domingo, 16 de abril de 2017

Portugal. MARCELO E OS SEM-ABRIGO. PALAVRAS LEVA-AS O VENTO, NÃO BASTA DIZER…




Os sem-abrigo levaram o PR Marcelo Rebelo de Sousa e pronunciar-se (notícia a seguir) como La Palice. É a verdade pura e dura. Eles não podem "esperar pela aceleração do crescimento", afirmou. E não, não podem esperar. São cidadãos que por razões de ordem psicológica, de desemprego, de sérias dificuldades financeiras, etc., chegaram à condição a que chegaram e muito raramente dali saem – a não ser para prisões ou para a morte.

Na chacina das condições de vida dos quatro anos em que o governo de Passos Coelho arrasou os portugueses o aumento de pessoas sem-abrigo aumentou explosivamente, com o agravante de assim já vir a acontecer lentamente durante a vigência do governo de José Sócrates. Ambos os governos varreram para debaixo do tapete esse problema, muito mais o de Passos Coelho.

O ministro de Passos Coelho com a pasta da solidariedade e segurança social, Gomes Mota, entreteve-se a tapar o sol com a peneira, a organizar cantinas, a passar umas horas com velhinhas na paróquia dos Anjos, a fazer que se “misturava” com os plebeus mais desesperados do país… e pouco mais. Nunca meteu as mãos na massa – ou seja, nunca enfrentou o problema como devia. Limitando-se a brincar à caridadezinha em parceria com a senhora Junet do Banco da Fome. Tratar convenientemente das pessoas carenciadas de praticamente tudo é que não. Nem tratar principalmente da saúde mental e de lhes proporcionar que vissem a luz ao fundo do túnel: condições materiais e humanas, um emprego que lhes possibilitasse viverem com dignidade. Um emprego devidamente remunerado.

Passos Coelho e o seu governo, com Portas e Gomes Mota, esteve sempre a lutar para conseguir baixar salários, aumentar os dias e as horas de trabalho, cortar nas pensões já irrisórias, etc. A aposta e o desempenho foi para miserabilizar os portugueses e criar mais fortunas a uns quantos por via da propalada “crise”. Conseguiram em grande parte. Teriam conseguido muito mais se bizassem em outro governo. O que atualmente não acontece, felizmente. Em vez disso avançou aquilo a que deram o epíteto de “geringonça”. Tem sido essa tal “geringonça” que tem provado que foi e é possível governar sem os cortes gigantescos e criminosos impostos pelo governo de Passos e Portas, com aplausos de Cavaco Silva. Chamam-lhes liberais mas não são menos que fascistas que desprezam os mais pobres, os mais incapacitados, arrastando-os com as suas políticas para ainda piores vidas de sobrevivência, de miséria absoluta. Temos agora à vista de todos nós um problema de enorme pobreza que é imensurável, que dificilmente será resolvido na próxima década.

Entretanto, Passos, Portas, Gomes Mota, Junet - a sujeita do Banco da Fome - e outros profissionais do fabrico da pobreza, estão muito bem nas suas vidas de nababos da monstruosidade social, extasiando-se com as suas pseudo-caridades que lhes fortalece o ego, tão abalados que estão pela prova de que governaram mal o país e só beneficiaram aqueles que sempre foram beneficiados com a licença de exploração dos trabalhadores, dos sempre pobres ou remediados. Afinal, os que quase sempre têm sido escravos e objetos animados com as capacidades da força de trabalho usada em alta percentagem para beneficio daquilo que já popularmente chamam Donos Disto Tudo. Esses são poucos, mas demasiados. Nem deviam de existir, muito menos gozarem de impunidade total. E ainda hoje é assim que acontece. Até quando?

Esses foram o governo de Passos, de Portas, de Cavaco. Esses continuam no ativo. Nem António Costa os consegue sacudir e anular. São lapas viscosas, famintas de miserabilizarem milhões de portugueses. De muito mais milhões globalmente. Este é o quadro que até agora tem sido permanente. Até quando?

Para enfrentarem os problemas da pobreza, dos sem-abrigo, precisam de crescimento… Mas o que tem vindo a crescer cada vez mais são os sem-abrigo, os do fim da linha, a pobreza por reflexo de desgovernação de Passos Coelho e outros cujos interesses ele representou (representa) enquanto primeiro-ministro.

Marcelo diz bem, quando refere que não se pode “esperar pela aceleração do crescimento” para enfrentar e resolver a pobreza, os sem-abrigo, os que “ficaram para trás”. Mais difícil é pôr em prática o combate à pobreza sem que os que a causaram dentro das nossas fronteiras sejam punidos e devolvam o que roubaram e teve de ser reposto por todos os portugueses. E o que roubaram está em paraísos fiscais… E mais onde possam chegar as condenações e devidas expropriações, se necessário. Só com vontades não chegamos lá, são precisos atos de homens e mulheres que sejam justos, humanos, que prezem os sãos valores da República e da democracia.

Tão bem quanto qualquer de nós Marcelo sabe que “palavras levam-nas o vento” e que “não basta dizer, é preciso fazer”. 

As palavras de Marcelo, se continuar a ler. (MM | PG)

Problema dos sem-abrigo não pode "esperar pela aceleração do crescimento"

O Presidente de República, Marcelo Rebelo de Sousa, advertiu que a resolução do problema das pessoas em situação de sem-abrigo não pode "esperar pela aceleração do crescimento".

Em entrevista à TVI, que será divulgada hoje na íntegra, Marcelo Rebelo de Sousa alertou mais uma vez para a questão dos sem-abrigo, sublinhando que "a função do Presidente da República é chamar a atenção para os problemas e pressionar para que aquilo que depende do poder executivo seja acelerado".

"Eu penso que o Presidente da República ao mesmo tempo que puxa pelo crescimento, que puxa pelo investimento - porque isso é essencial -, tem de olhar para aqueles problemas do imediato, que estão aí e que não podem esperar pela aceleração do crescimento", defendeu na entrevista, que acompanha uma reportagem sobre esta população.

Marcelo Rebelo de Sousa apelou ainda para que não se esqueçam destas pessoas que vivem nas ruas das cidades ou em centros de acolhimento.

"Supondo que começa mesmo o crescimento e o emprego não se esqueçam dos que ficaram para trás", disse, vincando: "Há muitos que ficam para trás e ficam irremediável e definitivamente para trás. Não se esqueçam deles".

No início do mês, Marcelo Rebelo de Sousa pediu que a nova estratégia do Governo de combate à situação dos sem-abrigo seja aplicada já este ano, para que este problema esteja erradicado em 2023.

Questionado na altura se o Governo tem atuado com eficácia neste domínio, o chefe de Estado sublinhou que o horizonte de aplicação da anterior estratégia terminou em 2015 e que "2016 foi um compasso de espera" para que o executivo apresentasse a nova estratégia 2017-2023.

Lusa | Notícias ao Minuto

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