segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

JERÓNIMO ELOGIA SOARES COMO “COMBATENTE CONTRA A DITADURA”…


…MAS DIZ QUE VENCEDORES ESCREVERAM A HISTÓRIA



Jerónimo e Soares: “Temos a nossa própria visão da história”

Depois de apresentar as condolências à família de Mário Soares no Mosteiro dos Jerónimos, o líder do PCP foi confrontado com as divergências do histórico socialista com o Partido Comunista. “A história não se inventa, a história acontece. Continuamos a considerar que a revolução de Abril resultou de muita luta, onde esteve o PCP e esteve Mário Soares”, disse Jerónimo, acrescentando: “Quem escreve a história são os vencedores, mas a história não se apaga. Temos a nossa própria visão da história”, disse quando confrontando com os muitos comentários ouvidos nos últimos dias de que Mário Soares esteve do lado certo da história e que evitou uma ditadura comunista.

Jerónimo pediu depois para não desenvolver a sua resposta. “O momento é de perda e no quadro de respeito pela morte não desenvolvo esta resposta.”

Alegre: morte de Soares é o fechar de um ciclo e o início de outro

Para o histórico socialista Manuel Alegre, Mário Soares “não desaparece” e ficará na memória “de todos aqueles que prezam os valores que ele ajudou a implantar no país: a liberdade, a democracia, a justiça social e a tolerância”.

Sublinhando que a morte de Mário Soares representa o fechar de um ciclo, mas também o início de outro, porque "os horizontes da liberdade são horizontes abertos", o também poeta defendeu ser preciso mostrar ao mais novos a história do ex-Presidente da República. "É preciso contar-lhes o que foi a sua luta pela resistência, as prisões que sofreu, a deportação a que foi sujeito por ordem de Salazar, o exílio, depois o regresso, os combates que travou aqui para defender de novo a liberdade. Toda a vida dele foi uma vida de grande combate, grande determinação e sobretudo coragem", afirmou Alegre, citado pela Lusa.

"Fomos amigos, como irmãos até ao fim. Às vezes entre irmãos há sarilhos que depois se resolvem", referiu Manuel Alegre - numa referência a alguns episódios de controvérsias com Soares e até à disputa eleitoral a Belém de 2006 -, que assistiu à chegada da urna aos Jerónimos acompanhado pelo presidente do PS, Carlos César, e pelo deputado Miranda Calha.

Público

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