento do BPI é o controlo total do Banco de Fomento de Angola pela angolana, cujos 49,5 por cento já são detidos pela Unitel.

A reunião entre António Costa e Isabel dos Santos e o aval do primeiro-ministro português à concretização do negócio terão entretanto suscitado alguma inquietação no seio da oposição portuguesa, com membros do PSD a pedir um “cabal esclarecimento” do chefe do governo português sobre a sua alegada interferência nas relaçōes societárias e comerciais entre accionistas privados do BPI e BCP, escreve o semanário.

Em causa estão “as interferências do governo Socialista liderado por José Sócrates em empresas como a PT e o BCP e até em decisões de crédito dos bancos (incluindo a CGD), que vieram a mostrar-se extremamente lesivas para a economia nacional e para a condição das próprias empresas em que essa interferência ocorreu, causando-lhes enormes fragilidades e problemas futuros e colocando em causa a respectiva viabilidade”, disse o deputado social-democrata Leitão Amaro.

Rede Angola – Foto: Ampe Rogério

Mais lidas da semana