segunda-feira, 11 de julho de 2016

Angola. DESARMAMENTO E RECONCILIAÇÃO



Jornal de Angola, editorial

O país alcançou a paz em Abril de 2002 e desde essa data os angolanos puderam em clima de estabilidade e segurança realizar inúmeras obras.

Os angolanos têm sentido os efeitos da estabilidade que reina no país desde o término da guerra, traduzidos em obras de reconstrução  nacional  que vão ao encontro da melhoria das suas condições de vida. 

É preciso reconhecer que, tão logo terminou a longa guerra, os governantes   lançaram-se imediatamente na concepção de políticas públicas que pudessem reabilitar e construir  infra-estruturas importantes, a fim de se criar uma  base  sobre a qual devia assentar o nosso  crescimento económico.

Os governantes angolanos perceberam que, sem infra-estruturas, não há crescimento económico e, consequentemente, desenvolvimento, justificando-se assim os grandes investimentos que se fizeram ao nível do abastecimento de energia e água potável e da construção ou reabilitação de estradas, pontes e de vias ferroviárias. Foi sem dúvida  gigantesco o esforço que  se fez  para que se chegasse ao somos hoje, com uma intensa circulação de pessoas e bens  por todo o país e um aumento  constante de volume de negócios em diferentes regiões. Temos, graças às muitas infra-estruturas que foram edificadas,  empresários em vários pontos do país, dispostos a realizar projectos produtivos. Com o arranque  do processo de diversificação da economia, prevê-se  para os próximos tempos   muita actividade produtiva no país, esperando-se que os empresários tirem partido das infra-estruturas que já existem e que venham a ser construídas no futuro.  

Com a paz, o Governo tratou também da reabilitação e construção de muitas escolas, tendo sido considerável o aumento de alunos no ensino não universitário e universitário. A paz permitiu que os angolanos pudessem finalmente, depois de vários anos de conflito, estar empenhados em tarefas centradas no progresso do nosso país.  

A paz é pois  uma conquista  de elevado valor e temos todos o dever de preservá-la. Desde  a conquista da paz em 2002 passaram-se 14 anos, tempo que permitiu mudar a vida de muitos angolanos para melhor. Neste período, muitos milhares de crianças puderam ter acesso ao ensino. No âmbito  dos esforços que os governantes empreendem no sentido de a educação  poder ser  uma alavanca importante do nosso desenvolvimento.

Está provado que um investimento forte na educação por parte dos Estados gera benefícios  para  todos os membros da sociedade . Espera-se que as escolas de ensino médio e superior que temos  no país  venham a atingir a excelência para que possamos  avançar  em várias áreas  do saber, a fim de termos uma economia forte. Como disse recentemente Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz e ex-Presidente de Timor-Leste, numa reunião da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), em Beja, Portugal, “temos consciência de que as economias que dominam a informação, a tecnologia  e a ciência são as mais fortes e estabilizadas”.
  
É inegável que a paz  trouxe  a estabilidade necessária para que possamos trabalhar e estudar, sendo por isso de  louvar todas as medidas que vão no sentido de sua consolidação. Com paz e estabilidade, os angolanos vão poder construir um país de grande prosperidade.

É por isso uma boa notícia o facto de mais de 60 mil armas de fogo de diferentes calibres no país terem sido destruídas, no âmbito do processo  de desarmamento  da população civil. A notícia, dada pelo segundo comandante-geral da polícia nacional e coordenador da Sub-Comissão Técnica Nacional para o Desarmamento da População Civil, Paulo de Almeida, é sinal de  que os angolanos estão empenhados em ultrapassar situações  que  possam criar instabilidade e obstáculos à nossa marcha em direcção à construção de uma sociedade em que todos possam viver em segurança e em harmonia.

Depois de um conflito armado que durou mais de trinta anos, os angolanos têm razões para  se preocuparem com o desarmamento dos cidadãos que têm ainda em sua posse armas de fogo.  Temos de estar todos envolvidos num processo de reconciliação e de reconstrução nacional do país.  As únicas ferramentas que devemos ter nas nossas mãos são as de trabalho. Temos ainda um gigantesco trabalho pela frente para superarmos o subdesenvolvimento. Sabemos todos que a luta contra o subdesenvolvimento não é tarefa fácil, mas é preciso acreditar que é possível contornar as dificuldades. O importante é continuar a lutar pelo  desenvolvimento. Só o desenvolvimento nos dará as condições necessárias para termos uma  vida com muita qualidade.

Angola é citada por muitos governos do mundo como um bom exemplo  de reconciliação  entre  os cidadãos, depois de uma longa guerra interna. Os angolanos  têm sido  elogiados   pela forma inteligente como acabaram com  a guerra, sem a interferência de mediadores  estrangeiros ou de organizações internacionais. O desarmamento da população civil é prova de que os angolanos continuam apostados em dar bons exemplos  ao mundo, no que diz respeito à pacificação  e à reconciliação.

SE A ECONOMIA FOSSE FUTEBOL A CRISE EM PORTUGAL ESTAVA GANHA - cartoon




Casimiro Pedro – Jornal de Angola

PESQUISA DESCOBRE DIAMANTES NO SUL DE MOÇAMBIQUE



Trabalhos de pesquisa mineira detetaram a existência de diamantes no distrito de Massagena, província de Gaza, sul de Moçambique, escreve hoje o diário Notícias, citando o diretor nacional de Minas, Elias Daúde.

"Há empresas que estão a fazer pesquisas em Massagena e dessa ação resultou a descoberta de diamantes. Moçambique é um país rico em quase todo o tipo de recursos minerais, incluindo diamantes", afirmou Daúde.

O diretor-nacional de Minas adiantou que o país está empenhado na adesão ao "Processo de Kimberley", um mecanismo internacional de certificação da origem dos diamantes para evitar a venda dos chamados "diamantes de sangue", contrabandeados de zonas de guerra.

Lusa

Moçambique. MEDIADORES INTERNACIONAIS ESPERADOS HOJE EM MAPUTO



Diálogo político

Os mediadores internacionais convidados para a mediação do diálogo político, que deverá culminar com o frente-a-frente entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, são esperados esta segunda-feira em Maputo, para iniciarem os trabalhos da mediação para a paz e tranquilidade no país. A chegada da missão foi anunciada, semana finda, por Afonso Dhlakama, em entrevista exclusiva à STV, desconhecendo-se neste momento mais detalhes.

Este domingo,  a nossa reportagem tentou obter informações junto de alguns membros da comissão mista do diálogo político, mas não conseguiu apurar qualquer dado.

Informações divulgadas, semana finda, pela Rádio alemã Deutchewelle (DW), referem que a União Europeia (UE) e a Igreja Católica, juntamente com o presidente sul-africano, Jacob Zuma - os escolhidos da Renamo para a mediação - já tinham recebido as cartas convidando-os para mediar as conversações.

De acordo com a DW, que cita a agência de notícias Lusa, a delegação da UE em Maputo recebeu uma carta do Chefe de Estado,  Filipe Nyusi, endereçada ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, com o convite formal para integrar a equipa de mediadores nas negociações de paz.

Até ao momento, desconhece-se a resposta da UE, mas acredita-se que não houve objecção ao convite, devendo ser conhecido, a qualquer momento, o seu representante.

O País

Moçambique. O QUE NOS RESERVA O FUTURO?



@Verdade, Editorial

De certeza nada de novo. Nada que relance a esperança de mudança e um futuro diferente. Porque, para Moçambique, mudar significa o rompimento com o falso relacionamento paternalista existente entre Governo da Frelimo e o povo. Contudo, os moçambicanos, na sua maioria alienada/domesticada e despojada de consciência crítica, preferem continuar a respeitar, aceitar e viver o passado, em vez de respeitarem o passado, aceitarem o futuro e viverem o presente.

Na verdade, com o desenrolar dos últimos acontecimentos, não se pode esperar nada especial, senão mais sofrimento para o povo. Num país habitado por humanóides aflitivamente encadeados e prontos para executar, sem hesitar, todas as dementes decisões do Governo, pode-se esperar outra coisa quando um partido vive maritalmente com o Estado, aliás tem como seus fiéis-servidores, na mão direita, o Grande Capital, a media e o Poder Religioso e, na mão esquerda, instituições do Estado e os seus respectivos súbditos?

Não se espantem e nem se escandalizem com o que foi dito acima porque esta é, sem dúvida, a nossa perspectiva diante de toda situação anómala que o país vivência, nomeadamente a guerra, a intolerância política e as dívidas que vão deixando cada vez mais os moçambicanos mais anémicos, fragilizados e amargurados do que já estavam.

Mas o que nos espera pela frente? Pelo andar da carruagem, ou melhor, pelo descaramento ou a falta de escrúpulos do Governo da Frelimo, só pode vir aí: nada à sociedade. Porque a atitude de pura arrogância, falta de idoneidade e estupro à lei (chamar o acto de grosseira violação à lei é eufemismo) perpetrada por um Governo que se pretendia sério e credível, não chegou sequer abalar, na essência, os moçambicanos, nem fez com que as pessoas saíssem, em massa, a escala nacional, à rua e, muito menos, despertou a consciência de que o futuro do país pode estar em causa.

Pelo contrário, o assunto só tem sido denominador comum nos media e em debates infecundos nas redes sociais cuja finalidade é intrinsecamente nenhuma, ou por outra, fazer jus à mais hipócrita de todas as hipocrisias por que ainda se regem muitos dos nossos compatriotas. Enfim, estamos entregues a nossa própria sorte!

LUSOFONIA NA ÁSIA EXULTA E COMEMORA A VITÓRIA DE PORTUGAL NO EURO2016




Caravanas através de Díli celebram vitória portuguesa ao nascer do sol

Díli, 11 jun (Lusa) - O nascer do sol saudou hoje, em Díli, longas caravanas com milhares de timorenses e portugueses, em todo o tipo de veículos, aos gritos de "Portugal" e "Portu", em celebração da vitória portuguesa no Euro 2016.

Ainda não tinha soado o apito final e já se começavam a ouvir nas ruas as primeiras motas, num sinal idêntico ao que ocorreu depois dos outros jogos, com a emoção do grito ecoado em Timor-Leste, quando do golo de Éder, a ouvir-se depois em toda a cidade.

O jogo foi transmitido em direto para vários pontos da capital timorense, e também para vários pontos de todo o território, com as redes sociais a encherem-se de vídeos de celebrações em todo o país.

Uma multidão de bandeiras portuguesas, numa grande celebração e em jeito de apelo à seleção nacional: com tanto apoio, diziam hoje vários timorenses, se calhar a seleção nacional deveria vir a Timor-Leste mostrar a taça.

As celebrações prolongaram-se ao longo de todo o dia de domingo, numa festa que se alargou durante a madrugada - o jogo foi transmitido às 04:00 locais - com muitos a concentrarem-se no Centro de Convenções de Díli, para acompanhar o encontro.

A saída de Ronaldo provocou uma onda de tristeza e de preocupação entre os muitos timorenses ali presentes, à semelhança do que aconteceu com portugueses e timorenses que se reuniram em vários pontos da capital.

Mas a saída foi 'vingada' com uma vitória que, em Timor-Leste, está a ser vivida, nesta manhã de segunda-feira, como se fosse uma grande festa nacional.

ASP // MAG

Malaca gritou "sou português, sou campeão" já ao nascer do dia

Malaca, Malásia, 11 jul (Lusa) -- Mais de mil pessoas assistiram hoje em Malaca, na Malásia, à vitória de Portugal no Euro2016 e celebraram o título já perto do nascer do dia, pintados com as cores nacionais dos pés à cabeça e gritando: "Sou campeão".

O jogo começou quando eram três da madrugada em Malaca e a praça central do "portuguese settlement", um bairro onde vive uma comunidade de cerca de 2.200 pessoas descendentes dos descobridores portugueses que conquistaram a cidade em 1511, encheu-se com adeptos de Portugal pintados de verde e vermelho, 't-shirts' da seleção, "a cantar e a bater nas suas baterias", para verem o jogo num ecrã gigante, contou à Lusa Mónica Martins, da ONG portuguesa Associação Coração em Malaca e bolseira do Instituto Camões.

O bairro "apareceu em força" para ver a final do Euro2016 e apoiar Portugal, mas também aparecerem "pessoas de fora", com a praça cheia de carros e "mantas no chão", segundo o relato de Mónica Martins, que está a fazer trabalho com a comunidade dos "portugueses de Malaca".

"Contavam-se facilmente mais de um milhar de adeptos", afirmou, contando que no intervalo do jogo houve um concurso para eleger a melhor pintura corporal, prémio arrecadado por um "homem literalmente pintado dos pés à cabeça" com as cores de Portugal.

Mesmo com "a chuva a ameaçar e a trovoada constante, nada de arredar pé", contou.

No final, houve "festa total que nunca mais cessou", com os apoiantes malaios de Portugal, conhecidos como "portugueses de Malaca", "sempre a saltar, a gritar e com uma réplica da taça de campeão do mundo a saltar de mãos em mãos" e a gritarem: "Sou português, sou campeão português", segundo o relato de Mónica Martins.

Para esta portuguesa, foi um "orgulho" partilhar com os "irmãos em Malaca esta alegria indescritível e irrepetível".

O entusiasmo com a seleção portuguesa de futebol percorreu no domingo os territórios da Ásia por onde os portugueses passaram na expansão marítima num "fenómeno incrível" e "inexplicável", segundo disse à Lusa Joseph Sta Maria, lusodescendente de Malaca.

"Os portugueses estiveram nos nossos países centenas de anos e deixaram-nos há séculos e, ainda assim, as comunidades luso-asiáticas estão orgulhosas com o sucesso de Portugal no Euro 2016", afirmou.

"Isto é inexplicável e é difícil acreditar que este entusiasmo partilhado também está presente aqui na Ásia", acrescentou.

Joseph Sta Maria tem partilhado na sua página no Facebook imagens que lhe têm chegado de comunidades na Malásia, na Indonésia, no Sri Lanka ou na Índia a celebrar as sucessivas vitórias de Portugal no Euro 2016.

"Partilhamos com os portugueses a alegria e a esperança de que Portugal - para vocês, o vosso país e, para nós, a nossa cultura mãe - ganhe o campeonato europeu de futebol. Viva Portugal!", afirmou, ainda antes da vitória da seleção portuguesa.

MP // SB

Em Macau a "sensação fantástica" de vencer festejou-se quase de manhã

Macau, China, 11 jul (Lusa) - Muitos portugueses preparam-se para ir trabalhar quase sem ir à cama hoje em Macau, mas com a "sensação fantástica" de ter visto Portugal ser pela primeira vez campeão da Europa.

"É uma coisa incrível, há 60 anos que ando à espera de uma coisa destas", afirmou Jorge Senna Fernandes, abraçado ao amigo Virgílio Valente, que logo interveio para defender que é preciso " acreditar sempre".

"Viva Portugal", exclamou ainda, vestido a rigor, com a camisola das 'quinas', como as dezenas de portugueses que se juntaram num bar para assistir à final entre Portugal e a França, donde só saíram depois de a seleção erguer o tão desejado troféu.

No início do jogo (às três da madrugada em Macau), o ambiente era de festa, mas a saída inesperada de Cristiano Ronaldo veio colocar os nervos ainda mais à flor da pele, mas nem por isso cessaram as vozes de apoio que se ouviam como se das bancadas fossem: "Vamos lá Portugal".

O golo de Éder foi a explosão de alegria e de toda a tensão acumulada.

Eric Peres, a viver em Macau há 20 anos, também estava a torcer por Portugal "desde o princípio". "Segui as duas seleções porque os meus pais são franceses. Eu nasci em Portugal, nunca vivi em França, portanto, tenho mais afeto por Portugal", explicou à Lusa, já depois de ter falado com os pais, que "aceitaram a derrota".

"Não é isso que vai dividir a família", brincou. "Estou muito, muito feliz, é uma sensação inexplicável", afirmou Eric Peres, para quem Portugal reagiu "muito bem ao revés de perder Cristiano Ronaldo logo no início" e a conquista do campeonato europeu teve o treinador Fernando Santos como "grande obreiro".

Diogo Cernadas, 22 anos, também descreve a "sensação ótima" de vencer e de, "ainda por cima, estar no estrangeiro a festejar Portugal, acordado a qualquer hora". "É incrível", exclamou o jovem, considerando ser "outra" a emoção de acompanhar à distância.

"Estou cá com a família e com amigos de infância e é diferente. Mas posso dizer que vi Portugal campeão europeu e consegui acompanhar [a seleção] nos dois continentes", disse o jovem que viveu 18 anos em Macau, onde se encontra atualmente de férias, dado que está a estudar em Portugal.

Também para Kénia Nunes, de 17 anos, é uma "sensação fantástica" ver Portugal ser campeão europeu: "Só posso dizer 'au revoir' aos franceses, porque já foram".

Portugal sagrou-se hoje campeão da Europa de futebol pela primeira vez na sua história, ao bater na final a anfitriã França por 1-0, após prolongamento, em encontro disputado no Stade de France, em Saint-Denis.

Um golo do suplente Éder, aos 109 minutos, selou o triunfo da formação das 'quinas', que perdeu por lesão, aos 25, o 'capitão' Cristiano Ronaldo, substituído por Ricardo Quaresma, depois de uma falta dura de Dimitri Payet.

A seleção portuguesa tornou-se a segunda na história da competição a vencer a equipa da casa na final, 12 anos depois de ter perdido por 1-0 com a Grécia a do Euro2004, no Estádio da Luz, em Lisboa.

DM/FV // VM

Foto das comemorações em Díli / Ivo Gunner Tilman (Facebook)

UM DURÃO DE COLUNA MOLE



Rui Sá* - Jornal de Notícias, opinião

Confesso que já tinha decidido escrever sobre Durão Barroso antes da sua nomeação para presidente não executivo da Goldman Sachs. Nomeação que apenas confirma o que dele penso e que se insere num percurso que, parecendo sinuoso, foi preparado ao milímetro e onde o "eu" se sobrepôs, sempre, aos outros...

Pelo que esta nomeação não me admirou, habituado que estou a esta sucessão de personagens que passam das "pastas às postas" e, destas, novamente às pastas, num ciclo infernal de enriquecimento próprio, normalmente à custa do empobrecimento do país.

Não. A razão deste artigo prende-se, isso sim, com o papel que Durão, tal como Portas (outro que também está em fase das "postas"...), desempenhou na invasão do Iraque, em 2003.

É que um relatório britânico, mandado fazer por Gordon Brown, sucessor e do mesmo partido de Tony Blair - o primeiro-ministro britânico que levou os ingleses para a segunda guerra do Golfo -, e divulgado esta semana, confirma o que já se sabia: não havia armas de destruição massiva no Iraque, não estavam esgotadas as possibilidades de negociação da redução do arsenal iraquiano, foi lançada uma deliberada campanha de intoxicação pública baseada em mentiras sobre a ameaça que o Iraque representaria para o "Ocidente", e havia vários indícios de que o derrube de Saddam Hussein seria meio caminho andado para o caos em que, efetivamente, se transformou aquela zona do planeta.

Apesar disto tudo, Blair decidiu que os ingleses deveriam participar na invasão, onde morreram 179 soldados britânicos - cujas famílias o ponderam processar porque perderam entes queridos por causa de uma mentira!

Mas, neste processo, Durão Barroso, então primeiro-ministro português, teve um papel fundamental, ao acolher, na ilha Terceira, a cimeira que envolveu Bush, Blair e Aznar e que decidiu a invasão do Iraque. Também em Portugal Durão (e Portas) conduziram uma inflamada campanha diabolizando Saddam e as suas "armas de destruição massiva".

Hoje, quando sabemos que morreram centenas de milhares de iraquianos, que o Iraque foi fortemente destruído, sendo que não existe uma estrutura de Estado. Hoje, quando sabemos que a invasão do Iraque deu mais força ao radicalismo islâmico e constituiu o rastilho para o estado generalizado de guerra que se vive na região - de que a Síria não é exemplo único -, o que tem causado um brutal êxodo de refugiados. Hoje, quando se vive, em todo o Mundo, com o receio de ataques terroristas perpetrados pelo Daesh - filho direto destes erros crassos!...

Hoje, face a isto, esperava-se que Durão Barroso (tal como Portas), no mínimo, pedissem desculpa! Mas, para isso, era necessário que tivessem uma coluna menos mole!...

*Engenheiro

Eurogrupo reúne-se esta segunda-feira como antecâmara da votação no Ecofin sobre sanções a Portugal



Os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) reúnem-se hoje em Bruxelas, no que constitui a antecâmara da votação no Conselho Ecofin sobre os processos de sanções a Portugal e Espanha devido ao défice excessivo, a ter lugar na terça-feira.

Após a recomendação adotada na semana passada pela Comissão Europeia, que abriu a porta à aplicação de inéditas sanções a Portugal e Espanha ao constatar que os dois países "necessitarão de novos prazos a fim de corrigir os seus défices excessivo" (que no caso português era 2015), por não terem feito os "esforços suficientes" para atingir as metas estabelecidas, a palavra passa para o Conselho Ecofin, onde só terão no entanto direito de voto os países do euro, que se reúnem já hoje em Bruxelas.

Caso o Conselho confirme o parecer da Comissão Europeia, esta terá um prazo de 20 dias a partir de terça-feira para recomendar o montante da multa a aplicar, que pode ir até 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), mas que também pode ser reduzida até zero.

Apesar de a votação ter lugar em sede de Ecofin, o assunto será abordado hoje no fórum de ministros das Finanças da zona euro, onde têm assento os países com direito de voto, já que na votação de terça-feira participarão apenas os países da moeda única, sendo que os Estados-membros visados não votam na decisão referente ao seu próprio processo (ou seja, Portugal participará na votação sobre o processo a Espanha, e Espanha vota relativamente a Portugal).

O Governo português já fez saber que se baterá "até ao último minuto" contra a aplicação de sanções, e no sábado passado, em Varsóvia, o primeiro-ministro, António Costa, voltou a sensibilizar os parceiros europeus para a "injustiça" da aplicação de eventuais sanções a Portugal.

Questionado sobre se já "contou espingardas", ou seja, apoios para conseguir travar a eventual aplicação de sanções na reunião dos ministros europeus das Finanças de terça-feira, em Bruxelas - seria necessário uma maioria qualificada -, o chefe de Governo respondeu que é "prematuro fazer essa contagem".

"Mas aproveitei esta ocasião [cimeira da NATO] para poder falar com todos os meus colegas de governos que participam na reunião do Eurogrupo para transmitir a nossa posição e a nossa argumentação sobre a desadequação e injustiça de aplicar sanções a Portugal" devido à violação das regras orçamentais, disse.

O chefe do executivo reafirmou ainda a posição que Portugal tem mantido acerca da possibilidade de sanções: "Espero que no Ecofin [reunião dos ministros das Finanças da UE] exista o bom senso que existiu até agora na Comissão [Europeia] que, constatando um facto, não retirou nenhuma consequência concreta desse facto", acrescentou.

ACC (IG/PL) // CSJ - Lusa

VITÓRIA. QUE A BATALHA DE ONTEM SIRVA DE LIÇÃO AOS PORTUGUESES




Futebolite. Depois da pancada que Portugal e os portugueses tem levado dos do norte e centro da Europa eis que chegou o momento de espancar uma potência do futebol e da trapaça que representam alguns pseudo socialistas ao estilo de um tal Hollande. Eles são do estilo de deitar os adversários por terra para os “arrumar” de vez por que os temem e sabem que se assim não fizerem não lhes conseguem ganhar. É assim na política como no futegol. Um sacana de primeira apanha “arrumou” com Ronaldo praticamente no inicio do jogo que havia de permitir que Portugal de sagrasse campeão da Europa no Euro2016. E o sacana foi mesmo sacana com todas as letras, estava tudo estudado. Tanto estava que depois tentaram repetir a dose com Quaresma quando ele entrou em jogo. Só não viu assim quem anda armado em lorpa ou não diz o que pensa e sente.

Afinal de nada valeu. Os vedetas velhotes e alguns novos mantiveram o onze afinado. E atinado. No jogo anterior já o onze jogou que se visse. E lutou para passar à final. Ontem, na final também comeram a relva. Anteriormente foi um futebol de retranca e de empates, o que não deu para se gostar. Mas parece que essa era a tática delineada (criticada, também aqui) e que resultou. Mas que é um futebol feioso… Lá isso é.

A equipa das quinas venceu à França, apesar da eles usarem tática de “arrumar” os a mais temer (Ronaldo) e o Quaresma (que se safou). Em certa altura do pleito o árbitro fez parte da equipa francesa. Depois teve de se render à evidência de que Portugal não largava o osso e queria mesmo muito trazer a taça para o país escarnecido e mal-tratado pelos países do norte e centro da Europa. O pequeno foi grande. Como grande foi antes nas invasões napoleónicas e lhes deu porrada de três em pipa, incluindo ao “filho querido da vitória”, um tal general jagunço da confiança de Napoleão, o Massena. Levou das boas e rijas na batalha. E ontem o estádio da França foi para todos nós e para eles a batalha. Deram porrada de três em pipa mas tiveram de sair do campo de batalha com o rabo entre as pernas.

Não será demasiado repetir que o futebol está mudado. O espetáculo, o “bonitinho” já era. Agora conta a ratice e o “autocarro” metido nos terrenos da defesa. Os tempos mudam. Mudam as vontades. E as táticas de tudo. Das batalhas, do futebol… e o que mais vier.

Apesar de tudo soube bem. Obrigado rapaziada. Venceram em França e devolveram alguma autoestima aos portugueses espalhados pelo mundo. Assim fosse no resto, mas aí será difícil enquanto perdurarem em Portugal políticos como a avantesma reacionária-salazarista e inculta de Cavaco. Ou de um Passos Coelho ao serviço dos adversários dos portugueses. Com tantos salafrários na política e nos poderes a taça será sempre deles. A batota prevalece até que os vejamos a serem derrubados das janelas dos edifícios do Terreiro do Paço, como fizemos aos traidores durante a invasão e domínio espanhol. Portugal e os portugueses são muito grandes, é pena que esqueçamos e não tratemos dos traidores como eles merecem, nem dos adversários externos.

A febre da futebolite vai amainar. Tudo voltará ao mesmo. Falsários como Cavaco, como Passos, como Portas, como Durão Barroso e tantos outros surgirão para vigarizar e destruir a autoestima. A maioria voltará a balir e a obedecer aos pastores e seus mastins prepotentes. É a má vida que nos reservam, porque consentimos, não lutamos como uma equipa, como um coletivo, como o onze da seleção fez em França.

Dividir para reinar é o lema e propósito dos nossos adversários. E vejam bem como eles florescem, e vejam lá como definhamos. Que a batalha de ontem, em França, nos sirva de lição.

Quando ao também tema deste dia, dos anteriores e futuros… Quanto às sanções dos da Europa a Portugal: rameiras que os pariram!

Mário Motta / PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto 

Martim Silva – Expresso

A magia do minuto 109

Bom dia,
Se acreditava? Não.
Se sofri? Imenso.
Se chorei? Muito.
Se gritei? Até ficar sem voz.
Agora é hora de o escrever…

Portugal conquistou pela primeira vez um título num grande torneio internacional de futebol. Não foi com Eusébio, nem com Chalana, nem com Figo, nem com Futre ou outro gigante embora por várias vezes tenhamos estado perto ao longo de décadas. Foi ontem, numa noite de sofrimento e de lágrimas, que a glória finalmente chegou. Somos campeões da Europa de futebol, sucedendo à poderosa Espanha.

Uma selecção que começou a fase de qualificação a perder com a Albânia e a despedir um treinador. Que iniciou a fase final com três empates comprometedores que indiciavam que não havia pernas para grandes feitos. Que nunca jogou o futebol de encher a vista que outras na história jogaram. Que até à final só tinha ganho um jogo nos 90 minutos. Que teve de disputar os penáltis nos quartos de final. Que ia jogar a final contra a “bête noir” França, que nos tinha eliminado em três meias-finais (Europeu de 1984 e 2000 e Mundial de 2006). E a quem não ganhávamos desde… 1975. O jogo, para mais, era em Paris. O favoritismo estava todo, todo, todo do outro lado.

Acha que é dramático que chegue? Não, esqueça, a história ainda é melhor…

Na partida decisiva no Stade de France Portugal fica sem o seu melhor jogador logo no início da partida. Sem o jogador mais titulado da história do seu futebol, lesionado depois de uma entrada de Payet (a lembrar o que o holandês Bohlarouz já tinha feito a Ronaldo nos oitavos de final do Mundial de 2006) aos 7 minutos.Cristiano saiu, entrou, saiu, entrou e finalmente saiu definitivamente perto da meia-hora de jogo. Depois disso, partida muito sofrida até ao fim do período regulamentar: ao minuto 93, os franceses, por Gignac, atiram uma bola ao poste (foi o espírito do Eusébio que impediu que entrasse, ouvi eu cá em casa).

Para culminar a noite mais que emocionante, ganhámos um a zero no prolongamento.

E se antes do jogo perguntassem aos portugueses qual seria o autor do tento decisivo, seguramente que Éder estaria no fim da lista. Pois não é que foi mesmo ele o herói improvável da final? Incrível! O patinho feio tornou-se cisne e fica na história como o marcador do golo que nos deu um inédito título(rapidamente surgiram cânticos de glória a Éder, como o que replica um dos mais ouvidos ao longo do Euro pelos irlandeses: Éder is on fire, your defence is terrified).

Aquele mágico minuto 109 fica como o minuto mais bonito da nossa história nas quatro linhas.

Esta manhã, além deste Expresso Curto escrito com emoção, suor e alegria (e que me desviou de uma ida desejada ao Marquês), tem uma edição especial do Expresso Diário, de acesso livre a todos, inteiramente dedicada à vitória de Portugal.

Com um texto exclusivo, do Ricardo Costa, ex-diretor do Expresso, que olha para o trabalho incrível de Fernando Santos à frente da selecção nacional. Não a pôs a jogar como podia, mas colocou-a a jogar da forma necessária para ganhar. Mas há mais, há textos doPedro Santos Guerreiro, do Pedro Candeias, da Mariana Cabral, do Luís Pedro Nunes, entre outros.

Aqui ficam os links para a capa do Expresso Diário e para os textos que não pode deixar de ler:

Ricardo Costa: Como esfolar um gato, por um engenheiro
Pedro Santos Guerreiro: Isto é vívido. Isto é sangue. É loucura. É amor
Pedro Candeias: Obrigado, Ronaldo. Foste o melhor em campo
Crónica da Final: Cá se fazem, cá se Payet, por Mariana Cabral, em Paris
Luís Pedro Nunes: CR desprezou Hollande e gozou o prato
Lá em Casa Mando Eu: A análise à seleção que o vai fazer rir depois de ter chorado com a vitória
A contracrónica do Azar do Kralj: Acabei de perguntar à minha futura mulher se podemos chamar Éderzito ao nosso segundo filho.

OUTRAS NOTÍCIAS (AINDA O EURO...)

Deixo algumas notas sobre o que fui lendo, vendo e ouvido nas últimas horas pela internet:

-A carta que Fernando Santos escreveu há umas semanas, no início do Euro, e que ontem leu, e onde se revela um homem de fé.

-Este é seguramente um dos melhores vídeos da noite, e que na transmissão televisiva em directo nos passou, pelo menos parcialmente, ao lado. Cristiano ao lado de Fernando Santos, qual treinador-adjunto, nos minutos finais do jogo.

-Noutro vídeo, Benny McCarthy, antigo avançado sul-africano do Porto, volta a festejar de forma exuberante uma vitória de Portugal, cheio de vernáculo à mistura.

-O jornal desportivo espanhol Marca dedica a capa ao feito de Portugal.

-Com esta vitória Portugal torna-se o décimo país a ganhar o troféu (alguns deles já nem existem) que só três (Alemanha, Espanha e França) venceram mais que uma vez.

-Imperdível é ainda o que alguns jornais lá por fora escreveram sobre a heróica vitória de Portugal, como a Marca em Espanha, o The Guardian em Inglaterra, e sobretudo o norte-americano Politico, com este texto em que se lê que ontem uma equipa tinha a vontade de vencer e a outra tinha je ne sais quoi.

-Renato Sanches, que começou o Euro como suplente, acabou a ser eleito o melhor jogador jovem da competição.

-Com esta vitória, Portugal ganhou pela primeira vez o direito a disputar a Taça das Confederações, que reúne as selecções vencedoras dos torneios nos respectivos continentes.

-Esta manhã a comitiva nacional deixa França e os momentos de loucura devem repetir-se ao longo do dia. Desde logo na chegada ao Aeroporto de Lisboa e, calcula-se, no trajecto até ao Palácio de Belém, onde vão ser condecorados pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

FRASES

“A segunda final perdida num mês… é uma merda”, Antoinne Griezman, o avançado de França e do Atlético de Madrid, que perdeu há pouco a final da Champions para o Real de Ronaldo. E que nesta Eurocopa foi o melhor marcador, com seis golos (a quarta melhor marca de sempre). Até hoje só um jogador havia perdido as duas finais no mesmo ano: Michael Ballack, que em 2008 perdeu a Champions pelo Chelsea (para o United de Ronaldo) e o Europeu para a Espanha.

“Faltava-me algo pela selecção, graças a Deus consegui”, Cristiano Ronaldo, depois da conquista.

“Deus escreve direito por linhas tortas”, Luiz Felipe Scolari, treinador de futebol que levou Portugal à final do Euro 2004, citado pelo i

“Por último, mas em primeiro, quero ir falar com o meu maior amigo e sua mãe, dedicar-Lhe esta conquista e agradecer por me ter convocado e agradecer por me ter concedido o dom da sabedoria, da perseverança e humildade para guiar esta equipa, com Ele a ter-me iluminado e guiado. Por tudo o que espero e desejo seja para glória de Seu nome”. Excerto da carta de Fernando Santos, escrita há umas semanas e ontem lida pelo próprio na conferência de imprensa após a vitória no Euro.

OUTRAS NOTÍCIAS

-Nos Estados Unidos, os protestos, os debates e as divisões em torno da questão racial, depois dos acontecimentos da última semana,voltam a estar na ordem do dia, com as emoções à flor da pele. Esta terça-feira, Barack Obama vai estar em Dallas, onde cinco polícias foram assassinados por um sniper.

-Onze meses depois de ter decidido encerrar a fronteira da Venezuela com a Colômbia, o governo de Nicolas Maduro reabriu-a, permitindo assim a milhares de venezuelanos que deixassem o país em busca de alimentos e medicamentos.

-Um estudo mostra como os terroristas do Estado Islâmicoperderam nos últimos seis meses 12 por cento do território que controlavam.

-Elon Musk, patrão e fundador da Tesla, companhia que está sob pressão depois da morte de um automobilista que seguia num veículo da empresa com piloto automático, diz que tem um “masterplan” para a Tesla e promete revelações ao longo desta semana.

-A Coreia do Sul vai avançar para um sistema de defesa anti míssil e a Coreia do Norte promete reagir de forma dura.

-Este texto da BBC mostra-nos seis coisas sobre Marx, Nietszche e Freud que não sabíamos.

-Andy Murray conseguiu ontem o segundo título de Wimbledon da sua carreira, numa final contra Raonic.

-Ontem foi dia de outras vitórias no desporto português. Sara Moreira conquistou a medalha de ouro na meia-maratona nos Europeus e Patrícia Mamona subiu ao lugar mais alto do pódio na competição de triplo salto.

-Seremos viciados na internet? Um estudo mostra dados preocupantes.

-Aqui ficam umas oportunas dicas sobre grelhados e a melhor forma de não fazer má figura neste verão se decidir aventurar-se na grelha.

O QUE ANDO A LER

A Alexandra Carita foi entrevistar a mais conceituada pintora portuguesa da actualidade, Paula Rego, e o resultado é esta entrevista, publicada na Revista E do Expresso.

Depois da impactante notícia da última sexta-feira, dando conta da ida de Durão Barroso para um dos mais importantes, poderosos e polémicos bancos de investimento do mundo, o norte-americano Goldman Sachs, que vale mais de 50 mil milhões em bolsa, fui à estante buscar novamente uma leitura que já me tinha passado pelas mãos no rescaldo da brutal crise financeira dos últimos anos. "A História Secreta do Goldman Sachs - a organização que comanda o mundo", por Steven G. Mandis, que trabalhou no banco 12 anos. O livro é da Marcador, já tem três anos, mas vale bem uma leitura, e ainda deve ser possível encontrá-lo nas livrarias.

Tenha uma grande segunda-feira.


Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...

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