segunda-feira, 13 de março de 2017

REVITALIZAR A PAZ!


APRENDENDO A PARTIR DO HÚMUS CONTRADITÓRIO DA ANTROPOLOGIA E DA HISTÓRIA ANTIGA E CONTEMPORÂNEA DE ANGOLA E DE ÁFRICA


1- A campanha pré-eleitoral colocou os primeiros termómetros na sociedade angolana, começando a mostrar o que os partidos têm para dizer e fazer, aproveitando para novas energias e sinergias que nos próximos anos há que (continuar a) cultivar.

Há uma questão entre algumas outras de importância pedagógica e vital, que me parece todavia dever ser equacionada precisamente nesta altura, por todos os concorrentes ao exercício do poder e deve estar bem presente, ainda que subjacente a todos os argumentos e discursos, bem como a todos os esforços de mobilização humana: para a construção da paz, há que aprender e muito com o conhecimento contraditório apreendido a partir do húmus da antropologia e da história antiga e contemporânea de Angola e de África.

De facto, as sucessivas guerras que atingiram Angola desde a década de 60 do século XX, as da descolonização, as que tiveram a ousadia de desafiar e vencer o “apartheid” e a do choque neoliberal, tiveram um protagonista central, cujo curriculum, cuja trajectória e cuja interpretação sócio-política, antropológica e ideológica em relação ao ambiente humano é, pela contradição, um manancial de ensinamentos a não desprezar, para aqueles que querem hoje transformar as armas em arados, construindo a paz em Angola e em África, com toda a sabedoria e sentidos colocados no âmago duma progressista geoestratégia para um desenvolvimento sustentável! 

2- Savimbi é pela contradição e pela leitura de seu próprio trajecto (des)umano, (des)estruturante, (des)respeitador da Mãe Terra (inclusive pelas suas leituras de carácter físico-geográfico) e retrógrado, um inusitado professor onde os construtores da paz devem ir buscar uma reinterpretação saudável e criativa na construção da identidade nacional, da independência, do exercício da soberania e de tudo o que há paz diz respeito num horizonte futuro de séculos!...

Angola. REGISTO ELEITORAL E DEMOCRACIA


O registo eleitoral está quase a terminar. Trata-se  de um processo de inegável importância, pois habilita os potenciais eleitores a votar nas próximas eleições  gerais, que terão lugar em Agosto deste ano. 

Jornal de Angola, editorial

Os cidadãos que estão em condições de votar nas próximas eleições gerais devem  ter consciência de que a escolha dos governantes é o mais importante acontecimento deste ano.  
É em eleições que o povo exerce a soberania. A Constituição de Angola dispõe no seu artigo 3.º que  “a soberania, una e indivisível, pertence ao povo, que a exerce  através do sufrágio universal, livre, igual, directo, secreto e periódico (...). Os cidadãos , quando vão às urnas periodicamente, estão a exercer um poder. O poder de escolher livremente os seus governantes em eleições gerais. 

Em qualquer sociedade democrática, as eleições para a escolha de governantes mexem com todos os cidadãos, sobretudo com os potenciais eleitores, o que é normal. Quando há diversidade de partidos e de projectos políticos é inevitável, que haja debates entre os que pretendem chegar ao poder e os querem manter-se nele. A competição política é uma das principais características dos regimes democráticos e ela atinge um grau elevado de intensidade em períodos eleitorais.

MPLA: OS GARGALOS DE JOÃO LOURENÇO (Parte I)


Raul Diniz, opinião

A componente de maior risco na campanha estridente do MPLA, é o próprio candidato João Lourenço, escolhido a dedo pelo chefe do regime e, autor confesso do estado de calamidade institucional e de miséria moral que o país vivência.

De facto João Lourenço é o mais profundo gargalo mediático, que pôde colocar em risco a vitalidade do MPLA no poder há 41 anos ininterruptos. A mania das grandezas e do chicoespertismo enviesado, são a marca registada do MPLA, agora usada orgulhosamente por João Lourenço, o candidato escolhido para ocupar o poleiro presidencial.

Não se pôde constranger infindavelmente mentindo-lhe sistematicamente, que estamos a construir uma nação, quando na verdade, sequer conseguimos construir uma república qualquer. Não existe nenhuma nação, temos o país muitíssimo mal administrado, e dividido em duas grandes franjas desiguais. Em 15 anos, o MPLA conseguiu atirar 90% dos angolanos para o estado de miséria calamitosa, onde vegetam milagrosamente com menos de USD 2 dólares por dia. Do outro lado da balança encontram-se os nutridíssimos muito ricos, nesse grupinho se incluem a ladra bilionária Isabel dos Ovos Santos, e seus apaniguados multimilionários meios irmãos, e demais familiares, e amigos diletos do ditador, estes juntos somam apenas 10% de convivas iluminados com direito a viver faustosamente a nossa custa.

A MESQUINHEZ DO GOVERNO MOÇAMBICANO


@Verdade, Editorial

Um dos problemas que afecta o Governo moçambicano é a mania de atribuir as suas falhas aos outros. Os governantes moçambicanos são verdadeiros especialistas em apontar os culpados, e nunca em procurar solução. Procuram sempre bodes expiatórios para responsabilizar pelos seus erros, fracassos e até mesmo a pobreza do país. Culpam o colonialismo, a guerra, o capitalismo, a globalização, o continente, o país, a falta de recursos, a cor da pele, o vizinho, o Ocidente e até aquele avô que morreu há milhares de anos por tudo e por nada. Os argumentos do Governo, na verdade, são sempre os mesmos: A origem dos problemas está sempre nos outros, nunca neles.

Isso vem a propósito da ida do ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, a Portugal para dar alguma explicação sobre o desaparecimento do empresário lusitano agrícola, em Julho do ano passado, em Gorongosa, província de Sofala. O governante moçambicano encontrou- se com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e com o primeiro-ministro António Costa. O enviado do Presidente Filipe Nyusi àquele país disse que há suspeitas de que a Renamo, que mantém bases armadas na Gorongosa, esteve envolvida no rapto. Esta posição absurda apresentada em Lisboa é paradigmático do que tem vindo a acontecer, ou seja, é um prática reiterada do Governo e do partido Frelimo.

Moçambique. ProSavana, a "pedra no sapato" que Filipe Nyusi leva para o Japão


O Presidente de Moçambique está de visita ao Japão e, entre outras coisas, leva na bagagem "uma dor de cabeça": o ProSavana. Maputo não mede esforços para concretizar o projeto agrícola e a sociedade civil para o parar.

Filipe Nyusi viaja a convite do primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe. A visita oficial de quatro dias visa o reforço da amizade e das relações de cooperação entre Moçambique e o Japão, segundo a Presidência moçambicana. O Estadista faz-se acompanhar por uma comitiva composta por vários ministros e vice-ministros. Parcerias novas podem estar em vista em diversas áeras, com destaque para o setor do gás.

Entretanto, há o projeto agrícola ProSavana, que envolve o Japão e o Brasil e prevê o desenvolvimento de uma agricultura industrializada em 700 mil hectares de terras, principalmente no norte de Moçambique. Mas o projeto tem causado muita polémica em Moçambique. Entre vários motivos, ele é contestado por supostamente prejudicar o meio ambiente e empurrar os camponeses para terras marginais.

A DW África conversou sobre as expetativas em relação ao ProSavana no âmbito da visita de Nyusi com o coordenador da Ação Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais (ADECRU) e membro da Campanha Não ao ProSavana, Jeremias Vunjanhe.

Moçambique: CIP DE OLHOS POSTOS NA TRIBUTAÇÃO DA EXXON MOBIL


Fragilidades na legislação deixam a sociedade moçambicana em alerta em relação à entrada da Exxon Mobil no setor dos hidrocarbonetos.

A gigante petrolífera norte-americana Exxon Mobil anunciou, na quinta-feira (09.03), que vai comprar 25% da participação da italiana ENI no projeto Coral, na bacia do Rovuma, norte de Moçambique.

O Governo moçambicano anunciou, esta sexta-feira (10.03), que aguarda por uma comunicação sobre o contrato entre a Exxon Mobil e a ENI, sobre o projeto na Bacia do Rovuma.

A italiana ENI vai continuar a liderar o projeto de gás natural liquefeito no projeto Coral e todas as operações na Área 4, enquanto a Exxon vai liderar a construção e a operação da construção da central de liquefação de gás em terra, segundo a empresa.

Esta transação financeira, avaliada em 2,6 mil milhões de euros, precisa de dois meses para ser concluída e depois disso ser aprovada ou não pelo Governo moçambicano.

GUARDIÕES DO DINHEIRO


Domingos de Andrade – Jornal de Notícias, opinião

Mais coisa, menos coisa. O Banco de Portugal tem quase 1800 funcionários. Que recebem cinco mil euros mensais. Faça-se a média. Tudo isto peca por defeito. Há valores acima e valores abaixo. Tem um governador, dois vice-governadores, três administradores. Que recebem na ordem dos 14 mil euros.

É fácil vociferar contra a instituição e ser demagógico. O que anda toda aquela gente a fazer que não consegue sequer cumprir a missão básica de ler os sinais para que pelo menos os portugueses possam ter confiança no regulador? Não é bola de cristal. É trabalho de terreno.

Tendo Carlos Costa sido inapto, para não dizer mais, incapaz de ver o que lhe passava debaixo dos olhos pelo menos no caso BES, advogando agora que sabia mas que não sabia tanto quanto isso, e que lhe faltavam os poderes para atuar perante o que sabia, sendo pelo menos responsável por ter inspirado confiança nos portugueses quando deveria ter sido cauteloso, quando é que se lhe faz luz para perceber que se ele não faz de balão e sai, alguém fará dele balão e o esvazia?

NÚNCIO, OLHEM OUTRO QUE TAL…


Sobre Núncio, o tal dos offshores e etc e tal, que até trabalhou(?) para os que também usaram offshores para “guardar” os seus dinheirinhos de milhões, surgiu a denúncia como fosse novidade… E afinal não era. Já o PCP tinha denunciado o facto de Núncio ter aquela “costela” mal enjeitada. Mas a media portuguesa não ligou, nem os políticos na AR ligaram. Ninguém ligou ao denunciado. Podemos perguntar se não dava jeito aos deputados dar a devida importância ao denunciado. E aos jornalistas se tal investigação não seria coberta pelos recibos verdes que passam para receberem os salários de miséria que recebem no final dos meses e de que fazem queixinhas amiúde. Ora pois. 

Se estão assim é porque querem, porque alinharam e alinham na tal história da sobrevivência e do salve-se quem puder. Porque não têm consciência nem unidade de classe, porque não cumprem as funções devidas para com os informados, preferindo atropelarem-se por uns míseros cobres. Ora, pois. 

E na leva andam agora muitíssimos com uma mão atrás e outra à frente a tapar o roto e os remendos, andam a sujeitar-se e a lamentar-se quando são eles os responsáveis máximos de terem e continuarem a contribuir para o descalabro de uma profissão linda e utilíssima à sociedade se acaso for desempenhada como deveriam desempenhá-la. Pois. É a vida. Vida porca e miserável dos que se sentem na necessidade de venderem a alma ao diabo em vez de resistirem e lutarem pelo justo, pelo que está certo. E assim vimos que temos aqui outro que tal, Núncio, envolto num cinzentão bafiento que o nevoeiro gerado não deixa bem vislumbrar. Outro trafulha, outro que tal.

MM / PG

TRAFULHAS HÁ MUITOS, SEUS PALERMAS!


Boa tarde. Pois podem dizer que devíamos ter chegado mais cedo. Dizer podem, mas então digam lá como é que usando de total disponibilidade para o Página Global conseguíamos ter aquilo com que se compram os melões. Estão a ver. É que o dia só tem 24 horas e trabalho remunerado, mesmo que só de vez em quando, não há ou há pouco. Por esse motivo é que não saudamos com um bom dia mas sim com uma boa tarde. A manhã foi para... os melões. A não ser que fossemos uma cambada de trafulhas e assim o dinheiro de "boas remunerações" até caía das nuvens para as nossas contas bancárias - ou de familiares e amigos. Ora, ora, mas isso é coisa de trafulhas. Dirão vós. Pois é... Olhem, agora por trafulhas vamos trazer a seguir uns inocentes que estão acusados ou a ser investigados por alegadas operações dignas de trafulhas. Escolhemos dois. Um ex-primeiro-ministro e um ministro. Assim, de uma assentada, gente fina é outra coisa. Ora vamos lá.

Hoje é dia de São Sócrates. As letras garrafais nos jornais trazem Sócrates que vai hoje ser ouvido. Está bem. Esta novela já dura há tanto tempo que até dá para desconfiar do próprio sistema de justiça e se não haverá por ali intenções político-partidárias. Esquemas. E daí talvez não. Certo é que José Sócrates se tem batido por estar inocente. Também é certo que o prenderam antes de o ter investigado e acusado e daí terem-no julgado. O ex-PM passou um ano entre grades e depois vá de o pôr cá fora porque a barra estava pesada para os que ordenaram que ele estivesse entre grades sem uma acusação limpa, clarinha e plausivel. Quem ordenou foi um chamado super-juiz (com esta eu embirro). Então ele leu nos canhenhos que primeiro prendia-se o cidadãos e depois é que se investigava? Onde leu isso? Juiz? Super?. Pomos dúvidas.

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