Na
última semana surgiu um novo elemento sobre o ponto de ignição. Afinal, o raio
causador do incêndio não caiu em cima de uma árvore. Terá atingido primeiro os
cabos de média tensão que passam na zona de Escalos Fundeiros e só depois foi
conduzido para um castanheiro, onde o fogo começou. O IPMA, por sua vez, diz
que não caíram raios naquela zona na altura do início do incêndio
Em
Escalos Fundeiros, ponto zero do incêndio, a investigação à origem do fogo está
praticamente terminada. A Polícia Judiciária garante que falta apenas meia
dúzia de diligências para consolidar o que já é dado como certo: “começou com
uma trovoada seca, havendo 100% de certeza de que não houve mão criminosa”.
Porém, na última semana foi somado um novo elemento ao ponto de ignição.
Afinal, o relâmpago causador do incêndio não terá caído diretamente em cima de
um castanheiro. A descarga atmosférica terá atingido primeiro os cabos de média
tensão que passam no local, com 15 mil volts. Daí, o raio terá sido conduzido
para a árvore.
No
ponto de impacto do raio, a linha ficou parcialmente descarnada, tendo ido para
análise laboratorial para que se obtenha um resultado mais definitivo. A
sequência de eventos determina que no relatório final da PJ o incêndio de
Pedrógão venha a ser classificado como tendo origem em “causa acidental de
origem natural ligada a trovoada seca”.
Nas
primeiras fotos do incêndio, tiradas por Daniel Saúde, que passava o fim de
semana na quinta que tem naquela localidade de Pedrógão Grande, é possível ver
os cabos elétricos junto às chamas que ainda começavam. Foi ele quem ligou para ao 112 às 14h38, quando viu fumo a surgir no horizonte, acionando os primeiros
bombeiros da corporação de Pedrógão Grande.
O
raio que iniciou o incêndio não foi visível. Nem o trovão ressoou no vale, como
é costume em dias de trovoada, secas ou molhadas, o que levou os populares de
Escalos Fundeiros a desconfiar da tese inicial da Polícia Judiciária, que ouviu
Daniel na quarta-feira.
A
adensar mais o mistério sobre o ponto zero do incêndio surgiu na sexta-feira o
relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), pedido por
António Costa, no qual se conclui que não houve descargas elétricas
atmosféricas na zona de Escalos Fundeiros às 14h43, hora registada como o
início do fogo. Nessa zona, os primeiros raios apenas se registaram a partir
das 17h37.
Hugo
Franco | Raquel Moleiro | Expresso | Foto Rui Duarte Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário