Pela nossa parte a prosa vai ser maiorzinha, neste Expresso
Curto tirado por Pedro Santos Guerreiro. Vale. Tem muito para se atualizar ou
recapitular. No PG é impossível ignorar o que Pedro põe no creme da cafeína:
Angola, o Congresso do MPLA. São só dois parágrafos mas o PG já começou ontem
com maior profusão a dedicar-se a Angola. O Pedro diz assim:
“Em
Angola, sem surpresa, o MPLA reelegeu o seu líder José Eduardo
dos Santos. O Presidente angolano afirmou que o partido está preparado para
vencer as próximas eleições e atacou os “falsos empresários” (resumo do discurso no Negócios). José Eduardo dos Santos é
presidente do MPLA e de Angola há 37 anos.
À exceção do Bloco de esquerda, os principais partidos políticos portugueses
estão representados no encontro do MPLA. Mas foi o CDS que se destacou na aproximação, aliás com a presença em
Luanda do seu ex-líder, Paulo Portas.”
Oh
pázinhos, o Eduardo dos Santos tem cá uma lata! Falso moralista sobre “falsos
empresários”? Oh senhor engenheiro, vá-se catar! Nem vale adiantar mais. Terá
ele reparado que está rodeado de “empresários da treta" que apodrecem de
falcatruas? E na família, não? Ai, ai.
Disse
a oposição que Eduardo dos Santos fala para os militantes, ou só fala para os
militantes. Pudera, primeiro tenta enganar aqueles e depois o resto, os
angolanos na generalidade. Até no MPLA o querem ver pelas costas, têm é medo de
o dizer. Mas que se querem livrar do carraça… Ah, lá isso querem! Pode ler isso
mesmo no PG, dito por um responsável do MPLA sem papas na língua: Congresso
MPLA. Lukoki diz que partido paga “impopularidade” de José Eduardo dos Santos
Quando
não se é peixe nem carne é-se tudo e não se é nada… Só a podridão é que acaba com a
moléstia. Estamos à espera, no que toca a Eduardo dos Santos e Cia. Esperamos sentados.
Já lá vão 40 anos na liderança… Querem ver que vai superar o Salazar... Chiba!
A
União Soviética implodiu devido á monstruosa corrupção e roubo que deu cabo de
tudo. Isso e os excessos do regime que caíram sobre as populações, dos
trabalhadores, ao contrário da doutrina que deveria ser de esquerda, popular e
democrática. Afinal as elites preferiram práticas de direita, desumanas (não é
de esquerda quem é desumano, para mim), exploradoras, de saque do que era de
todo o povo soviético. De repressão e crimes desmedidos contra os que as elites
só nas conversas da treta elogiavam e queriam parecer defender seus direitos,
liberdades e garantias. Afinal aquela pseudo esquerda colou-se ao fascismo, à
direita que não respeita nada nem ninguém do povo. Roubaram até mais não,
assassinaram, usaram agentes da repressão ao estilo de Hitler, etc. Implodiu,
claro está. Acontece a todos os regimes deste tipo, mais cedo ou mais tarde.
São lideres que se agarram ao poder e depois para os tirar de lá é uma carga de
trabalhos. Mas acabam por cair, a bem ou a mal, ou assim-assim. É aquilo que
vai acontecer a Eduardo dos Santos e ao regime que ele impôs e de que tanto
beneficia – à socapa e sem ser à socapa. O sujeito vai implodir. Melhor que
seja ele e o seu regime a implodir, que Angola e os angolanos saiam de toda
aquela barafunda incólumes. É um desejo natural. Que o povo não se lixe. Já
basta o que basta.
Tanto
o Eduardo dos Santos empurrou o MPLA e o regime a que preside ditatorialmente
para a direita que o reacionário, revanchista e comprovadamente partido
político da direita portuguesa, o CDS/PP, se reconhece ainda mais próximo do
MPLA (leia em postagem mais em baixo). Isto é uma vergonha para os heróis, para os históricos, para os
combatentes angolanos que pugnaram combatendo por um país independente, uma sociedade livre e justa, igualitária, em que o
regime implantado deveria ser o provedor e a proteção e defesa dos interesses e
direitos do povo, dos trabalhadores angolanos.
Vai-se
a ver e não é nada disso que acontece. Uns quantos, das elites, colonizam
milhões de angolanos. Essas elites - politica, civil e militar - cria uma PIDE ao
estilo do regime colonial fascista de Salazar. E por aí adiante. Que vergonha,
senhor engenheiro Eduardo dos Santos. Esta realidade é repugnante!
Fresca,
a notícia, só de ontem. Semelhante a tantas outras que só expõem a miséria que o
regime distribui aos angolanos: APENAS
35% DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS TÊM ÁGUA PARA BEBER, pouco mais de 50% tem onde as crianças podem defecar - os restantes vão defecar à mata.
Basta!
Tenham vergonha, senhores da elite angolana que se apoderaram sem mérito e
indevidamente do que pertence a todos os angolanos, a sua Pátria!
A
marcha e marcar passo das elites em muitas partes do mundo, para começar: Na esquerda…
E depois direita volver, pretendendo iludir e dizendo-se de esquerda. Embusteiros.
Vai
daí, se os angolanos votarem e a UNITA ou outros forem poder não irá acontecer o mesmo ou
ainda pior? Pois.
Esta
coisa dá para ficarmos doentes de tanta indignação. Tenham um bom dia, se
conseguirem. É sempre o mesmo, quem se lixa é o mexilhão. Basta, seus merdas de
colarinhos brancos e engravatados. Começaram bem e estão a acabar muito mal,
exceto nas contas bancárias repletas e nos bens adquiridos e que alimentam as vossas
gulas depravadas, que consomem o que falta à grande maioria dos povos, neste
caso à enorme maioria do povo angolano.
Mário
Motta / PG
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Pedro
Santos Guerreiro – Expresso
Vai
estudar, banqueiro!
O
governo queria jogar com 19 mas o árbitro só deixa jogar com 11.Voltamos à
Caixa.
A Caixa tem uma administração doida para sair de lá, o governo tem outra que
está prestes a entrar. Ou melhor, tinha. Ou ainda tem, mas ela é menor.
Porque oito administradores foram chumbados, não por serem quem são mas
por serem quantos são, garante o Ministério das Finanças. O mesmo Ministério
das Finanças que quer que eles voltem a ser admitidos. Mais tarde. Porque mais
cedo é preciso apressar a entrada da equipa de António Domingues. A equipa de
19 - 8 = 11.
Quem supervisiona agora os grandes bancos portugueses é o Banco Central Europeu
(BCE). E foi o BCE que recusou esta administração tão grande. O governo ja
tinha convidado os 19, um a um. Vai ter de retirar o convite a oito deles. Dos
12 não executivos ficam quatro, confirmou ontem o Ministério das Finanças. Entre os
desconvidados estão, segundo o Negócios, Leonor Beleza, presidente da Fundação
Champalimaud, Carlos Tavares, líder do grupo Peugeot Citroen, e Ângelo
Paupério, co-presidente executivo da Sonae.
O secretário de Estado Mourinho Félix diz que o problema é o Regime Geral das
Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, que promete mudar para com
isso querendo alargar o Conselho de Administração e voltar a convidar os
administradores que afinal não podem ser. Ficamos à espera sentados. Porque
desviar o assunto talvez esta só uma forma de o governo compensar os
administradores que não foram aceites do embaraço que ao convidá-los lhes
provocou.
Bom, mas não fica por aqui: dos sete administradores executivos, diz também o Negócios, três vão ser obrigados a
frequentar o curso de Gestão Bancária Estratégica do INSEAD: João Tudela
Martins, Paulo Rodrigues da Silva e Pedro Leitão têm de ir estudar para os
bancos da escola para irem para o banco do Estado.
Quem não precisa de ir estudar e foi mesmo aceite foi Antonio Domingues.
Er… bom, foi aceite como presidente executivo mas não como presidente não
executivo, a não ser durante os primeiros seis meses. A proposta do governo era
de que ele acumulasse, o BCE não quer. Falta a data para a tomada de posse da
equipa. E falta a aprovação da Comissão Europeia para o aumento de capital.
OUTRAS
NOTÍCIAS
A Câmara do Funchal estima em 61 milhões de euros os prejuízos provocados
pelos incêndios da semana passada em prédios e infraestruturas do
concelho: 300 edifícios foram afetados, dos quis 177 ficaram totalmente destruídos.
Foi determinada prisão preventiva para o segundo presumível incendiário na
Madeira. O suspeito fora detido pela PSP de Santa Cruz, por alegadamente ter ateado fogo numa área florestal na
Camacha.
A PJ do Porto deteve um ex-bombeiro de Oliveira de Azeméis suspeito da
autoria de 26 incêndios florestais naquele concelho este ano. O suspeito
já cumpriu pena de prisão efetiva pelo mesmo tipo de crime. Ao todo, a PJ do norte já deteve 35 pessoas suspeitas da prática de
incêndios florestais.
Como explica o DN, não há este ano país europeu com
tanta área ardida como Portugal.
Paulo Azevedo afirmou em depoimentos prestados na Operação Marquês que
o Grupo Espírito Santo já tinha uma situação líquida perto do zero em
fevereiro de 2007, quando a Sonae lançou uma OPA à PT, que falharia. A notícia é do Observador. O líder da Sonae disse
ainda que essa situação era então do conhecimento generalizado da banca
portuguesa. Já o Correio da Manhã diz queBelmiro acusou Armando Vara de
vetar compra da PT.
O departamento de estudos da The Economist está apreeensivo com o baixo
crescimento da economia portuguesa em 2016. E considera que a situação não deve
mudar até final deste ano, com Portugal a ser penalizado pela evolução do
consumo interno e investimento. Resumo no DN.
Portugal colocou ontem €1300 milhões em dívida pública a
taxas de juro historicamente baixas.
O Tribunal de Contas volta a chumbar contrato da AICEP. O acórdão conclui
que a aquisição de seguros de saúde para funcionários da agência estatal e seus
familiares “carece totalmente de suporte legal”.
Quase metade (46,6%) das urgências hospitalares nos hospitais da região de
Lisboa e Vale do Tejo no primeiro semestre deste ano foram falsas
urgências (situações consideradas pouco ou não urgentes). Os dados são da
Administração Central do Sistema de Saúde, no DN. O governo queria que elas baixassem mas o número de
urgências continua a subir: 3,2 milhões acumuladas em Portugal, mais 134 mil
que no mesmo período do ano passado.
O programa Novas Oportunidades voltou, agora chama-se Qualifica. O governo
quer aumentar de 240 para 300 o número de centros de formação para adultos até
2017, envolvendo mais formadores e mais alunos, financiando-se com fundos comunitários.
Foi detida em Lisboa a ex-funcionária do SEF acusada de burla, através de
esquemas que lhe terão permitido recolher empréstimos de mais de meio milhão de euros.
O nosso mais recente projeto editorial é a Tribuna Expresso, de informação desportiva. E é lá que pode
ler tudo sobre o jogo de ontemem que o FC Porto empatou
1-1 com a Roma na primeira mão do apuramento para a Champions League.
Incluindo a crónica do jogo, “No Porto não sejas romano. Sê Otávio”.
E a contra-crónica, “Herrera atirou-se para o chão a pedir
penálti e acabou com o ouro nos 400 metros femininos”.
Nos Jogos Olímpicos, ontem não houve medalhas portuguesas mas houve diplomas olímpicos, que são atribuídos aos que
terminam entre a quarta e oitava posições: Fernando Pimenta foi
quinto na final olímpica de k1 1000, Nelson Évora ficou em sexto na
final do triplo salto. Rui Bragança subiu aos quartos de final no Taekwondo mas acabou afastado. Boas notícias: os canoístas Emanuel Silva e João
Ribeiro, em K2 1000m, conseguiram o apuramento para a final; e a
cavaleira Luciana Diniz apurou-se para a final de Salto de
Obstáculos.
Em Angola, sem surpresa, o MPLA reelegeu o seu líder José Eduardo
dos Santos. O Presidente angolano afirmou que o partido está preparado para
vencer as próximas eleições e atacou os “falsos empresários” (resumo do discurso no Negócios). José Eduardo dos Santos é
presidente do MPLA e de Angola há 37 anos.
À exceção do Bloco de esquerda, os principais partidos políticos portugueses
estão representados no encontro do MPLA. Mas foi oCDS que se destacou na aproximação, aliás com a presença em
Luanda do seu ex-líder, Paulo Portas.
No processo eleitoral nos Estados Unidos, a notícia são as mudanças na
candidatura de Donald Trump para tentar inverter a queda nas sondagens. A sua equipa foi remodelada, com a entrada de novos
assessores.
Enrique Neto, presidente do México, já comparou Trump com Adolf Hitler e a
Benito Mussolini depois de o candidato republicano ter prometido a construção
de um muro entre os Estados Unidos e o México, e dito que os mexicanos são
violadores e estão ligados ao mundo da droga. Agora, Neto afirma que se encontraria com ele. “Serei
absolutamente respeitador e procurarei trabalhar com quem for o próximo
presidente dos Estados Unidos da América”.
Na Turquia, o regime de Erdogan já enviou para a
prisão quase 18 mil pessoas desde o golpe falhado de 15 de julho. O governo de
Ancara decidiu libertar os presos por delitos menores para assegurar que há
‘vagas’ nas cadeias para os alegados opositores do regime
O festival de Paredes de Coura começou ontem, com “pós rockezinho
que ainda foi pouco”, diz o JN. Mas hoje é o primeiro dia a sério, com os LCD Soundsystem como cabeças de cartaz.Acompanhe na
Blitz.
FRASES
“António Costa está, e está para durar. Chegou ao poder da forma como chegou.
Quem chega ao poder assim, fará tudo para lá continuar. Não tenho nada a ideia
de que isto esteja quase a acabar”. Assunção Cristas, na Sábado (citada na Lusa).
“Para o Fisco, em Portugal todos são clones de Al Capone até prova de
contrário. Os portugueses nascem com um código de barras que traz um número de
"culpado" e que é impossível de apagar em vida, mesmo trabalhando
honestamente e sem mácula.” Fernando Sobral, no Negócios.
“Nasci no terceiro mundo, é isso que me faz lembrar Portugal. Onde a taxa de
mortalidade infantil era a maior da Europa e as pessoas morriam
muito.” João Magueijo, no DN.
O QUE EU ANDO A LER
"Olha, filha, se te não fosse penosa a experiência, deixava-te casar por
paixão".
Olhe, a filha é Ludovina e está apaixonada por Ricardo de Sá. A mãe, D.
Angélica, “um assombro de esperteza”, quer evitar a penosa experiência… nem é
não gostar dele, é não gostar de ele ser um pouco, digamos, pelintra.
Parece novela? Bom, e é. É uma paródia de novela e é uma paródia às novelas.
Uma paródia tão grande que se anuncia como “tenebroso e medonho! É uma dança
macabra! um tripúdio infernal! coisa só semelhante a uma novela pavorosa das
que aterram um editor, e se perpetuam nas estantes, como espetros imóveis.”
É tanto assim que o livro tem um capítulo para “alguns dos que lerem”, um outro
capítulo “para ser colocado onde o leitor quiser” e algumas páginas “que é
melhor não se lerem”.
“É uma história que faz arrepiar os cabelos. Há aqui bacamartes e pistolas,
lágrimas e sangue, gemidos e berros, anjos e demónios. Isto sim é que um
romance’’.
Ludovina é bela, Ricardo de Sá escreve (e nunca mais acaba de escrever) “Século
Perante a Ciência” e o pai dela, a bela, já a havia prometido a uma rica
fealdade chamada José João Dias, que mais tarde se revelará ciumentíssimo.
Os diálogos são muito bons, a linguagem é de época e nem sempre fácil,
sobretudo na ironia social das frases do escritor. E como a mãe considera que
“hoje reina a opinião pública, não é a consciência de cada um”, o melhor é
mesmo não casar por amor. “Isso é romance, menina. Nunca é feliz com um vestido
de chita a mulher que tem amigas com vestidos de seda.”
Bom, o escritor é Camilo Castelo Branco, o livro chama-se “O que fazem
mulheres” e será distribuído com o Expresso no sábado. Assim descrito,
parece pouco camiliano. Também Dostoiévski escreveu “O Sonho do Tio”,
uma comédia de costumes que tão pouco dostoiévskiana parece, e Nabókov acho-a
genial.
“Há aí almas de pedra, corações de zinco, olhos de vidro, peitos de asfalto?”,
pergunta Camilo a abrir o livro. “Que venham para cá. Aqui há cebola para todos
os olhos; Broca para todas as almas; Cadinhos de fundição metalúrgica para
todos os peitos. Não se resiste a isto. Há-de chorar toda a gente.”
Hoje é quinta feira 18 de agosto, há muito calor no Algarve (máxima de 33º graus em Faro,
sol), calor em Lisboa (28º, sol) e nem por isso no Porto (22º, nublado).
Céu limpo no Expresso, sempre online, às 18h no Diário e a partir das 20h na Tribuna se quiser acompanhar o Arouca-Olympiacos.
“Que venham para cá”. E tenha um excelente dia.