segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O ILHÉU COELHO, O PRÍNCIPE DA PONTINHA E O BAILINHO DA MADEIRA, DEIXEM PASSAR…





EIS A MOSTRA DO SISTEMA ABUNDANTEMENTE AVACALHADO ONDE QUEM SE LIXA É SEMPRE O MEXILHÃO


Mário Motta, Lisboa

O deputado da Assembleia Regional da Madeira, José Manuel Coelho, airoso e conflituoso mas divertido e tantas vezes original, foi condenado a prisão pelo tribunal. O “crime” foi a prática de mais uma das suas “barracadas”. Elas são tantas que já nem dá para memorizarmos. Prisão? José Coelho disse logo que “nem pensar”. Meu dito, meu feito. Já encontrou modo de se refugiar em “país” seguro e assim aplicar o “prisão nem pensar”. Pediu asilo ao Principado da Pontinha, um ilhéu na Madeira, a 70 metros do Funchal e isolado por mar. Território independente em que o Príncipe da Pontinha é quem pode e manda. Ora como ali manda quem pode, o príncipe já deu asilo a José Manuel Coelho com todos os requintes legais, cartão de cidadão do principado e o que mais seja necessário.

Está-se mesmo a ver que estamos todos a rir que nem hienas. Até os olhos ficam marejados por causa desta situação insólita. Dirão alguns que rimos por causa "daqueles marados". Não só o deputado Coelho mas também o príncipe, senhor e dono do calhau que é o ilhéu diminuto… Mas principado. Legalmente outro país. E esta?!

Para saber sobre a história do principado acesse aqui. Para saber sobre os tais “marados”, o príncipe e o deputado Coelho tem muito por onde pesquisar. E não os veja como “marados” mas sim dois homens que gozam com este sistema putrefacto e se divertem a mostrar comprovadamente que o rei vai nu – que é como quem diz ou canta: “deixem passar esta linda brincadeira, vamos cantar e bailar a modinha da madeira…”

Abençoados ilhéus, mestres de colorir de ridículo os emproados que - a não ser à força – têm de comer e calar. Se for à força… Lá conspurcam uma vez mais a democracia e a legalidade. O costume de um país onde prendem cidadãos sem fazerem prova da prática de crime, sem acusação. E ao fim de quase quatro anos tudo se mantém na mesma, na dita investigação… Quem? José Sócrates, dos que são da mó de cima. Muitos outros haverá, mas desses nem se fala. São plebeus. Zés Ninguém. Não são colunáveis. Não vendem. Não fazem manchetes… Democracia? Justiça? Liberdade? Pois.

A José Sócrates ainda vão ter de indemniza-lo, e muito bem!

Quem se lixa é o mexilhão, sempre!

Segue-se a peça sobre Coelho, cidadão do Principado da Pontinha.

José Manuel Coelho pediu asilo político... ao ilhéu da Pontinha

O deputado madeirense não quer cumprir a pena a que foi condenado

O Tribunal da Relação de Lisboa condenou José Manuel Coelho a uma pena de prisão efetiva, com possibilidade de ser cumprida ao fim de semana, num processo interposto pelo advogado António Garcia Pereira. Agora, o deputado madeirense pediu asilo político ao autoproclamado ilhéu da Pontinha.

“Venho para aqui, refugio-me aqui, e a polícia da República portuguesa não me pode prender, o mandado de captura aqui não funciona porque isto não é território nacional, isto é um principado independente e reconhecido pelas várias instâncias internacionais e aqui estou a salvo”, explicou em declarações à TVI.

Já Renato Barros, autoproclamado príncipe do ilhéu, recebeu o deputado de braços abertos e prometeu defendê-lo. “Aqui a polícia portuguesa não entra, só se entrar à força, naturalmente, porque eles sabem que não podem entrar.

Recorde-se que José Manuel Coelho recorreu da decisão para o Supremo Tribunal de Justiça.

Inês André de Figueiredo – Notícias ao Minuto

Trump: CAPITALISMO NACIONALISTA, UMA ALTERNATIVA À GLOBALIZAÇÃO?



James Petras

No seu discurso de posse Donald Trump, clara e vigorosamente delineou as estratégias político-económicas que prosseguirá nos próximos quatro anos. Mas jornalistas, editorialistas, acadêmicos e especialistas anti-Trump que aparecem noFinancial Times, New York Times, Washington Post e Wall Street Journal têm repetidamente distorcido e mentido sobre o seu programa, bem como sobre a sua crítica às políticas do passado.

Começamos por discutir seriamente a crítica do Presidente Trump à economia-política contemporânea e prosseguiremos na elaboração das suas alternativas e das suas fraquezas.

Críticas de Trump à classe dominante 

A peça central da crítica do Trump à elite governante atual é o impacto negativo das políticas de globalização nos desequilíbrios dos EUA na produção, no comércio, na fiscalidade e no mercado de trabalho. Como exemplo dos efeitos negativos da globalização, Trump menciona o facto de que o capitalismo industrial dos EUA mudou drasticamente o centro dos seus investimentos, inovações e lucros para o exterior. Durante duas décadas muitos políticos e gurus têm lamentado a perda de postos de trabalho bem remunerados e estáveis em indústrias locais como parte de sua retórica de campanha ou em reuniões públicas, mas não tomaram qualquer ação eficaz contra estes aspectos mais negativos da globalização. Trump denunciou-os como "só conversa e nenhuma ação" enquanto prometia acabar com os discursos vazios e implementar mudanças importantes.

Trump criticou os importadores que trazem produtos baratos de fabricantes estrangeiros para o mercado americano, destruindo empresas e postos de trabalho nos EUA. A sua estratégia económica de priorizar as indústrias dos EUA é uma crítica implícita ao desvio do capital produtivo para o capital financeiro e especulativo ocorrido sob as quatro administrações anteriores. No seu discurso inaugural, o ataque às elites que trocaram a "cintura da ferrugem" ("rust belt") pela Wall Street alia-se à sua promessa à classe trabalhadora: "Ouvi estas palavras! Vocês não serão ignorados novamente". Com palavras suas, Trump retrata a classe dominante "como porcos na gamela" (Financial Times, 23/01/2017, p. 11)

Crítica política-económica de Trump 

Trump dá relevo a negociações quanto a mercados com parceiros estrangeiros e adversários. Repetidamente criticou a insensata promoção pelos media e por políticos, dos mercados livres e do militarismo agressivo que minam a capacidade do país para negociar contratos rentáveis.

A política de imigração de Trump está intimamente relacionada com a sua estratégia: "América primeiro" para a política de trabalho. Entradas maciças de imigrantes têm sido utilizadas para minar os salários, direitos laborais e emprego estável dos trabalhadores dos Estados Unidos. Isto foi documentado pela primeira vez na indústria de embalagem de alimentos, seguida das indústrias têxteis, construção e aviários. A proposta do Trump é limitar a imigração para permitir que os trabalhadores dos EUA mudem o equilíbrio de poder entre capital e trabalho e fortaleçam o poder do trabalho organizado para negociar salários, condições e benefícios. A crítica de Trump sobre a imigração massiva é baseada no facto de que estavam disponíveis empregos para trabalhadores norte-americanos qualificados naqueles mesmos sectores se os salários e condições de trabalho fossem melhorados permitindo padrões de vida dignos e estáveis para suas famílias.

Crítica política do presidente Trump

Trump assinala os acordos de comércio, que têm ocasionado enormes défices, e conclui que os negociadores americanos falharam. Argumenta que anteriores presidentes dos Estados Unidos assinaram acordos multilaterais, para assegurar alianças militares e bases, em detrimento da negociação de pactos económicos de criação de emprego. A sua presidência promete mudar a equação: quer rasgar ou renegociar tratados económicos desfavoráveis, reduzir compromissos militares ultramarinos dos EUA e pede que os aliados da NATO suportem mais encargos nos seus orçamentos de defesa. Imediatamente após a investidura no cargo, Trump cancelou a parceria Transpacífica (TPP) e convocou uma reunião com o Canadá e México para renegociar o NAFTA.

A agenda de Trump tem dado relevo a planos para projetos de infraestruturas no valor de 100 mil milhões de dólares, incluindo a construção de controversas condutas de petróleo e gás do Canadá para os EUA. É claro que essas condutas violam tratados existentes com os povos indígenas e são uma ameaça de degradação ecológica. No entanto, ao priorizar o uso de materiais de construção americanos e insistir na contratação apenas de trabalhadores dos EUA, as suas controversas políticas formarão a base para desenvolver empregos bem pagos para cidadãos dos EUA.

A ênfase em investimentos e empregos nos EUA é uma ruptura total com a anterior Administração, com o Presidente Obama focado em empreender múltiplas guerras no Médio Oriente, aumentando a dívida pública e o défice da balança comercial.

No seu discurso inaugural Trump emitiu uma severa promessa: "a carnificina americana vai parar agora e termina aqui!". Isto repercutiu-se num grande sector da classe trabalhadora e foi falado perante uma assembleia dos principais arquitetos de quatro décadas de globalização destruidora de empregos. "Carnificina" carregava um duplo significado: "carnificina" generalizada em consequência das políticas de Obama e de outras administrações na destruição de postos de trabalho no país, que resultaram em decadência e falência de pequenas cidades rurais e comunidades urbanas.

Esta carnificina interna é a outra face das intermináveis políticas de guerra no exterior, espalhando carnificina em três continentes. As lideranças políticas dos últimos quinze anos disseminaram uma carnificina no país, permitindo uma epidemia de dependência de drogas (principalmente relacionada com a prescrição descontrolada de opiáceos sintéticos) matando centenas de milhares de norte-americanos, na maior parte jovens, e destruindo as vidas de milhões.

Trump prometeu acabar com esta "carnificina" de vidas desperdiçadas. Infelizmente, ele não controla as grandes farmacêuticas ('Big Pharma') e a comunidade médica responsável pelo seu papel na difusão da toxicodependência nos recantos mais profundos do espaço rural dos EUA, economicamente devastados. Trump criticou os anteriores eleitos por autorizarem enormes subsídios militares a "aliados" ao mesmo tempo deixando claro que sua crítica não incluía as políticas de compras militares nos EUA e não iria contradizer a sua promessa de "reforçar velhas alianças" (NATO).

Verdades e mentiras: jornalistas lixo e militaristas de poltrona 

Entre os exemplos mais escandalosos da histeria mediática sobre a nova economia de Trump é a série sistemática e mordaz de produções virais concebidas para obscurecer a triste realidade nacional que Trump prometeu tratar. Vamos discutir e comparar os relatos publicados pelos "jornalistas lixo" (JLs) e apresentar uma versão mais precisa da situação.

Os respeitáveis jornalistas lixo do Financial Times clamam que Trump quer "destruir o comércio mundial". Na verdade, Trump repetidamente declarou sua intenção de aumentar o comércio internacional. O que propõe é aumentar o comércio mundial dos EUA a partir do interior, em vez de o fazer a partir de outros países. Ele pretende renegociar os termos dos acordos multilaterais e bilaterais de comércio para garantir maior reciprocidade com parceiros comerciais. Sob Obama, os EUA foram mais agressivos na imposição de tarifas de comércio que qualquer outro país da OCDE.

Os jornalistas lixo qualificam Trump como "protecionista", confundindo as suas políticas para reindustrializar a economia com a autarcia. Trump irá promover as exportações e importações, manter uma economia aberta e ao mesmo tempo aumentar o papel dos EUA como um produtor e exportador. Os EUA tornar-se-ão mais seletivos nas suas importações. Trump vai favorecer o crescimento dos exportadores e aumentar as importações de bens primários e tecnologia avançada, reduzindo a importação de automóveis, aço e produtos de consumo familiar.

A oposição de Trump à globalização tem-se chocado com os jornalistas lixo do Washington Post como uma grave ameaça para a "ordem económica pós-Segunda Guerra Mundial". Na verdade, grandes mudanças já se processaram tornando obsoleta a velha ordem e tentativas para mantê-la levaram a crises, a guerras e mais decadência. Trump reconheceu a natureza obsoleta da velha ordem económica e decidiu que a mudança é necessária.

A velha ordem económica obsoleta e a duvidosa Nova Economia

No final da Segunda Guerra Mundial, na maioria dos países da Europa Ocidental e Japão recorreu-se a políticas monetárias e industriais altamente restritivas, "protecionistas", para reconstruir as suas economias. Somente após um prolongado período de recuperação Alemanha e Japão cuidadosa e seletivamente liberalizaram as suas economias.

Nas últimas décadas, a Rússia foi drasticamente transformada de uma poderosa economia coletivista numa oligarquia capitalista subordinada e gangster, mais recentemente reconstituída para uma economia mista e um Estado centralizado forte. A China transformou-se de uma economia coletivista, isolada do comércio mundial, na segunda economia mais poderosa do mundo, desalojando os EUA de maior parceiro comercial na América Latina e na Ásia. Os EUA, que antes controlavam 50% do comércio mundial, agora têm uma parte inferior a 20%. Este declínio é em parte devido ao desmantelamento da sua economia industrial quando os donos das empresas mudaram as fábricas para o exterior.

Apesar das transformações na ordem mundial, os últimos presidentes dos EUA falharam em reconhecer a necessidade de reorganizar a economia política americana. Em vez de reconhecer, aceitar e adaptar-se às mudanças nas relações de poder e de mercado, procuraram intensificar os anteriores padrões de domínio através da guerra, intervenção militar, sangrentas e destrutivas "mudanças de regime" – devastando mercados ao invés de os criar para produtos dos EUA. Em vez de reconhecer o imenso poder económico da China e procurar renegociar acordos de comércio e cooperação, eles têm estupidamente excluído a China de pactos de comércio regional e internacional, ao ponto de cruelmente ameaçar os seus parceiros comerciais asiáticos subalternos e lançar uma política de cerco militar e provocação nos mares do Sul da China. Enquanto Trump reconhece estas alterações e a necessidade de renegociar os laços económicos, os designados para a sua Administração procuram ampliar as políticas de confronto militar de Obama. 

As anteriores Administrações em Washington ignoraram o ressurgimento da Rússia, a sua recuperação e crescimento como potência regional e mundial. Quando a realidade finalmente se enraizou, as anteriores administrações dos EUA aumentaram a sua ingerência nos antigos aliados da União Soviética, estabeleceram bases militares e exercícios de guerra nas fronteiras da Rússia. Em vez de aprofundar o comércio e o investimento na Rússia, Washington gastou milhares de milhões em sanções e gastos militares – designadamente fomentando o violento regime golpista da Ucrânia. As políticas de Obama que promoveram a violenta tomada do poder na Ucrânia, Síria e Líbia foram motivados pelo desejo de derrubar governos amigos da Rússia – devastando esses países e, finalmente, fortalecendo a vontade da Rússia em consolidar e defender as suas fronteiras e formar novas alianças estratégicas.

No início de sua campanha, Trump reconheceu as novas realidades do mundo e propôs-se a alterar a substância, os símbolos, a retórica e as relações com adversários e aliados – adequadas a uma nova economia.

Em primeiro lugar e acima de tudo, Trump olhou para as desastrosas guerras no Médio Oriente e reconheceu os limites do poder militar dos EUA: os EUA não poderiam envolver-se em múltiplos confrontos, guerras nunca terminadas de conquista e ocupação no Médio Oriente, Norte de África e Ásia sem suportar maiores custos internos.

Em segundo lugar, Trump reconheceu que a Rússia não era uma ameaça militar estratégica para os Estados Unidos. Além disso, o governo russo sob Vladimir Putin estava disposto a cooperar com os EUA para derrotar um inimigo mútuo – ISIS e suas redes terroristas. A Rússia também estava ansiosa por voltar a abrir os seus mercados aos investidores dos Estados Unidos, que também estavam ansiosos para voltar depois de anos de sanções impostas por Obama-Clinton-Kerry. Trump, realista, propõe-se acabar com as sanções e restaurar relações de mercado favoráveis.

Em terceiro lugar, é evidente para Trump que as guerras dos EUA no Médio Oriente impõem enormes custos com benefícios mínimos para a economia dos EUA. Ele quer aumentar as relações de mercado com os poderes económicos e militares regionais, como a Turquia, Israel e as monarquias do Golfo. Trump não está interessado na Palestina, Iémen, Síria ou os curdos – que não oferecem oportunidades de investimento e comércio. Ele ignora o enorme poder económico e militar regional do Irão, contudo propôs-se renegociar o recente acordo feito entre seis países e o Irão a fim de melhorar o lado americano na disputa A sua campanha retórica hostil contra Teerão pode ter sido concebida para aplacar Israel e a poderosa quinta coluna do "Israel-Firsters" nos EUA. Isto certamente entra em conflito com as suas declarações "América primeiro". Veremos se Donald Trump irá continuar a manter o "show" de submissão ao projeto sionista expansão de Israel ao mesmo tempo que procura incluir o Irão como parte da sua agenda de mercado regional.

O jornalismo lixo afirma que Trump adotou uma nova postura belicosa para com a China e ameaça lançar uma "agenda protecionista" que, em última análise, vai empurrar os países do Pacífico para mais perto de Pequim. Pelo contrário, Trump aparece com a intenção de renegociar e aumentar o comércio através de acordos bilaterais.

Trump irá mais provavelmente manter, mas não expandir, o cerco militar de Obama às fronteiras marítimas da China, que ameaça as suas rotas marítimas vitais. No entanto, ao contrário de Obama, Trump vai renegociar as relações económicas e de comércio com Pequim – vendo a China como uma grande potência económica e não como uma nação em desenvolvimento com intenção de proteger suas indústrias nascentes. O realismo de Trump irá refletir a nova ordem económica: a China é um poder económico amadurecido, altamente competitivo, um poder económico mundial que tem estado a sobrepor-se aos EUA, em parte mantendo os seus próprios subsídios e incentivos estatais da sua anterior fase económica. Isto conduziu a desequilíbrios significativos. Trump, realista, reconhece que a China oferece grandes oportunidades para o comércio e o investimento se os EUA puderem garantir acordos recíprocos, que levem a uma balança comercial mais favorável.

Trump não quer lançar-se numa "guerra comercial" com a China, mas precisa restaurar os EUA como uma grande nação "exportadora" a fim de implementar a sua agenda económica nacional. As negociações com a China serão muito difíceis porque a elite importadora dos EUA está contra a agenda de Trump e do lado da classe dirigente de Pequim decididamente orientada para a exportação.

Além disto, como a elite bancária de Wall Street está a discutir com Pequim a entrada nos mercados financeiros da China, o sector financeiro norte-americano é um aliado instável e pouco disposto às políticas pro-indústria de Trump.

Conclusão 

Trump não é um "protecionista", nem se opõe ao "livre comércio". As acusações dos jornalistas lixo são infundadas. Trump não se opõe a políticas económicas imperialistas dos Estados Unidos no exterior. No entanto, é um realista de mercado que reconhece que a conquista militar é dispendiosa e, no contexto do mundo contemporâneo, uma proposta economicamente perdedora para os EUA. Reconhece que os EUA devem virar a página duma finança predominante e uma economia importadora para uma economia produtora e exportadora.

Trump vê a Rússia como um potencial parceiro económico e aliado militar para acabar com as guerras na Síria, Iraque, Afeganistão e Ucrânia e especialmente para derrotar a ameaça terrorista do ISIS. Ele vê a China como um concorrente económico poderoso que tem aproveitando privilégios comerciais desatualizados, e quer renegociar pactos de comércio em consonância com o atual equilíbrio do poder económico.

Trump é um capitalista-nacionalista, imperialista de mercado e político realista que está disposto a pisar os direitos das mulheres, legislação de mudança climática, tratados indígenas e direitos de imigrantes. As nomeações para o seu governo e os seus colegas Republicanos no Congresso são motivadas por uma ideologia militarista mais perto da doutrina Obama-Clinton do que a sua agenda "América primeiro". Ele está cercado na sua Administração por militares imperialistas, expansionistas territoriais e fanáticos delirantes.

Quem vai ganhar a curto ou longo prazo está para ser visto. O que está claro é que os liberais, os falcões do Partido Democrata e os defensores dos bandidos fascistas de rua de camisas pretas, estarão ao lado dos imperialistas estarão ao lado dos imperialistas e encontrarão uma multidão de aliados entre em torno do regime Trump. 


O original encontra-se em www.informationclearinghouse.info/46347.htm
e em www.globalresearch.ca/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

REVOLTA E MELANCOLIA



Onde se fala da vinda do pensador Michael Löwy a Lisboa e se conta a história de António Tereso, um homem que aceitou as piores humilhações para salvar os seus. 

Rui Ramos de Almeida – jornal i, opinião

Conheci-o a servir, modesto e com um sorriso na boca, refeições na cantina da António Serpa, a primeira sede do PCP depois do 25 de Abril. Ia lá depois da escola, enquanto esperava que a minha mãe acabasse mais uma reunião. Chateava as pessoas que podia nas horas intermináveis que lá passava. A revolução sucedia--se nas ruas ao ritmo inebriante das paixões, mas parece que o seu custo era pago em reuniões permanentes. Anos mais tarde, já militante, lembro-me de cair literalmente na mesa batendo com a cabeça no tampo, numa reunião que já passava das quatro da manhã. Muitos anos mais tarde, li uma passagem do “Assassinato do Comité Central” de Manuel Vázquez Montalbán, em que o detetive Pepe Carvalho explicava que, “antigamente, os comunistas tinham nomes heroicos como homem de ferro ou outros, agora só precisavam de um cu de ferro para aturar tantas reuniões”. A passagem fazia--me rir e sublinhava a ideia de que havia muito coisa chata e inútil e que as coisas custavam demasiadas horas. Quando desse pensamento derivava para a necessidade de sublinhar um princípio do prazer no que se fazia, dada a brevidade das nossas vidas, muitas vezes regressava àquele homem que, para além do seu trabalho, fazia e servia refeições aos seus camaradas. José Magro, a quem eu chateava várias horas quando era criança, tinha estado preso com ele e contou-me a sua história. Aquele homem tinha-se feito passar por “rachado” [alguém que trai os seus para colaborar com a PIDE e os guardas prisionais], passou a ser desprezado e a receber o ódio dos próximos, para ganhar a confiança da PIDE e ajudar a preparar a fuga dos seus camaradas. Durante meses, apenas José Magro sabia da missão de António Tereso. Sim, é o nome da pessoa que morreu há pouco tempo sem pompa e circunstância, como morrem os homens e as mulheres. Anos mais tarde, o dirigente do PCP Domingos Abrantes confirmou-me a história. Tereso fora convencido a “rachar” para descobrir os pontos fracos da cadeia. “Quando o Zé Magro foi colocado numa outra sala, teve uma ideia genial: convencer o Tereso a ‘rachar’. O Tereso nem queria acreditar. Um rachado era um tipo desprezível, que colaborava com os carcereiros. Ninguém falava ao tipo, nem à própria família. Mas o Zé Magro convenceu-o da justeza da tarefa, uma tarefa terrível, porque se aquilo desse para o torto e acontecesse alguma coisa ao Magro, ninguém saberia que ele estava combinado com o partido. Arranjou um conflito interno, bateu com a porta: ‘Estou farto destes gajos, comunismo já basta’. Depois de desconfiarem, lá o aceitaram, e o Tereso passou para os rachados”, contou-me Abrantes. Ganhou a confiança da direção da prisão de Caxias e, como era bom mecânico, puseram-no a arranjar o carro blindado de Salazar, que estava a reparar na prisão. A 4 de dezembro de 1961, oito militantes comunistas fugiram no carro blindado de Salazar. Ao volante estava António Tereso. Na maior parte das vezes, a fidelidade à ideia não tem um final feliz. Mas sem essa capacidade de ser fiel e constante não é possível acontecer nada. Os nossos atos podem, em determinadas circunstâncias, rasgar algo que parecia uma opressão imutável, mas quem o faz paga um preço sem saber do resultado. Apenas tem essa capacidade de não aceitar o intolerável, custe o que custar. Foi assim que Rosa Parks, que comemoraria o seu aniversário esta semana, fez. Parecia um dia como outro qualquer, 1 de dezembro de 1955. Uma costureira de 42 anos sentou-se no autocarro nos lugares disponíveis para “gente de cor”. Na cidade de Montgomery, no estado do Alabama, a lei dizia explicitamente que quando os brancos não tivessem lugares sentados podiam obrigar os negros a levantar-se, e se o veículo estivesse muito cheio, os negros podiam ser despejados para a rua. Nesse dia, vários brancos entraram no autocarro e muitos negros levantaram-se dos seus lugares. Mas não todos. Rosa Parks recusou fazê-lo. “Estou cansada de ser tratada como uma pessoa de segunda classe”, disse ao condutor. E a história rompeu naquele ponto. Alguém que era objeto de opressão tornou-se sujeito de transformação.

Esta semana vem a Lisboa o pensador Michael Löwy. Autor de uma importante e original obra, Löwy tem a característica admirável de conseguir escrever claro coisas complicadas, fazendo parecer cristalino aquilo que nos parece enevoado. Essa clareza tem dois aspetos que penso serem intrinsecamente políticos: a ideia de que é preciso criar sentido num mundo difícil e a determinação de escrever para que as pessoas o entendam, não cultivando um discurso de casta que impeça todas e todos de participarem no processo do conhecimento. O seu trabalho sobre o romantismo revolucionário como revolta e a necessidade de reencantarmos o mundo, e nos reencantarmos, para o conseguir transformar é especialmente brilhante. Como dizia o surrealista André Breton, citado por Michael Löwy no seu “A Estrela da Manhã, Surrealismo e Marxismo”: “É a revolta, e somente a revolta, que é criadora de luz. E esta luz não pode ser conhecida senão por três vias: a poesia, a liberdade e o amor.” 

As paixões, como as revoluções, são tentativas de rompermos as leis que nos condenam à mediocridade e à servidão. No fim estaremos todos mortos, o que conta é termos sido capazes de um gesto livre.

A FITCH E O RATING



João Galamba – Expresso, opinião

Vale a pena consultar o que a Fitch foi dizendo ao longo dos últimos dois anos sobre Portugal e os bancos portugueses para perceber a razão pela qual o rating da dívida pública portuguesa não seguiu a trajectória que, durante o ano de 2015, se esperava que viesse a ocorrer em 2016 e 2017. Não é porque este Governo existe, como Maria Luís Albuquerque afirmou num evento da JSD, é porque a verdadeira dimensão dos problemas e desafios no sector financeiro só se tornou conhecida após as eleições. A 25 de Setembro de 2015, a poucos dias das eleições, a Fitch dava um rating BB+ com outlook positivo à dívida pública portuguesa. Portugal, dizia a Fitch em comunicado, tinha a economia a crescer em linha com a média da zona euro, ia ter um défice abaixo dos 3%, o que permitiria sair do procedimento por défices excessivos, e apresentava um sector financeiro estável. O único risco era o adiamento da operação de venda do Novo Banco que criava “um risco elevado do Novo Banco ser vendido por menos do que o valor da sua capitalização (4,9 mil milhões de euros)”. Até na Caixa Geral de Depósitos o discurso do então Primeiro-Ministro era sobre o reembolso do dinheiro injectado pelo Estado, e não de qualquer necessidade adicional de capital. Ou seja, até às eleições, o que se discutia era quanto é que o Estado ia reaver do dinheiro injectado no sector financeiro, não quão mais é que teria de injectar no futuro. Desde então, tudo mudou.

O Banif, que a Fitch considerava estável, foi resolvido a 20 de Dezembro, menos de um mês após a tomada de posse do actual Governo.

Também em Dezembro, no dia 29, por determinação do Fundo de Resolução, o Novo Banco foi recapitalizado em mais 2 mil milhões de euros. Em menos de uma semana um banco tido como estável desapareceu e um banco tido como sólido e uma resolução tida como irrepreensível resultaram em algo que a Fitch classifica de “restricted default”. 6900 milhões de euros de capital depois, a melhor oferta pelo Novo Banco implica que o Estado tenha de pagar para vender. A estabilidade de Setembro de 2015 revelava-se, assim, uma ilusão. Isto teve impacto na credibilidade do país, levou a um ajustamento (em alta) da trajectória da dívida pública e, em março, a uma degradação do outlook do rating, que passou de positivo a estável. Desde então, e até ao presente, a Fitch diz que a situação melhorou. Sim, melhorou. É certo que a realidade é pior do que se esperava, mas, depois de desfeita a ilusão da saída limpa alimentada até às eleicões, os problemas têm sido enfrentados e estão resolvidos ou em via de resolução: o problema da recapitalização da Caixa foi resolvido, o BCP foi recapitalizado e as dúvidas em torno da estrutura accionista do BPI desapareceram. O maior problema, que vem de trás, e que a oposição não parece considerar ser um problema, muito menos uma prioridade, é a questão do crédito mal-parado, que a Fitch reconhece ser uma prioridade política do actual Governo. Uma solução sistémica para este problema parece ser, para a Fitch, um evento que melhoraria as perspectivas para a evolução do rating Português. Se tal vier a acontecer, será seguramente por causa de medidas do actual Governo, medidas que deviam ter sido tomadas no passado e cujo adiamento prejudicou o financiamento da economia portuguesa.

Ao contrário do que afirmou Maria Luís Albuquerque, a situação não se deteriorou face a 2015, deteriorou-se face previsto (e anunciado) até às eleições, mas está agora melhor face ao que a Fitch previa quando, em Março, já sem a ilusão da saída limpa, baixou o outlook da dívida portuguesa de positivo para estável. O sector financeiro está estabilizado ou em vias de estabilização. O défice, com ou sem medidas extraordinárias, vai ficar bastante abaixo do que a Fitch previa em Março, permitindo – finalmente - a saída do procedimento por défices excessivos. O emprego e as contribuições sociais crescem acima do que cresceram em 2015 e bastante acima do que a Fitch achava possível. A economia está melhor do que estava quando o actual Governo assumiu funções: estava a desacelerar, baixando para 1.4% no segundo semestre de 2015, e agora está (em termos homólogos) a crescer acima do que cresceu em 2015 e a acelerar, terminando o ano a crescer mais do que os 1,6% do terceiro trimestre. A Fitch prevê que a economia cresça 1,5% em 2017, exactamente o mesmo que previa para este ano, em 2015, quando o outlook era positivo.

Primeira vez. EXPRESSO CURTO VALE MAIS QUANDO AUTOR PERDE A VIRGINDADE



Este também é um  Expresso Curto mas fora de horas. Está ligeiramente diferente do habitual mas é assim que o pode ver na coluna à esquerda no Expresso online. Aquele com que habitualmente trabalhamos vem integrado numa newsleter que o tio Balsemão nos envia de segunda-feira a sexta-feira. Simpático.

Vamos lá à obra costumeira – salvo quando falhamos. Este é um Expresso Curto em que o autor perde a virgindade. É o primeiro Expresso Curto a que ele teve de dar autoria. Lá se foram os “três” do editor de sociedade (hem?) que tem nome simpático, Rui Gustavo (na foto). Olá, bem-vindo à cafeína matinal (que aqui até pode sair à meia-noite).

Vai daí devíamos ler e depois fazer esta abertura manhosa a que também podem chamar com toda a cagança de prólogo. Pois. Não. Ainda não lemos patavina. Nem vamos fazer essa tal coisa de próloogo. Fiquem com esta aberturazinha e sejam igualmente simpáticos para o senhor que perdeu hoje mesmo, lá e de manhãzinha, a virgindade. Leiam tudo de fio a pavio. Começa o jornalista-editor por esclarecer que é o primeiro Expresso Curto de que é autor. Pois. Não faz mal, até faz bem… se os souber tirar com espuma qb. Olhos à obra. Leiam bem e usem a vossa cabeça, não dói nadinha. Até dá gozo. Ler, sem saber interpretar as palavras é que não vale…

Curtam e deixem-se curtir. Não se cortem.

MM / PG

Ludi Romani

Rui Gustavo - Expresso

Este é o meu primeiro Expresso Curto. Mas ninguém deve pagar por isso. O título é em latim, obviamente para impressionar. E o que é que os romanos nos deram para além de estradas, saneamento, segurança, aquedutos, irrigação, educação e inspiração para os Monty Phyton? Os jogos. Ludi ou Luden. Que copiaram e desenvolveram a partir do modelo grego.Duzentos anos antes de Cristo os imperadores usavam os jogos como forma de se engradecerem e de distraírem o povo. Enquanto os jogos duravam, não havia negócios nem tensões ou protestos. Na altura de Marco Aurélio, o imperador que definiu o ainda atual conceito de Gravitas – o líder deve ser sempre calmo e equilibrado e ter sentido de Estado em todas as situações – havia jogos durante mais de cem dias. Começaram com inocentes corridas de cavalos, passaram às lutas com animais e involuíram até aos gladiadores.

Agora há bola. Em Portugal é redonda. Por isso, e como foi fim de semana, não tenho de falar sobre a eutanásia e do brutal soco no estômago que são os depoimentos de duas doentes que o Expresso publicou esta semana.

Nem de pensar a sério no que irei fazer ou no que votar no dia em que a questão for colocada em referendo (se for). Um médico deve poder tirar a vida a alguém? Mesmo a pedido do próprio? É humano deixar alguém a sofrer só porque o valor da vida se sobrepõe a tudo? E quando for comigo? Ou de alguém que me é próximo?

Prefiro pensar na bola. Este fim de semana o Sporting saiu da corrida pelo título com o comandante Jorge Jesus a dar mais uma demonstração de um modo original de moralizar as tropas. Para o antigo campeão nacional, a culpa foi do guarda-redes adversário , Casillas, e do jovem Palhinha, que há um mês jogava no Belenenses e agora é acusou de “ler mal o guião”. Melhor do que eu, um sportinguista explica a curiosa estratégia. Do outro lado da barricada o herói chama-se Soares, marcou dois golos no jogo de estreia e até deu para um jornal brincar com a memória de um imperador desaparecido há menos de um mês: “Soares é fixe”.

O Benfica ganhou ao Nacional por 3-0, a dupla Jonas – Mitroglou voltou a marcar, o clube está na liderança do campeonato e mais de meio pais deitou-se mais feliz e com menos ansiedade. Pelo menos até ao próximo fim de semana.A receita está aqui. A gerigonça do Governo o quê? Hoje vê-se. Eutanásia? Só depois da visita Papa a Fátima. A vida já continua.

Nos Estados Unidos da América a bola é oval e o presidente eleito Donald J. Trump um jogador de choque que tentou criar, sem êxito, uma liga alternativa à NFL. Foi mais fácil chegar a presidente do país. Em menos de um mês acabou com o sistema de assistência hospitalar inventado pelo antecessor, o Obamacare, e proibiu a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, o que num país feito de emigrantes faz tanto sentido como as regras do futebol americano (sou eu que não percebo, a culpa é minha, eu sei). Ontem à noite, no maior evento televisivo e desportivo do ano nos Estados Unidos os Patriots (a sério?) venceram os Falcons e são os novos campeões. Recuperaram de uma desvantagem de 25 pontos e foi a primeira vez que uma final foi decidida no prolongamento. Tom Brady, marido de Gisele Budchen, que chegou a estar suspenso por fazer batota com as bolas, esvaziando-as, tornou-se o primeiro quarter-back a conseguir cinco títulos. Não foi registada qualquer concussão cerebral e durante quatro horas o volume do mundo baixou. Pelo menos para os americanos. Só interessava o que aconteceu naquelas quatro linhas com umas balizas estranhas no fim, jogadores de capacete e muito choque. Felizes Lundem.

No mundo real, um juiz americano anulou o despacho de Trump anti amigração. O presidente recorreu e disse que qualquer ato de terrorismo será "culpa do juiz". mas a suspensão mantém-se e esta semana um tribunal deverá decidir se ordem presidencial é mesmo válida ou anti americana. Mas só depois dos festejos da NFL, claro. Se até Albert Camus, que escreveu “O Estrangeiro” e “A Queda” e ganhou o Nobel da Literatura, disse que preferia "um jogo de futebol a uma peça de teatro" quem sou eu para dizer o contrário?

OUTRAS NOTÍCIAS

Em França, a candidata à presidência Marine Le Pen fez um discurso de uma hora para apresentar o programa eleitoral. Prometeu combater a imigração, expulsar todos os suspeitos de terrorismo, criticou a União Europeia e defendeu o regresso ao franco. A França primeiro e um reforço das medidas de segurança. Que povo elegeria um candidato assim? Le Pen, candidata da extrema-direita está à frente das sondagens, mas a realidade já demonstrou que as previsões falham muito. A Europa pode estar descansada.

Em Portugal está a correr uma petição para limitar o peso das mochilas que as crianças têm de carregar todos os dias para as escolas. Quem tem ou teve filhos destas idades e nunca se lembrou de comprar uma mala com rodinhas sabe do que estou a falar. O caso faz a foto de primeira página do Diário de Notícias de hoje.

Os casos de pai incógnito – impossíveis perante a lei – duplicaram num ano, garante o JN. Em cinco anos mais de duas mil crianças foram registadas com um traço no espaço reservado ao nome do pai. Só em tribunal se consegue dar-lhes um nome.

Os Black Sabbath acabaram. Na verdade já tinham acabado há mais de trinta anos, mas este ano decidiram fazer uma última digressão que terminou sábado em Birmingham com Paranoid, o maior sucesso da banda de Ozzy Osborne.Se não acordar com isto, nem um balde de gelo funcionará.

Cristiano Ronaldo fez 32 anos. É o melhor jogador do mundo, foi campeão em Inglaterra e Espanha, ganhou a Liga dos Campeões, é o melhor marcador da história do Real Madrid, já faz anúncios com alguma graça mas o seu melhor momento foi aquele em esteve ausente. Bela desculpa para ver outra vez o momento patinho feio.

MANCHETES

Público – Reforma da floresta trava expansão do eucalipto até 2030
DN - Despesa com subsidio de desemprego é metade do valor no pico da crise
JN – Filhos de pai incógnito quase duplicam num ano
CM – Engenheiro corrupto cobra taxa de 10%
I – Fusão da Universidade de Lisboa com a Técnica investigada pelo Ministério Publico
Negócios – Rendas das lojas tradicionais vão ter travão
Económico – Anular Venda do Novo Banco teria “prejuízo incalculável”
A Bola – Zona Jonas
Record – Três tiros na pressão
O Jogo – Crise fuzilada

O QUE EU ANDO A LER

A história de um emigrante de outro planeta que vem à Terra para ajudar, ajuda o Estados Unidos da América e mesmo assim é perseguido pelo exército. Queixa-se deste “mundo, mergulhado em raiva e desconfiança perante o que é diferente”. Uma história obviamente inverosímil, “Silver Surfer, the Essential”, por Stan Lee e Jack Kirby.

“Clube de Combate”, de Chuck Palahniuk. Tão bom como filme. Como a primeira regra do clube de combate é não falar do clube de combate não posso dizer grande coisa. Se viu o filme e não leu o livro, leia. Se leu o livro e não viu o filme, veja. Se não viu o filme nem leu o livro espero que tenha menos de vinte anos. Senão qual é a sua desculpa? É que “ninguém quer morrer sem algumas cicatrizes”.

“Wilson”, de Daniel Clowes, a brilhante história de um antissocial que só gosta de cães e parte em busca da filha dada para adoção. “Tantos livros sobre o Lincoln e nem um sobre mim? Não admira que as livrarias estejam todas à beira da falência”. Já não, Wilson, já não.

Esta é mais o que eu ando a ver: “A Noite da Iguana”, de Tennesse Williams, pelos Artistas Unidos. Ontem foi a ultima sessão em Lisboa, mas a companhia vai agora para o Porto. Nuno Lopes é mesmo o maior e Maria João Luís fantástica. E como se diz na peça “As perturbações exteriores servem para disfarçar as interiores”. No site do Expresso esperamos contar-lhe todas aquelas ao longo do dia e no Expresso Diário, às 18h00, temos sempre umas perturbações exteriores exclusivas.

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